Grupos temáticos apontam propostas para plano de lutas da CSP-Conlutas


10/09/2023 - Giselle Pereira
Em momento de ampla participação dos delegados/as, grupos discutiram as propostas de resoluções.

Situação internacional, nacional e plano de lutas, assim como balanço da CSP-Conlutas, combate às opressões, defesa do território e ambiente e a autodefesa da classe trabalhadora foram debatidos por grupos de delegados e delegadas, a partir dos textos presentes no Caderno de Teses e Contribuições e das apresentações ocorridas nos dois primeiros dias do Congresso. Um momento privilegiado em que os delegados e delegadas se debruçaram sobre os diversos temas para elaborar de forma coletiva para posterior atuação da Central. A atividade em grupo foi realizada no sábado, 9 de setembro, durante o 5º Congresso da Central.

Conjuntura internacional, nacional e plano de lutas
O aprofundamento da crise do capitalismo e a brutal precarização das condições de trabalho em todo o mundo, o acirramento da disputa entre os países imperialistas e a recolonização dos países dependentes foram temas debatidos nos grupos dedicados ao tema internacional.

A necessidade da unidade internacional da classe trabalhadora esteve presente em todos os grupos, assim como ficou explícita na saudação da delegação internacional no plenário do congresso. A importância de manter total autonomia e independência em relação ao governo Lula/Alckmin foi tema central nos grupos que discutiram a conjuntura nacional a partir de importantes análises apresentadas em plenário.

Os duros planos de ajuste como o novo arcabouço fiscal que corta verbas do Orçamento de 2024 e nega reajuste aos servidores e cortará verbas em diversas áreas; o anúncio pelo governo da não revogação das reformas trabalhista e previdenciária e o novo ensino médio, como ataques à classe trabalhadora e ao povo pobre.

Todos esses temas foram debatidos nos grupos como parte de uma política de governo, que a partir da constituição de uma frente ampla com a burguesia que privilegia banqueiros, agronegócio e grandes empresas. A capitulação das direções reformistas que atuam para apoiar o executivo apesar dos ataques que já estão em curso também foram destacadas por delegados e delegadas. A partir dos debates foram forjadas propostas de organização de luta unificada das mais diversas categorias para avançar numa resolução de planos de lutas ao final do congresso.

Autodefesa
O tema da autodefesa da classe trabalhadora é fundamental para a CSP-Conlutas, principalmente numa conjuntura em que mesmo com a derrota eleitoral de Bolsonaro, a extrema direita permanece ativa e utiliza-se de métodos fascistas.

Os grupos que abordaram este tema discutiram centralmente a necessidade da defesa da classe, principalmente neste momento de ultradireita organizada. Por isso, a importância do desenvolvimento de atividades nos sindicatos de defesa pessoal, treinamento especial para mulheres, o convencimento da vanguarda e da base das categorias a respeito do tema, combater o “pacifismo”; a questão das escolas militarizadas e houve polêmicas no grupo sobre o apoio às mobilizações de policiais entre outros temas.

Combate às opressões
A CSP-Conlutas é composta por diversos movimentos de combate às opressões, entre eles negros e negras, mulheres, LGBTs, imigrantes. Não é à toa que o tema é valorizado pela Central com um grupo de trabalho específico para aprofundar a análise sobre as opressões e políticas de combate.

O combate à violência contra o povo negro e pobre continua como um dos temas centrais na luta contra as opressões, como vem acontecendo nas favelas cariocas e periferias e cidades paulistas; os direitos das mulheres como pela descriminalização do aborto, as campanhas contra o assédio sexual, encampadas pelas entidades sindicais, assim como a luta contra a violência às LGBTs.

Defesa do território e ambiente
Moradores e moradoras de ocupações como Esperança, Queixadas, Coração Valente e Jardim União, de SP, e de outros estados focaram no debate da luta por moradia urbana.

Outro tema central para a atuação da CSP-Conlutas, o marco temporal, foi tema de debate dos grupos que se dedicaram a pensar a defesa da vida e dos territórios indígenas como também do meio ambiente.

Neste tema, povos indígenas do Maranhão expuseram nos grupos que, na prática, a aprovação do marco temporal representaria o extermínio de etnias e inviabilizaria a vida indígena devido à permissão institucionalizada do avanço do garimpo ilegal, agronegócio e tráfico de drogas e madeiras em terras indígenas.

Balanço
A partir das diversas propostas de resoluções apresentadas pelos setores que compõem a Central, este grupo debateu o balanço da intervenção da CSP-Conlutas nos principais acontecimentos e lutas da classe no último período.

As propostas discutidas pelos grupos e aprovadas pelo plenário irão compor o plano de lutas da Central.

ATUALIZAÇÃO: O Congresso aprovou resoluções para buscar a unificação da classe trabalhadora e fortalecer as lutas contra as políticas do governo Lula-Alckmin que atacam direitos e precarizam a vida da população.

*Com edição da Imprensa do Sintrajud
*Cobertura colaborativa do 5º Congresso da CSP-Conlutas

TALVEZ VOCÊ GOSTE TAMBÉM