Movimentos populares e sindicatos realizam ato em defesa da Sabesp


29/04/2024 - Giselle Pereira
CSP-Conlutas, central sindical à qual o Sintrajud é filiado, e o Sindicato integram a campanha contra a privatização; tema está na Câmara Municipal.

Ato contra a privatização da Sabesp. Foto: Joane Mota/Sintaema

Movimentos sociais e sindicatos realizaram nesta segunda, dia 29 de abril, novo ato em defesa da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). O grupo se concentrou em frente à Prefeitura Municipal (Viaduto do Chá)  por volta das 14h, e em seguida, caminharam até a Câmara de Vereadores, onde protestaram contra a privatização da companhia. “Não, não à privatização”, o slogan da campanha contra a venda da Sabesp foi mais uma vez pronunciado de forma uníssona pelos participantes da atividade de rua, que questionam a venda da estatal.

Com faixas, cartazes, bandeiras e carro de som, os manifestantes denunciaram as manobras dos vereadores da base do prefeito Ricardo Nunes (MDB) que apoiaram a proposta do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e votaram em primeiro turno autorização para que o município de São Paulo contrate com empresas privadas o serviço de água e esgoto. A legislação paulistana atual torna nulos os contratos existentes em caso de privatização.

A população vem se posicionado em pesquisas contra a privatização. Novos atos devem ocorrer nos próximos dias para fortalecer a luta contra a entrega do patrimônio público. A CSP-Conlutas, central sindical à qual o Sintrajud é filiado, integra a campanha contra a privatização, assim como o Sindicato. 

Se for privatizada, o receio é que a companhia pode ser transformada em uma empresa como a Enel, que protagonizou os maiores apagões em São Paulo, em novembro de 2023 e março deste ano. Após temporais, milhares de famílias ficaram sem luz por até mais de uma semana.

Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente de São Paulo (Sintaema), José Faggian, estamos acompanhando os efeitos da privatização da energia elétrica e isso deveria servir de exemplo para que a piora dos serviços não se repita com a Sabesp. “A manifestação é mais uma ação que compõe a jornada de luta dos movimentos e setores que entenderam o que está em jogo com a privatização da companhia. Nossa palavra de ordem é ‘privatização, não!’ e vamos resistir até barrar a proposta”, defendeu Faggin.

Na tentativa de ampliar e fortalecer a luta contra a venda da Sabesp, vereadores da oposição, das bancadas do PSOL e do PT, ajuizaram ação e obtiveram liminar para suspensão da votação em segundo turno até que todas as audiências públicas sejam realizadas.

No último dia 17, a Câmara aprovou em primeiro tuno o Projeto de Lei  163/2024, que dá sinal verde para a privatização, apenas dois dias depois da primeira audiência pública sobre o tema. A segunda votação está prevista para ocorrer no dia 2 de maio (quinta-feira), quando os movimentos sociais e populares deverão ocupar novamente as ruas da capital e a galeria do Poder Legislativo Municipal contra a política privatista encabeçada pelo governador Tarcísio e pelo prefeito Ricardo Nunes.

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