Reajuste: mais 6% são incorporados aos salários; segue a luta para antecipar terceira parcela


07/02/2024 - Helcio Duarte Filho
Conquista da atuação da categoria e seus sindicatos, segunda parcela do reajuste salarial de 19,25% entra nos holerites de fevereiro dos servidores e servidoras do PJU e MPU

A atuação coletiva das entidades sindicais e da categoria, fundamental para assegurar o reajuste de 19,25% conquistado em 2022 e que tem a sua segunda parcela paga agora em fevereiro, é também imprescindível para que a luta pela antecipação da terceira parcela possa ser vitoriosa.

É o que avaliam dirigentes sindicais ouvidos pela reportagem, que veem como empecilho central para a antecipação não a disponibilidade orçamentária e sim aspectos políticos, que envolvem a disputa por recursos do orçamento.

A segunda parcela, que entra no contracheque de fevereiro, é de 6%, percentual igual ao aplicado em 2023. A terceira e última parcela, prevista para fevereiro de 2025, é de 6,13%, totalizando os 19,25%. A conquista quebrou quase sete anos de remunerações congeladas, porém não foi capaz de repor as perdas acumuladas — que somente nos quatro anos de governo Bolsonaro somaram quase 30%.

Campanha pela antecipação 

Para a servidora aposentada Ana Luiza Figueredo Gomes, diretora do Sintrajud, a direção da federação (Fenajufe) precisa organizar e construir, junto com os sindicatos, uma mobilização nacional, convocando a categoria a efetivamente participar desta luta. 

“Vamos precisar atuar em torno de duas pautas, antecipação [salarial] e saúde, acrescentando a defesa de negociações para um novo plano de carreira e salários”, observa Ana Luiza. “Foi o que decidimos na assembleia em dezembro”, recorda. 

Ela ressalta que a crescente conta da saúde, agora agravada no TRT-2 e que atinge todos os tribunais, vem consumindo o reajuste e penalizando os servidores, o que exige uma mobilização e atuação constante e conjunta da categoria. “É preciso unificar as nossas lutas”, defende.

Fabiano dos Santos, que integra a coordenação-geral da Fenajufe, não tem dúvidas de que a recomposição parcial das perdas “é fruto da luta da categoria que, naquele momento, se mostrou muito importante”. Servidor da Justiça Federal em São Paulo, ele avalia ser necessário uma mobilização constante para enfrentar uma disputa desigual pelo orçamento público. “Afinal, temos visto uma série de ações da magistratura capturando esses recursos em benefício próprio”, diz. 

Ele lembra que estudos da assessoria econômica do Sintrajud já demonstraram que o problema não é propriamente orçamentário. “Dinheiro tem, como corretamente diz a campanha do Sintrajud. O problema é sob o ponto de vista político”, afirma. Para resolver isso, reforça, é preciso organizar a luta e assegurar uma forte participação da categoria.

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