‘Com reajuste zero, o governo nos empurra para a greve’, afirma dirigente da CSP-Conlutas em entrevista

Diante da intransigência do governo, que mantém na Mesa Nacional de Negociação — já apelidada de “Mesa de Enrolação” — a proposta de reajuste zero para os servidores públicos em 2024, desrespeitando o direito à revisão geral anual de salários prevista na Constituição, categorias do funcionalismo realizam paralisação nacional nesta quarta-feira, 3 de abril. Na pauta, a defesa de reajustes salariais e de benefícios que amenizem as perdas acumuladas desde o governo Michel Temer (MDB), a revogação das normas impostas no governo de Jair Bolsonaro (PL) que atacam direitos e a valorização das carreiras.

A mobilização foi tema do programa ‘Faixa Livre’ no dia de hoje, com entrevista a Fabiano dos Santos, dirigente da CSP-Conlutas, central à qual o Sintrajud é filiado. Ele, que também integra a coordenação-geral da Federação Nacional (Fenajufe) e do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), reforça a importância da data.

“Não nos resta outra alternativa senão a greve”, disse Fabiano dos Santos, lembrando que outros setores também estão organizando atividades de luta, como é o caso dos servidores da saúde.

O dirigente explica que o setor da educação federal, que está mais articulado, já conta com o movimento paredista da Fasubra (técnico-administrativos das universidades), iniciado em 11 de março, em mais de 30 universidades. A greve ganhou hoje o reforço dos servidores dos institutos federais (organizados pelo Sinasefe), com adesão em pelo menos 18 unidades federativas, de acordo com o Sindicato.⁣ Ainda no setor da educação, o Andes-SN (docentes universitários) tem marcada paralisação por tempo indeterminado a partir de 15 de abril. Nesse contexto, o Fórum Nacional dos Servidores convoca mobilização nacional entre os dias 16 e 18 do mesmo mês, com a realização de atos e marcha a Brasília.

Fabiano dos Santos salienta que o dia de hoje é uma etapa fundamental na construção de um processo de mobilização que unifique as lutas para avançar na convocação das categorias organizadas pelo Fonasefe e pelo Fonacate (Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado) para pressionar o governo a inverter as prioridades do orçamento e garantir a valorização dos trabalhadores.

“Zero reajuste não dá! Os trabalhadores amargam perdas históricas, sendo fundamental intensificar as mobilizações com o conjunto das categorias do executivo e de carreiras típicas do Estado”, pondera o dirigente.

A diretoria do Sintrajud manifesta apoio à luta das servidoras e dos servidores em rechaço à proposta de reajuste zero.

Assista abaixo à participação de Fabiano dos Santos no ‘Faixa Livre’: 

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