Abertura do 5º Congresso reafirma independência de classe da Central, frente a governos e patrões


08/09/2023 - Giselle Pereira
Mesa contou com integrantes de movimentos, de partidos e da Rede Sindical Internacional de Solidariedade e Luta

Foi aberto oficialmente, na manhã desta quinta-feira (7), o 5º Congresso da CSP-Conlutas, no Clube Guapira, em São Paulo. Na presença de um plenário cheio, com delegações de trabalhadores/as de todo o país, foi reafirmado o papel de independência de classe da CSP-Conlutas aos governos e patrões em todos os discursos pelos dirigentes que compuseram a mesa de abertura. As falas reforçaram também um chamado para o necessário fortalecimento da oposição de esquerda ao governo Lula-Alckmin, para lutar contra o arcabouço fiscal, a reforma tributária, o marco temporal e outros ataques, bem como pela revogação integral das reformas trabalhista e da Previdência.

Acompanhe ao vivo o 5° Congresso da CSP-Conlutas, que acontece de 7 a 10/9, em São Paulo.

Rejane de Oliveira, que integra a Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, falou da importância do Congresso para a definição das lutas para o próximo período, além da defesa da independência de classe e dos direitos dos trabalhadores, seja qual governo for. “Temos um programa sério e comprometido com a classe trabalhadora. E a clareza de que um governo aliado aos patrões não atende às necessidades da nossa classe. Nossa luta é pelo socialismo”, afirmou.

Na sequência, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, Weller Gonçalves, começou sua fala lembrando que, por alguns anos, o Congresso não foi realizado por conta da pandemia de COVID-19, que matou milhares da classe trabalhadora, e que a realização deste 5° Congresso é uma importante vitória. Também destacou o orgulho em participar da construção da central junto com os movimentos sindicais e sociais combativos. “Aqui, pulsa a luta contra o arcabouço fiscal. Aqui pulsa a luta contra o marco temporal. Aqui pulsa a luta contra as privatizações e aqui pulsam aqueles que não se renderam ao governo dos patrões e estão na luta também contra as reformas trabalhista e previdenciária”, disse.

Segundo ele, a luta pela destruição do capitalismo e construção do socialismo é para livrar a classe trabalhadora de toda forma de opressão e exploração. “Vamos, juntos, manter nossa central combativa, de luta e com independência de classe”.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas, Jair Santos, que também falou em nome da Frente Sindical Popular Socialista, saudou os participantes. “Que vocês possam sair daqui com resoluções importantes de resistência ao ataque dos patrões. Esse congresso acontece num momento fundamental, em que a classe trabalhadora precisa se fortalecer para lutar contra os ataques. Os trabalhadores têm enfrentado uma dura realidade. Vamos sair daqui unificados, contra os ataques e pelo socialismo”, disse.

O dirigente italiano, Marcelo Amêndola, da Rede Sindical Internacional de Solidariedade e Luta, organização que a CSP-Conlutas integra, disse que a tarefa é lutar contra o futuro que os governos querem dar aos trabalhadores. Ele destacou a importância da defesa dos direitos da classe trabalhadora contra a exploração capitalista e a construção de um sindicalismo combativo, baseado na democracia operária e a luta incansável contra a ultradireita e pelas liberdades democráticas. “Um sindicalismo de transformação social e revolução que, aqui no Brasil, são vocês que levam adiante. Tudo isso é o que nos une e nos move a lutar juntos”, disse.

De acordo com o representante da Rede, é necessário lançar um movimento de luta internacional que possibilite aos trabalhadores de todo o mundo um futuro melhor, com direitos e dignidade. “Desejo que vocês saiam daqui com mais força para continuar lutando porque a gente ainda não ganhou, mas ainda podemos ganhar!”, disse sob aplausos dos congressistas.

Representando o PSOL, Nancy Galvão, da Revolução Socialista, e Vera Lúcia, do PSTU, também fizeram saudações ao Congresso. Durante as falas, os dirigentes destacaram a importância de fortalecer a Central e buscar unificar todos os setores combativos que estejam dispostos a defender as pautas da classe trabalhadora. Reforçaram que a tarefa deste congresso elaborar um plano de lutas para fazer frente ao governo  e sua política de ataques, como o arcabouço fiscal, e pela revogação das reformas previdenciária e trabalhista, além da luta pela estatização das empresas que foram privatizadas.

A fala a terminar a abertura dos trabalhos foi do secretário geral da CSP-Conlutas, Luiz Carlos Prates, o Mancha, que iniciou destacando o caráter internacional da Central e a importância disso para as lutas da classe trabalhadora e chamou a atenção, em particular, para a presença de Yuri Petrovich Samoilov, dirigente do Sindicato dos Mineiros e Metalúrgicos de Krivyi Rih, da Ucrânia. “Um companheiro que reflete o combate internacionalista que a nossa Central tem dado nos últimos anos. Temos orgulho de dizer que somos a única Central que se posiciona publicamente a favor da resistência ucraniana. Lá são os trabalhadores, com sua luta e coragem, que estão impondo uma quase derrota a Vladimir Putin e à Otan”, disse.

Mancha ressaltou ser um grande orgulho receber, na abertura do Congresso, uma delegação internacional com cerca de 40 integrantes de 20 diferentes países. “Para eles peço uma salva de palmas”, disse.

