Com a universidade submetida a orçamentos ditados por um governo inimigo da Educação pública, estudantes da Universidade de São Paulo (USP) iniciaram uma greve cuja principal reivindicação é mais servidores, com a contratação de docentes, e o fim do processo de sucateamento dos cursos da instituição.
A Diretoria do Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal no Estado de São Paulo (Sintrajud) declara total apoio ao movimento. Reafirma a defesa da educação pública e a avaliação de que investir em pessoal é indispensável para efetivamente valorizar os serviços públicos em todas as suas esferas: municipal, estadual e federal — pauta que será levada às ruas, aliás, no dia 3 de outubro, data nacional de uma mobilização também em defesa das estatais e da soberania do país.
A greve estudantil teve início no curso de Letras, um dos mais afetados pela falta de concurso e déficit de docentes. Rapidamente, porém, se estendeu a outras áreas, com a adesão de pelo menos mais dez cursos. Na quarta-feira, 20 de setembro de 2023, uma assembleia com cerca de mil estudantes aprovou o início da greve geral estudantil na USP a partir desta quinta-feira (21).
O movimento começou um dia antes do previsto. Isto porque com a greve já apontada, estudantes ocuparam os prédios da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) diante da decisão do diretor do curso de Letras, Paulo Martins, de suspender as aulas, trancar a instituição e chamar a Polícia Militar.
Com a ocupação e a pressão estudantil, a direção de Letras recuou. Acatou as reivindicações imediatas dos alunos: saída das forças policiais; abertura de negociações; e retratação da direção do curso.
O movimento continua. Ganhou o reforço de servidores técnicos e docentes. O Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP) declarou apoio e informou que a categoria fará paralisação nesta quinta-feira, dia 21 de setembro, tendo na pauta questões específicas, mas também a defesa do concurso público para docentes e técnicos.
O sindicato dos docentes — Adusp – seção sindical do Andes-SN — aprovou em assembleia se incorporar às ações de estudantes e técnicos. Na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, a categoria decidiu parar do dia 21 ao 26, quando fará nova assembleia.
É um movimento que vai muito além de justas pautas corporativas. O que está em disputa é o direito à educação pública de qualidade e gratuita na maior universidade pública do Brasil, um dos principais pólos de projetos de pesquisa em âmbito nacional.
São muitas as razões, portanto, para apoiar este movimento — que enfrenta o governo bolsonarista de Tarcísio de Freitas (Republicanos), inimigo da educação pública, e uma Reitoria que não dialoga com os movimentos democráticos que defendem a universidade e o seu caráter público, gratuito e voltado para ações que corroborem com a justiça social.
São Paulo, 21 de setembro de 2023
Diretoria do Sintrajud
Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal no Estado de São Paulo