Por respostas do governo, Plenária propõe jornada nacional de mobilização com paralisação


11/10/2023 - Helcio Duarte Filho
Sintrajud participou da plenária nacional dos servidores federais, em Brasília, que por consenso aprovou a construção conjunta de mobilização para os dias 7 e 8 de novembro

Uma nova jornada de lutas do funcionalismo público federal – nos dias 7 e 8 de novembro de 2023 – terá como mote central exigir respostas do governo Lula às reivindicações apresentadas conjuntamente pelas entidades sindicais nacionais da categoria na Mesa Nacional de Negociação Permanente.

A continuidade da campanha, após uma jornada de mobilização transcorrida na primeira semana de outubro, foi debatida na plenária realizada no sábado (7), presencialmente em Brasília, no Teatro dos Bancários. O calendário aprovado, propõe às assembleias de base das categorias, que devem avaliar e decidir sobre isso, preparar uma paralisação nacional para o dia 8 de novembro e organizar caravanas a Brasília. Na véspera, uma nova plenária presencial ocorrerá na capital federal.

Convocada pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), da qual a Fenajufe e o Sintrajud participam, a plenária foi transmitida ao vivo pelo Youtube. O Sintrajud foi representado por uma delegação de três servidoras – Camila Gradin, Luciana Carneiro e Maria Helena Garcia Leal.

O servidor Fabiano dos Santos, da Justiça Federal de São Paulo, e que integra a coordenação da Fenajufe, também participou e compôs a mesa do evento pela CSP-Conlutas, que representou as centrais que compõem o Fonasefe.

Envolver as categorias 

O calendário de mobilização foi ratificado após uma sequência de avaliações, das quais a delegação do Sintrajud participou ativamente. No que pese diferenças de análises da conjuntura atual e de posições políticas, houve consenso ao longo da plenária quanto à constatação de que não haverá avanços nas negociações com o governo Lula sem uma forte, coesa e mobilizada reação do funcionalismo.

“O governo não tem se negado em tratar somente de questões econômicas e salariais, [também se recusa] a tratar da revogação da reforma da Previdência de Bolsonaro, a revogação da reforma trabalhista, a revogação de portarias [que atacam os servidores], nada disso temos visto”, criticou Luciana Carneiro, que integra a coordenação da Fenajufe, ao defender que o movimento sindical convoque as mobilizações para defender as pautas das categorias, dos serviços públicos e enfrentar o governo Lula. “Não podemos nos calar, temos que pressionar todo e qualquer governo por nossas pautas”, disse.

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A servidora Camila Gradin, da diretoria do Sintrajud, também alertou para o fato de que as negociações não têm resultado em avanços efetivos, o que só pode ser revertido com respostas mais fortes dos trabalhadores. “Acreditar nas negociações apenas não vai ser suficiente”, disse. Ela avaliou ser possível construir essa reação e apontou a busca do apoio da população como indispensável para que essa luta tenha êxito. Neste aspecto, mencionou a importância da aliança com trabalhadores das estatais, ocorrida nos atos contra as privatizações do dia 3 de outubro, pauta que, segundo observou, teve expressivo apoio popular em São Paulo. Ressaltou ainda que a luta contra as privatizações, e por concursos públicos, é comum e urgente também aos serviços públicos.

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A servidora aposentada Maria Helena disse que o momento atual nos serviços públicos, com avanço do teletrabalho e baixa reposição de servidores que se aposentam, coloca um desafio a mais para movimentos paredistas. “É um exercício de greve novo que temos que enfrentar”, disse, destacando que o governo Lula sabe a força que a mobilização e as greves têm e não recuará de suas posições na mesa de negociações enquanto não se sentir ameaçado.

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Fabiano disse que os limites do governo estão expostos diante das reivindicações da classe trabalhadora. “Esses limites não podem ser os limites da nossa mobilização, muito pelo contrário. Precisamos enfrentar esses limites, precisamos enfrentar a política do arcabouço fiscal. O arcabouço fiscal pode ter sido aprovado lá no Congresso Nacional, mas a política do arcabouço fiscal precisa ser continuamente enfrentada, é a política do sistema da dívida pública”, disse

Uma política fiscal, pontuou, que se desdobra numa política de congelamento salarial e no retorno à pauta de propostas de uma”contrarreforma” administrativa fatiada, que ameaça o Regime Jurídico Único, as carreiras dos servidores e os serviços públicos. “O caminho para enfrentar isso é a nossa mobilização consistente, que foque nas pautas e que construa a unidade”, defendeu.

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Parte das representações sindicais que participaram da plenária posa para foto

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