Em discurso na ALESP, deputada Mônica Seixas denuncia capacitismo no JEF/Ribeirão


22/06/2023 - Giselle Pereira
Com faixa e cartazes nas mãos, diretores do Sintrajud ocuparam a galeria da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

O diretor do Sintrajud Fabiano dos Santos e a servidora aposentada Rosana Nanartonis, durante visita ao gabinete de Mônica Seixas (PSOL).

A deputada estadual Mônica Seixas (PSOL-SP) ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa na tarde dessa terça-feira, 20 de junho, e discursou em defesa do servidor que sofreu pedido de disponibilização por parte do juiz presidente do Juizado Especial Federal em Ribeirão Preto e auxiliar da presidência do TRF-3, sob alegação de inadequação à “exigência” de aumento de produtividade. Mônica é mais uma parlamentar que se soma à campanha contra o assédio e o capacitismo promovida pelo sindicato.

A parlamentar informou que já protocolou moção de repúdio e enviou o caso à Comissão de Defesa da Pessoa com Deficiência da Alesp, solicitando que a condição da pessoa com deficiência que presta serviço no estado de São Paulo possa ser discutida com seriedade, “que ela não seja vitimada e vítima de discriminação justamente por operadores do direito, aqueles que deveriam defender a população”, disse.

Em protesto, diretores do Sintrajud carregam faixa contra o assédio moral na galeria da Alesp.

A diretoria do Sintrajud acompanhou o pronunciamento na galeria com a faixa que destaca ‘assédio humilha, adoece e mata’ e o cartaz ‘capacistismo também é assédio’. Na oportunidade, o diretor Fabiano dos Santos, que também integra a coordenação da Federação Nacional (Fenajufe), e a servidora aposentada do TRE Rosana Nanartonis visitaram ainda o gabinetes da presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Alesp, deputada Andréa Werner (PSB), que demostrou sensibilidade com a situação do servidor.  Segundo ela, infelizmente, essa não é a primeira denúncia de capacitismo no Judiciário que a Comissão recebe. “As pessoas com deficiência têm direitos que precisam ser respeitados”, criticou, garantindo que vai analisar as medidas que poderão ser tomadas sobre o caso que envolveu o servidor do JEF/Ribeirão.

Sintrajud relata caso de capacitismo sofrido por servidor a presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Alesp, deputada Andréia Werner (PSB).

Para Fabiano dos Santos, a participação das parlamentares na luta contra o capacitismo reforça a importância da denúncia contra o juiz que colocou o servidor à disposição por ser uma pessoa com deficiência. “A atividade na Alesp faz parte de um conjunto de ações que envolvem a realização de atos, distribuição de boletins, cobertura e produção de materiais para os meios de comunicação com a finalidade de tratar a pauta contra o assédio”, disse, lembrando que nos últimos anos aumentou o número de denúncias e o Sindicato acompanha os casos.

Gestão por humilhação

A situação em Ribeirão Preto, que vem ganhando repercussão nacional, está sendo criticada por ser caracterizada como mais um caso de assédio e capacitismo no Judiciário. Segundo pesquisa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), 56,4% dos servidores do Poder Judiciário afirmam já terem sofrido algum tipo de assédio no local de trabalho. Destes, 74% apontam que os assediadores ocupavam cargos superiores aos deles. A pesquisa também revela de que 90% das vítimas não denunciaram o crime alegando vergonha, medo de sofrer represálias ou por achar que não daria em nada. Sobre a situação de capacitismo vivida pelo servidor, o Sintrajud já ingressou representou contra o juiz na Corregedoria Regional da Justiça Federal da 3ª Região pedindo apuração de conduta.

Integrantes da Frente Paulista em Defesa do Serviço Público reforça luta contra o assédio no judiciário.

Campanha contra o assédio tem apoio da Frente Paulista em Defesa do Serviço Público

Ainda na Alesp, a direção do Sintrajud recebeu a solidariedade de integrantes da Frente Paulista em Defesa do Serviço Público, que estavam na assembleia em ações de interesse do funcionalismo estadual. Na conversa, um servidor salientou, comovido, que não importa a categoria do trabalhador, pois o que realmente é relevante é somarem na luta contra os variados tipos de assédios, não deixando de denunciar. “Estamos com o Sindicato nessa campanha”, reforçou.

Assista ao vídeo  da deputada estadual Mônica Seixas:

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