A luta do sindicato e da base contra o assédio moral e sexual nos espaços institucionais do Judiciário Federal em São Paulo vem repercutindo nos meios de comunicação e dando voz às servidoras e aos servidores, que denunciam os casos de abusos sofridos aos veículos de comunicação tradicionais. Foi o caso do ‘Blog do Frederico Vasconcelos’, que repercutiu nesta quarta-feira (21 de junho) a denúncia do Sindicato à Corregedoria Regional da Justiça Federal da 3ª Região para que seja apurada a conduta do juiz Paulo Arena Filho, auxiliar da presidência do TRF-3 e presidente do JEF/Ribeirão Preto (Leia aqui o texto do Blog).
O magistrado pediu o afastamento de servidor com deficiência do JEF alegando incompatibilidade com a necessidade de produtividade da unidade judiciária, pelo quê foi denunciado pelo Sintrajud. E se justificou ao Blog afirmando que: “Solicitei à Administração que o servidor fosse lotado em outra unidade judiciária, tendo em vista não haver no Juizado Especial Federal de Ribeirão Preto ambiente organizacional compatível ao trabalho nas condições estipuladas.” A cada manifestação, fica mais evidente o capacitismo, que além de prática assediadora é tipificado como crime no Estatuto das Pessoas com Deficiência (Lei 13.146/2015).
O Portal Vio Mundo – Diário da Resistência também divulgou, no dia 1° de junho de 2023, a matéria “Assédio: Sindicato denuncia juiz que afastou servidor do Juizado Federal em Ribeirão Preto”. Leia aqui.
Acesse aqui o Boletim do Sintrajud sobre o caso
Caso Scalercio. Outra divulgação midiática recente foi sobre os casos de assédio no Judiciário foi produzida pelo ‘SBT Brasil’. Levada ao ar no dia 26 de maio de 2023, a matéria abordou pesquisa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) segundo a qual 56,4% dos servidores do Poder afirmam já terem sofrido algum tipo de assédio no local de trabalho. Destes, 74% apontam que os assediadores ocupavam cargos superiores aos deles. A pesquisa também chama a atenção para o fato de que 90% das vítimas não denunciaram o crime por motivos como vergonha, medo de sofrer represálias ou por achar que não daria em nada.
Assista à reportagem do SBT Brasil aqui
A reportagem repercutiu a condenação pelo Conselho Nacional de Justiça do juiz trabalhista substituto Marcos Scalercio, por assédio e importunação sexual contra pelo menos três mulheres. O caso acompanhado pelo Sindicato desde o início veio a público e ganhou repercussão nacional com o aparecimento de dezenas de outras vítimas que apontam terem sido vítimas também do magistrado. O juiz foi punido com aposentadoria compulsória, pena máxima na Lei Orgânica da Magistratura, pelas três primeiras denúncias – os outros casos ainda estão sob apuração. A decisão fortalece a ‘Campanha Permanente Contra a Violência Institucional e Sexual no Judiciário’ promovida pelo Sintrajud e é uma forma de dizer não ao assédio e à discriminação no Poder Judiciário. O Sindicato, no entanto, defende a reformulação da Loman e penas mais adequadas aos crimes contra a dignidade humana.
Leia mais sobre o caso:
Sindicato denuncia por assédio juiz que afastou servidor do JEF/Ribeirão Preto
CNJ condena juiz Marcos Scalercio, do TRT-2, a aposentadoria compulsória por casos de assédio sexual
Assédio Moral: Servidores do Ministério Público de São Paulo fazem manifestação
* Colaborou: Luciana Araujo