Em relação às declarações aviltantes do ministro da Casa Civil do governo Lula, Rui Costa, a diretoria do Sintrajud reafirma o que já manifestou a nossa Central Sindical — a CSP-Conlutas — em nota republicada pelo Sindicato (leia aqui). Exigimos retratação e ressaltamos nosso repúdio à desqualificação dos servidores, que é na verdade a desqualificação dos serviços públicos, em bajulação ao mercado que quer abocanhar fatias do Estado para obter lucros.
Em sua negociação por apoio do Centrão e do capital, o governo Lula tem sufocado os serviços públicos com o ‘novo’ arcabouço fiscal, preparado uma “reforma” administrativa que inclui princípios da PEC 32 de Bolsonaro/Lira e mantido uma política até aqui de reajuste zero. A fala de Rui Costa é uma tentativa de enfrentar a reação das categorias, que começam a se mobilizar contra o arrocho, como na greve de técnico-administrativos das universidades organizada pela Fasubra, servidores do Ibama e ICMBio contra as perdas salariais acumuladas de mais de 50%.
O ministro de Lula repete Fernando Collor, que para privatizar o Brasil chamou os servidores de “marajás”, e Fernando Henrique, que para iniciar o desmonte da seguridade social chamou os aposentados de “vagabundos”. Agora Rui assume o lugar de Paulo Guedes, ministro da Economia de Bolsonaro, que nos chamou de “parasitas”. Mas Paulo Guedes foi derrotado na sua tentativa de impor uma contrarreforma administrativa que visava entregar o que restou dos serviços públicos para o capital privado. E Rui Costa também será. E se o governo Lula seguir nessa toada, estará mais uma vez pavimentando o caminho para a direita convencer o povo de que não existem diferenças.
A pandemia fez o povo brasileiro recobrar a importância dos serviços públicos para assegurar que os direitos constitucionais de todos não se tornem privilégios de poucos.
Lula, mais verbas para os serviços públicos, chega de dar dinheiro pra banqueiro e pro Centrão! Não vão nos intimidar! Não vão nos calar! Seguiremos em luta por nossos direitos. E a luta faz a lei!
São Paulo, 15 de março de 2024.
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