Sintrajud e Sindjufe/MS fazem assembleias para definir greve contra mudanças no teletrabalho


08/07/2022 - Hélio Batista Barboza
Decisões do TRF-3 sobre o tema criam ambiente de assédio e insegurança, afirma dirigente sindical do Mato Grosso do Sul.

 

A mobilização dos servidores do TRF-3 e da JF contra as recentes medidas da administração em relação ao trabalho não presencial deve ganhar ainda mais força a partir da próxima segunda-feira, 11 de julho. Além dos servidores do estado de São Paulo, os da seção judiciária de Mato Grosso do Sul também fazem assembleia no mesmo dia e vão deliberar sobre o indicativo de greve.

Em São Paulo, a assembleia geral será realizada pela plataforma Zoom a partir das 19h30. Caso seja aprovada, a greve começa no dia seguinte, com a presença do Sintrajud na sede do Tribunal para esclarecer e convocar os colegas.

No Mato Grosso do Sul, a assembleia também será realizada de forma virtual, a partir das 19h no horário local (20h em Brasília), quando será discutida a data de uma potencial greve. “Se a situação não for normalizada, não nos restará outra alternativa senão parar!”, disse a servidora Márcia Pissurno, coordenadora-geral do Sindjufe/MS e também coordenadora da Fenajufe.

“Insegurança jurídica”

Assim como em São Paulo, os servidores do Mato Grosso do Sul estão indignados desde a publicação da Resolução 514, que está suspensa até o dia 11. A Resolução praticamente extinguia o teletrabalho e o trabalho remoto na 3ª Região, o que gerou protestos na categoria e até entre os magistrados.

Além de suspender a norma até o dia 4 e depois prorrogar esse prazo até o dia 11, a presidente do TRF-3, desembargadora Marisa Santos, informou em audiência aos dirigentes do Sintrajud que seria exigida a presença de pelo menos 40% dos servidores de cada unidade em expediente presencial, duas vezes por semana. A notícia não foi bem recebida pelos servidores, que ainda aguardam o texto da nova Resolução.

“Há um sacrifício de cada um e cada uma, servidores sem reajuste, e de repente somos surpreendidos por uma resolução que vai na contramão do futuro que o CNJ e o STF pregam a todo instante!”, afirmou a coordenadora do Sindjufe/MS.

A revolta dos servidores aumentou com a declaração da desembargadora Marisa Santos de que mesmo os planos de trabalho já homologados teriam de ser revistos. Servidores que depois de iniciar o trabalho não presencial mudaram de cidade agora se veem diante do risco de voltar às pressas, tendo de providenciar rapidamente nova moradia, escola para os filhos, etc.

“O servidor que já tem tantos problemas para resolver e metas a cumprir, ainda se sente em insegurança jurídica, não sabe como será o trabalho amanhã, e isso impacta diretamente o trabalho de hoje”, observou a dirigente do Sindjufe-MS. “Como o tribunal quer dedicação e eficiência num ambiente de assédio e insegurança jurídica?”.

Reunião com a presidente

A assembleia do Mato Grosso do Sul é estratégica para os servidores no estado, já que na própria segunda-feira a presidente do TRF-3 estará em Campo Grande. Segundo Márcia Pissurno, há uma reunião agendada entre a desembargadora e o Sindicato local.

“Já tentamos nos reunir com a presidente, enviamos propostas, estamos aguardando a decisão do TRF 3 para que a categoria possa se posicionar”, disse Márcia. “A depender da decisão do Tribunal, o Sindjufe/MS chamará nova assembleia para decidirmos pela greve”, acrescentou.

Em São Paulo, o Sintrajud também aguarda o texto da nova Resolução para discutir com a categoria sobre o início da greve já na terça-feira, 12. Segundo o diretor do Sindicato Henrique Sales Costa, servidor do TRT, a realização de nova assembleia antes do início da greve mostra a disposição dos servidores em negociar, oferecendo à presidente do Tribunal mais uma chance de dialogar com a categoria sobre os problemas da normatização do trabalho não presencial.

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