Servidores fazem panfletaço e exigem afastamento imediato de Marcos Scalercio


05/09/2022 - Shuellen Peixoto
Juiz foi designado temporariamente para o Fórum Trabalhista da Zona Sul após antecipação de férias; Sintrajud pede ao CNJ afastamento do magistrado enquanto durar a devida apuração do caso.

Servidores durante a panfletagem no Fórum Ruy Barbosa (Fotos: Jesus Carlos).

Servidores e servidoras do Judiciário Federal de São Paulo voltaram na manhã desta segunda-feira, 5 de setembro, ao Fórum Trabalhista Ruy Barbosa para um panfletaço em contra o assédio sexual e para exigir apuração das denúncias envolvendo o juiz Marcos Scalercio.

O cobrou à administração do TRT-2 medidas concretas e mostrou a indignação da categoria no dia em que o magistrado voltaria a suas atividades laborais após antecipação de férias autorizada pelo Regional em meio à repercussão das denúncias na mídia. A revolta ficou ainda maior quando chegou ao conhecimento dos colegas que, no fim da noite desta sexta-feira, 2 de setembro, o juiz foi temporariamente designado para atuar com execução no Fórum Trabalhista da Zona Sul, em auxílio provisório, em princípio, deste dia 5 até o dia 16 de setembro (leia mais aqui).

Na avaliação da diretoria do Sintrajud, esta medida é absurda e pode ser lida como uma forma de proteger o juiz, bem como de o TRT-2 não encarar de frente a responsabilidade pelos atos dos quais o magistrado é denunciado. “É inacreditável que depois de dezenas de denúncias, dentre as quais muitas colegas servidoras, o Tribunal não tenha suspendido o juiz, apenas transferido para outro Fórum. Marcos Scalercio tem que ser suspenso até o final das apurações”, destacou Claudia Vilapiano, diretora do Sindicato.

A diretoria do Sintrajud vai protocolar no Conselho Nacional de Justiça um pedido de atuação para afastamento imediato do juiz Marcos Scalercio até que a devida apuração do caso seja feita. A entidade também pedirá direito de intervir como representante da categoria no processo. Uma cópia deste pedido será protocolada também na presidência do TRT-2, junto com um pedido de audiência urgente.

“Não vamos aceitar que os casos continuem sem apuração, que este juiz, acusado por dezenas de mulheres de assédio sexual, seja apenas transferido e siga com suas atribuições sem a devida apuração e punição”, afirmou Luciana Carneiro, diretora do Sintrajud e integrante da coordenação do Coletivo de Mulheres Mara Helena dos Reis. “Nos preocupa a aproximação deste juiz de qualquer mulher trabalhadora, seja ela servidora, advogada, terceirizada ou estagiária, não toleraremos nenhum tipo de assédio”, destacou Luciana.

Assédio: Denuncie

Durante a atividade, o Sindicato ressaltou que as colegas que tiverem sofrido qualquer tipo de assédio devem denunciar. O Sintrajud mantém um canal para denúncias de assédio moral e sexual, oferece assistência jurídica, e realiza campanha permanente contra tais práticas. As denúncias podem ser feitas de forma anônima e o sigilo dos dados são 100% assegurados. Conheça também a cartilha “Assédio sexual: a culpa nunca é da vítima”



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