O Coletivo de Mulheres do Sintrajud – Mara Helena dos Reis convida para a atividade que marca o dia internacional da mulher negra latino-americana e caribenha e de Tereza de Benguela (25 de julho), que acontece no sábado, 27/7, às 14h. O evento será presencial na sede do Sindicato no Centro de São Paulo, com possibilidade participação virtual via plataforma Zoom.
Mulheres negras no mundo do trabalho e na ocupação de espaços de poder é o tema do evento, que conta com a participação de Vera Lúcia, mulher negra, fundadora da CSP-Conlutas, central sindical a qual o Sintrajud é filiado, ex-candidata a presidência da república e da direção nacional do PSTU, e Madalena Nunes, servidora da Justiça Federal do Piauí e integrante do Coletivo LutaFenajufe.
As mediadoras do evento serão as integrantes do Coletivo de Mulheres – Mara Helena dos Reis, Ana Luiza Figueirêdo, aposentada do TRF-3 e diretora do Sintrajud, e Luciana Carneiro, servidora do TRF-3, ex-dirigente do Sintrajud e coordenadora da Fenajufe.
Para Luciana, a mesa tem a importância de refletir historicamente o papel das mulheres negras na formação do país e suas riquezas, enquanto, ao mesmo tempo, são sistematicamente alijadas dos espaços de poder, figurando como as principais vítimas de violências decorrentes das desigualdades de gênero e racial e da precarização do mundo do trabalho.
“Nós queremos fazer um histórico da luta das mulheres negras desde quando foram trazidas ao Brasil, escravizadas, submetidas às maiores violências físicas e psicológicas. Enquanto trabalhadoras, eram violentadas, obrigadas a parir filhos dos senhores de escravos para aumentar a mão-de-obra em suas fazendas. E até hoje, mais de 500 anos depois, as mulheres negras ainda são as maiores vítimas das violências de gênero e de raça. A ocupação dos espaços de poder é ainda menor em comparação a outras mulheres. É muito importante fazermos esse debate dentro da categoria, tendo como dado inicial que mais de 55% da população brasileira se reconhece como preta ou parda. Isso, por óbvio, também tem um reflexo no Poder Judiciário: cada vez mais mulheres no PJU se reconhecem como pretas ou pardas. Então é muito importante fazermos o debate de como essas mulheres continuam sendo alijadas dos espaços de poder. É um processo histórico”, destaca Luciana.
Nesta quinta, 25 de julho, também acontece o ato “Chega de genocídio! Por justiça racial, reprodutiva, climática, educacional e social!”. A concentração será na Praça da República, no centro da capital paulista, a partir das 17h30.
Coletivo de Mulheres – Mara Helena dos Reis
Criado em novembro de 2017, o Coletivo reúne servidoras do Judiciário, funcionárias do Sindicato, terceirizadas e estagiárias que atuam no Poder Judiciário da União em São Paulo. O nome Mara Helena dos Reis é uma homenagem à servidora e ex-diretora de base vítima de feminicídio em 2018 (saiba mais sobre a companheira de luta clicando aqui).
O movimento de mulheres negras organiza no mês de julho ações que levam à reflexão sobre suas realidades e apresentam agenda propositiva visando construir uma sociedade que supere as desigualdades, ainda mais graves para esta parcela da população. As ações ocorrem no mês de julho em alusão ao 1º Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Caribenhas da ONU, em 1992, em Santo Domingo, na República Dominicana. O dia 25 de julho tornou-se, desde então, o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. No Brasil, marca o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, em homenagem à líder do Quilombo de Quariterê (no atual estado do Mato Grosso do Sul), que comandou o território de resistência à escravização por ao menos duas décadas.
Debatedoras
Vera Lúcia Pereira da Silva Salgado foi datilógrafa, faxineira e garçonete. Trabalhadora da indústria de calçados, destacou-se como dirigente em forte greve da categoria e ao lado de outras mulheres operárias, passou a integrar as diretorias do sindicato e de sua federação nacional. Dirigente da CUT Sergipe, em 2004, rompeu e ajudou a fundar a Central Sindical e Popular (CSP) – Conlutas. Foi candidata a presidente pelo PSTU nas eleições de 2018, em chapa 100% negra, e 2022, compondo chapa negra-indígena; além de candidata a prefeita de São Paulo em 2020.
Madalena Nunes é especialista em Direitos Humanos, com formação em História e Direito. É servidora da Justiça Federal do Piauí, militante sindical e popular e integrante do Coletivo LutaFenajufe. Também atua na Frente Popular de Mulheres Contra o Feminicídio-Piauí.
Serviço
Mesa: Mulheres negras no mundo do trabalho e na ocupação de espaços de poder
Dia: 27 de julho (sábado);
Horário: 14h às 16h;
Local: Sintrajud (Rua Antônio de Godói, 88, 15º andar);
Link de acesso à sala do Zoom para participação virtual: Clique aqui