Para fortalecer a luta em defesa da Justiça do Trabalho, o Sintrajud convoca todos os servidores e servidoras para participarem da Mobilização em Defesa da Competência da Justiça do Trabalho, nesta quarta, 28 de fevereiro. A atividade acontece em frente ao Fórum Trabalhista Ruy Barbosa, na Barra Funda, a partir das 13h.
Na cidade de Santos, Baixada Santista, a concentração terá início ao meio-dia, em frente ao Fórum Trabalhista (Rua Amador Bueno, 330, Centro), e o Sindicato também chama a categoria a participar.
Além do Sindicato, compõem a atividade nacional diversas entidades representativas, como a Comissão da Advocacia Trabalhista da OAB, magistratura, Ministério Público, academia e movimento sindical e popular. O Sintrajud reforça o convite aos colegas a se somarem no ato na zona oeste da capital.
A iniciativa — prevista para ocorrer simultaneamente em pelo menos 20 cidades, representada por mais de 100 entidades — chama a atenção da população para a importância dos direitos trabalhistas e os riscos decorrentes da perda de arrecadação fiscal e previdenciária.
O Sintrajud, que há anos participa das movimentações nacionais e locais contra o desmonte da estrutura de regulação das relações trabalhistas no país, pondera que o enfraquecimento desse ramo do judiciário está diretamente relacionado à ideia de extinguir a Justiça Trabalhista, cujo objetivo é o fim do Direito do Trabalho e das conquistas dos trabalhadores nas relações laborais.
Retomada do movimento e carta em defesa da JT
Em 2019, após assumir o governo, o então presidente Jair Bolsonaro ameaçou por vezes extinguir o órgão da Justiça. Frente ao ataque e entendendo a gravidade da situação, o Sintrajud e outras entidades criaram o Movimento em Defesa da Justiça do Trabalho (MDJT). Os manifestantes realizaram várias atividades, como atos em todo o país e na capital, em Brasília, além de ações de corpo a corpo com parlamentares e ministros, apontando a importância de se garantir a competência da JT.
A articulação que derrotou a tentativa de Bolsonaro em destruir o órgão vem se articulando para retomar as iniciativas conjuntas em defesa da JT; e como parte desse processo, no ano passado, lançou a Carta em Defesa da Competência Constitucional da Justiça do Trabalho. O documento, subscrito por diversas entidades, o que inclui o Sintrajud, traz a “apreensão em face das restrições à competência constitucional da Justiça do Trabalho e da enorme insegurança jurídica provocada pelas recentes decisões do Supremo Tribunal Federal”.
Conforme a carta, o artigo 114 da Constituição da República Federal atribui à Justiça do Trabalho a competência para julgar os conflitos decorrentes das relações de trabalho. No entanto, o STF vem, ao longo dos anos — sobretudo após a reforma trabalhista do presidente Temer, em 2017 — impondo limitação à competência desse ramo do Judiciário. O que gera insegurança jurídica, sobretudo, aos trabalhadores, com a cassação de decisões que declaram vínculo de emprego, mesmo quando as provas do caso específico demonstram que a realidade dos fatos está em desacordo com o contrato firmado.
Garantia de direitos históricos, só com luta!
O avanço nessa luta é atribuído, pelo Sindicato, bem como pelos movimentos que compõem a articulação nacional, à atuação expressiva da categoria com suas entidades. Nos próximos meses não será diferente. Os movimentos sindicais e outras entidades permanecerão mobilizados em defesa da competência da Justiça do Trabalho e contra a precarização do trabalho.
Como parte das ações em defesa da JT, será finalizada neste primeiro semestre, a coleta de assinaturas da carta, iniciada em novembro do ano passado. O manifesto será entregue juntamente com estudos encomendados à FGV sobre a queda na arrecadação fiscal e previdenciária decorrente das decisões do STF. Ambos os documentos serão encaminhados ao Ministério da Fazenda, STF e PGR.
Durante o ato, no Fórum Ruy Barbosa, os manifestantes vão alertar a população sobre os riscos da supressão de direitos trabalhistas e diminuição de arrecadação fiscal e previdenciária no Brasil decorrente da queda no número de registros em carteira de trabalho estimulada por essas decisões.
Outro ponto que envolve a defesa da JT é a demanda por nomeações no TRT-2. Em manifestação sobre o tema, a direção do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) informou que o Conselho só vai autorizar provimento de cargos após a realização do concurso para magistrados em andamento, para ser então verificado o quantitativo de vagas disponíveis para todo o ramo.
Desde 2023, o Sindicato vem buscando o remanejamento de vagas não ocupadas em outros Regionais Trabalhistas para o TRT-2.
Atos
Todos os atos acontecem no dia 28 de fevereiro. Veja os locais já confirmados: