“A luta das mulheres contra a violência na cidade e no campo” é tema de live do Sintrajud, que será realizada no dia 5 de dezembro, às 19h30. A atividade faz parte dos “21 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher”. O debate é uma realização do Coletivo de Mulheres do Sintrajud – Mara Helena dos Reis e da diretoria do Sindicato.
A iniciativa terá como palestrantes as lideranças da Frente Nacional de Lutas, Diolinda Souza, do Luta Popular, Maura Lopes e Movimento Olga Benário, Vivian Mendes e como mediadora do debate, Luciana Carneiro, coordenadora do Coletivo e da Federação Nacional (Fenajufe).
Em 2022, foram registrados, no Brasil, 1.437 feminicídios (alta de 6,1%) e 4.034 homicídios femininos (alta de 1,2%). Entre as vítimas de feminicídios, 61,1% eram negras e 71,9% tinham entre 18 e 44 anos. A cada dez dessas mulheres, sete perderam a vida dentro de casa, 53,6% delas assassinadas pelo parceiro íntimo, 19,4% por ex-parceiro e 10,7% por algum familiar, é o que traz os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023, na 17ª edição.
Também preocupa a questão do assédio no Judiciário, conforme resultado do 2º Censo do Judiciário. Com relação à violência doméstica, 7% das magistradas e 6,2% das servidoras declararam já terem sido vítimas de algum episódio, sendo a violência psicológica a mais frequente (87,5%). No caso das magistradas, a segunda mais frequente é a violência moral (40,6%), e das servidoras, é a violência física doméstica (48%).
Nesse sentido, o debate com as lideranças que atuam na mobilização e no combate à violência contra a mulher, que será realizado pelo Sintrajud, permitirá avançar na discussão.
Sobre os movimentos representados na atividade, a Frente Nacional de Luta vem demandando junto aos governos, por meio de parlamentares e lideranças, medidas no sentido de proteger as mulheres em situação de risco ou violência sexual, além de oferecer formação. Já o Luta Popular, uma das frentes de atuação da CSP-Conlutas – Central na qual o Sintrajud integra -, que apoia a luta por moradia no país, promove a discussão e ações que subsidiem a intervenção da Central no âmbito da luta das mulheres, visando contribuir com o processo de organização. Outro que tem fortalecido a luta contra a violência é o Movimento Olga Benário, que realiza ocupações de mulheres no Brasil para denunciar os altos índices de violência, protagonizando ações de enfrentamento.
A atividade, que compõe os “21 dias de ativismo”, faz parte das ações de formação do Coletivo de Mulheres do Sintrajud – Mara Helena dos Reis, que realiza debates e outras ações, como seminários e rodas de leitura. O objetivo é fortalecer a formação das mulheres no combate a toda forma de opressão na sociedade.
“21 dias de ativismo”
No Brasil, os “21 dias de ativismo” é o período que compreende 20 e 25 de novembro – Dia da Consciência Negra e o Dia Internacional de Combate à Violência contra a Mulher –, (respectivamente) e 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos que é reconhecido pela ONU como sendo o movimento que contribui para lutar pelo fortalecimento de combate à violência contra a mulher que atinge, sobretudo, as mulheres negras.
A violência contra a mulher é considerada um problema de saúde pública global pela Organização Mundial de Saúde. Atualmente 150 países desenvolvem a campanha pelos “21 dias de ativismo” e desde 2003 o Brasil promove ações de mobilização e luta sobre o combate ao racismo, violência contra a mulher e defesa dos direitos humanos.