Terceirizados se queixam de perseguição e abusos no TRF-3


03/05/2017 - helio batista

Chegar ao trabalho com dois minutos de atraso pode ser motivo de advertência e até suspensão para trabalhadores terceirizados do TRF-3. Quem falta ao trabalho para ir ao médico pode sofrer desconto no salário, mesmo se apresentar atestado. E há o caso de um trabalhador que foi demitido por ter tomado suspensão há cinco anos.

Essas foram algumas das denúncias apresentadas por funcionários da empresa Liderança Serviços que trabalham no TRF-3. As queixas aparecem seis meses depois de o Sintrajud ter noticiado que eles vinham sofrendo abusos e que até estavam ameaçados de perder o emprego por exigir respeito aos direitos trabalhistas.

Desde então, os abusos diminuíram, segundo um trabalhador ouvido pela reportagem do Departamento de Imprensa do Sindicato. No entanto, permanecem as punições exageradas às faltas e atrasos, os descontos de horas e a postura autoritária até de servidores do Tribunal. Além disso, alguns trabalhadores estariam sofrendo perseguição por parte das chefias.

“A empresa encaminha tudo para mandar embora o empregado”, disse o funcionário. “Pegamos atestados médicos, declaração de horas, entregamos ao supervisor e no mês seguinte vem o desconto [no salário]”. Ele contou que um dos seus colegas chegou a ser agredido por uma servidora dentro do elevador do TRF-3.

Normas da CLT

A Liderança Serviços é uma empresa de Santa Catarina, com escritórios e filiais em várias cidades do país, e atua nas áreas de limpeza e conservação, jardinagem, copa e café, telefonia, digitação, portaria, recepção, ascensorista, garçom, zeladoria, servi- ços de jornalismo e outros de apoio administrativo.

Procurado pelo Departamento de Imprensa do Sintrajud, o TRF-3 ainda não se pronunciou sobre o assunto.

Já o gestor de contrato da Liderança Luís Carlos Magalhães, responsável pelo contrato entre a empresa e o Tribunal, disse que as reclamações não procedem. Ele garantiu que a empresa trabalha dentro das normas previstas na CLT e disse que os funcioná- rios lotados no TRF-3 exageram nas faltas e atrasos. “A empresa tem o direito de tomar as providências cabíveis”, afirmou.

A terceirização foi um dos alvos da greve geral paralisou o país na sexta-feira, 28.

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