Governadores bolsonaristas visitam Israel enquanto o mundo critica ataque a palestinos


14/03/2024 - Luciana Araujo
Sintrajud promoveu live sobre questão Israelo-Palestina em novembro; assista ao vídeo nesta postagem e compreenda as origens da situação atual.

Apesar das críticas internacionais à ação do governo Netanyahu, os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), anunciaram que embarcam na segunda-feira, 18 de março, para Jerusalém. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também foi convidado pelo governo israelense a visitar o país, mas nao irá porque está com o passaporte apreendido em decorrência das investigações da tentativa de golpe de Estado em 08 de janeiro.

Cláudio Castro (PL) e Romeu Zema (Novo), chefes do Poder Executivo do Rio de Janeiro e Minas Gerais, respectivamente, também foram convidados, mas alegam outros compromissos.

Em meio à polêmica que a viagem levanta, o Sintrajud republica o vídeo da transmissão ao vivo promovida pela entidade em novembro do ano passado. O debate Israel X Palestina: guerra ou genocídio? contou com a participação de três servidores da categoria: Caio Teixeira, aposentado do TRT de Santa Catarina; Waldo Mermelstein e a diretora do Sindicato Ana Luiza Figueiredo, ambos aposentados do TRF-3.

O Sintrajud foi das primeiras entidades sindicais a pautar o tema, quando nem mesmo o governo brasileiro havia ainda se posicionado. À época do debate foi apresentado o posicionamento de cobrar ao governo Lula a ruptura de relações políticas e econômicas com o Estado israelense. Após o presidente da República também ter apontado como genocídio o que vem ocorrendo na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, o governo Netanyahu endureceu o discurso, mas na última semana a chancelaria israelense já falou em “restaurar as relações com o Brasil”.

Diante das imagens que a internet possibilita circular pelo mundo, nem mesmo os Estados Unidos — aliado histórico de Israel — puderam manter a indiferença e apoio irrestrito ao governo israelense depois do episódio que ficou conhecido como “Massacre da Farinha”. Na ocasião, em 29 de fevereiro, ao menos 118 pessoas foram mortas e mais de 700 ficaram feridas após o Exército de Netanyahu abrir fogo contra crianças e adultos civis que disputavam pacotes de mantimentos numa fila de ajuda humanitária. Ao criticar os “bombardeios indiscriminados”, o presidente estadunidense Joe Biden reconheceu que Israel está perdendo apoio internacional.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos condenou a política de “cerco total” deflagrada por Netanyahu desde o quarto dia após o início da ofensiva que teve como justificativa uma ação da organização paramilitar que desde 2007 governa a Faixa de Gaza, o Hamas, em 7 de outubro do ano passado. No episódio, 1.200 pessoas (a maioria israelenses) morreram e outras 240 foram sequestradas. Desde então, cerca de 30 mil palestinos foram mortos — estima-se que 70% das vítimas fatais são mulheres e crianças —, há mais de 70 mil feridos e cerca de dois mihões foram deslocados de suas moradias.

O Parlamento Europeu também condenou a “resposta militar desproporcional” e apelou à desocupação dos assentamentos ilegais de colonos israelenses na Cisjordânia. A região, governada pela Autoridade Nacional Palestina (ANP), e que não pode ter exército em decorrência do Acordo de Oslo, de 1993, também vem sendo pesadamente bombardeada por Israel. O que evidencia que não se trata de guerra, mas da ação de uma das mais poderosas forças militares do mundo contra uma população em franca desvantagem que vive sob ocupação desde 1967.

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