O dirigente prestou também homenagem a todos os trabalhadores e trabalhadoras que ficaram pelo caminho, vítimas da pandemia e do governo Bolsonaro e finalizou falando do orgulho em abrir um congresso que reúne lutadores e lutadoras de todas as partes do país. “Centrais sindicais estão sendo convidadas pra viagens internacionais com o Lula. E por quê? Porque o governo quer vender a ideia de que os trabalhadores estão com o governo. Mas nós não concordamos e, por isso, a Central com esse congresso reafirma um perfil de oposição de esquerda a esse governo de Frente Ampla com a burguesia”, finalizou.

A exibição de um vídeo sobre a trajetória de lutas da CSP-Conlutas, que completou 17 anos de existência, encerrou a abertura oficial do congresso.

Regimento é aprovado

Os trabalhos da manhã do primeiro dia do 5° Congresso Nacional da CSP-Conlutas terminaram com a leitura do Regimento. Após a apresentação de destaques, os delegados e delegadas aprovaram o texto que regerá todos os dias do evento.

Delegação do Sintrajud

A delegação do Sintrajud é composta por Ana Luiza Figueiredo (TRF-3/aposentada), Maria Angélica Olivieri (JF/aposentada), Ismael de Souza (TRT-2/Ruy Barbosa), João  Carlos (JF/Marília),  José Carlos Sanches (JF/Franca), Anna Karenina (JF/Presidente Prudente), Rosana Nanartonis (TRE/aposentada),  Maria Ires Graciano Lacerda (JF/Cecalc), Luciana Carneiro (TRF-3), Ronald Fumagali (TRT-2/Ruy Barbosa), Maurício Rezzani (TRE/aposentado), Claudia Vilapiano (JF/Campinas), Inês Leal de Castro (TRT-2/Ruy Barbosa), Wanderley Pedro de Oliveira (TRT-2/aposentado), Fabiano dos Santos (TRT-2/Administrativo), Eliseu Silva Trindade (TRF-3/aposentado), José Dalmo Vieira Duarte (TRF-3), Antônio Carlos Correia (JF/Execuções Fiscais),  Fernanda Marques Rosa (TRF-3), Lúcia Maria Souza Andrade (TRE/aposentada), Antônia da Silva (TRT-2/aposentada).

 

Confira a programação 

  • SEXTA-FEIRA (08/09/2023)

09h30 às 12h30: Debate de Conjuntura Nacional, Internacional e Planos de Lutas

12h30 às 14h: Almoço

14h às 16h: Continuidade do debate de Conjuntura Nacional, Internacional e Planos de Lutas

16h às 18h: Realização de Grupos de Trabalho sobre os temas abaixo relacionados: Sendo constituídos 02 grupos por cada tema para que haja uma distribuição equânime entre os delegados: Grupo 1 – Conjuntura Nacional, Internacional e Plano de Lutas; Grupo 2 – Autodefesa; Grupo 3 – Combate às opressões; Grupo 4 – Defesa do Território e Ambiente; Grupo 5 – Balanço

18h – Encerramento do processo de credenciamento

  • SÁBADO (09/09/2023)

09h30 às 11h: Reforma do Estatuto

11h às 12h30: Realização de 10 Grupos de trabalhos sobre “As mudanças no mundo do trabalho e desafios da reorganização e fortalecimento da Central”

12h30 às 14h00: Almoço

14h: Abertura do prazo para inscrições de Chapas para eleição da SEN

14h às 16h: Votação do Balanço e planos de fortalecimento da Central; Votação da resolução de Conjuntura Internacional, Nacional e Plano de lutas e demais resoluções apresentadas no decorrer do congresso

16h às 18h: Atividades políticas e/ou culturais auto-organizadas pelos setores:
Atividade 1 – Roda de Debate: “10 anos de Junho – Trabalho, Precarização da vida e Lutas urbanas”; Atividade 2 – Plenária Nacional do MML; Atividade 3 – Racismo, violência policial e genocídio negro no Brasil; Atividade 4 – Oficina de confecção de bonecas Abayomi; Atividade 5 – Oficina de Apresentação do CAS; Atividade 6 – Auto-Organização e Inovações Tecnológicas; Atividade 7 – Palhaçaria Humanitária; Atividade 8 – Apresentação Burlesca Rebelle Rouge; Atividade 9 – Plenária da Unidos para Lutar; Atividade 10 – Hip Hop Militante; Atividade 11 – Apresentação da Frente de Lutas por uma oposição revolucionária ao governo Lula-Alckmin; Atividade 12 – Plenária aberta da Combate Sindical; Atividade 13 – A não-reparação histórica no Brasil e a diáspora: produção de mais desigualdades e violência racista; Atividade 14 – Empresas e Ditadura; Atividade 15 – Debate: “Para onde vai a Argentina?”

18h: Encerramento do prazo de inscrição de Chapas para eleição da SEN e do prazo para entrega de moções

19h30: Confraternização do Congresso

  • DOMINGO (10/09/2023)

09h30 às 11h30: Eleição da nova SEN

11h30 às 13h: Apresentação e votação dos relatórios dos Setoriais e das moções

13h: Encerramento do 5º Congresso Nacional da CSP-Conlutas

 

*Com edição da Imprensa do Sintrajud
*Cobertura colaborativa do 5º Congresso da CSP-Conlutas

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