Equipe olímpica do TRT-2 volta com 21 medalhas e já se prepara rumo a Manaus 2020


10/10/2019 - Luciana Araujo

A capitã Andréa em quadra, ao fundo à direita (Aquivo pessoal).

“Foi sensacional! Mas não foi fácil. A gente chegou como favoritas, por termos sido campeãs ano passado e porque nossa equipe se manteve, não mudou muito. Mas por trás de qualquer favoritismo, sempre tem aquela insegurança, o receio de perder. Aquele friozinho na barriga que dá o tempero para atleta, sabe? E a gente tinha isso a todo momento, uma ansiedade muito grande”. Assim Andréa Silva Pegoraro, servidora do TRT-2 e capitã bi-campeã olímpica dos Jogos Nacionais da Justiça do Trabalho no vôlei feminino, resume o que foi participar do campeonato neste ano.

A servidora, que esteve pela terceira vez na Olimpíada Nacional da Justiça do Trabalho, ocorrida de 23 a 27 de setembro em Belo Horizonte, é jogadora de meio e tem longa trajetória no esporte. Aos 11 anos de idade ela começou a atuar no voleibol no Palmeiras, onde hoje joga como atleta master. Mas para a oficiala de justiça no TRT-2, a experiência em quadra não reduziu o tamanho do desafio e nem a emoção do bicampeonato.

“Fomos desafiadas a cada jogo. As equipes femininas são muito bem niveladas tecnicamente. Então os embates são muito prazerosos. O jogo que considero necessário destacar foi o [que fizemos] contra o TST, digno de final de campeonato. As meninas entraram em quadra babando para ganhar e colocaram a gente para jogar que nem gente grande. Foi lindo, muito bacana, lotou o ginásio. Mas a qualidade técnica da nossa equipe é muito boa. E aí estamos nós campeãs de novo. Agora a chavinha já ligou: é rumo ao tri!”, afirma já fazendo planos.

Neste ano, Andréa também trouxe o bronze no vôlei de areia, junto com a juíza Luciana Carla Corrêa Bertocco, com quem joga há mais de uma década. “É outro jogo, né? Nada a ver com o de quadra. É um jogo mais ainda de inteligência e cabeça, que de força. Participei da 14ª olimpíada, em Goiânia, em 2015, somente como dupla de areia e fomos desclassificadas, embora tenha sido excelente. Ano passado novamente fomos desclassificadas, mas foi legal. Neste ano nem íamos participar, mas as meninas da equipe Master desistiram na última hora e fomos para o lúdico, sem expectativa. No fim, perdemos só um jogo, para a dupla que acabou sendo campeã, e ganhamos o bronze [na diferença de pontuação]. Foi sensacional!”, conta a servidora.

Natação

Além do bicampeonato no vôlei, a natação foi o outro grande destaque da delegação paulista: a modalidade onde a delegação mais obteve premiações. Ao todo, 10 medalhas das 21 trazidas de Belo Horizonte para São Paulo foram conquistadas debaixo d’água. Diógenes Boschetti voltou para casa com cinco medalhas e Jennifer Satiko Ishii com quatro.

Recordista nos 50 metros livre de 55 a 59 anos em 2018, a nadadora Scheilla Brevidelli neste ano não trouxe medalhas, mas merece destaque pelo fairplay. Citada na matéria anterior publicada pelo Sindicato, fez questão de enviar mensagem sugerindo que “nas próximas reportagens sobre a natação devemos exaltar nossos colegas que trouxeram prata e bronze, pois nas categorias de idade inferior o nível técnico aumenta muito e a competitividade também.”.

Socialização e papel do Sindicato

O jogador de futebol e diretor do Sintrajud Henrique Sales Costa, servidor lotado no Fórum Ruy Barbosa, destaca que os jogos são importantes pela “socialização de servidores de diferentes estados, que cresce a cada olimpíada. Depois, muitas vezes nos encontramos nas lutas nacionais. Ano que vem será em Manaus. Apesar da distância, promete ser uma das melhores olimpíadas, pois a maioria dos esportes acontecerá no mesmo complexo”, diz.

Para Henrique, “as vitórias da nossa delegação mostram a importância de investirmos no esporte também como política institucional. Os tribunais deveriam dar mais força às delegações, maior publicidade e estimular os espaços de integração de servidores através dos esportes. São Paulo inclusive tem potencial para ser uma das maiores delegações do país, mas ainda não é. No Sindicato temos feito esse debate nos últimos três anos e avançado numa política de apoio às equipes, que certamente pode e deve avançar mais”.

Representante mais experiente da delegação, o oficial de justiça aposentado José Maria de Sousa concorda. “É muito gratificante, muito bom participar. A gente conhece gente nova, faz amizades. Eu sempre quis participar, mas ficava com receio de voltar e ter um volume enorme de mandados para cumprir. Agora, este ano, com a conquista que obtivemos da liberação do ponto e suspensão dos mandados, no caso dos oficiais, ficou um pouco mais fácil. É um incentivo importante porque a gente traz medalhas para o Tribunal também”, afirma. José Maria ganhou o ouro na disputa de dominó. Foi o segundo ano em que ele participou da competição.

A torcida

Quem também voltou dos jogos olímpicos de 2019 merecendo medalhas foi a torcida. “Um espetáculo! Só vendo para acreditar. E nossa torcida é formada completamente pelos meninos do futebol e dos esportes individuais. Só que os meninos do futebol que fazem a maior bagunça e em todos os jogos eles foram o sétimo jogador”, comenta Andréa.

Para Stefan de Cerqueira Lima e Chieppe Jesus, campeão do futevôlei junto com Márcio Arruda de Souza, a torcida também trouxe energia fundamental para a disputa.  “Encaramos vários desafios, de ótimo nível técnico. Fomos em apenas uma dupla pela delegação de São Paulo e do início ao tivemos jogos duros. Especialmente a dupla do Rio de Janeiro, do TRT-1, contra a qual disputamos a final, num jogo emocionante, que foi ao terceiro set. Sem dúvida, o combustível, nosso estímulo para ter dado o máximo e conquistado essa medalha de ouro pro TRT-2 foi a nossa torcida incrível, contagiante, que dá força para qualquer atleta que esteja disputando alguma das modalidades. Foi uma experiência fantástica e ano que vem estaremos lá de novo”, afirma.

O mascote da delegação confirma a vibração positiva do entrosamento da delegação nos jogos. Servidor da Justiça Federal e diretor de base do Sintrajud, Tadeu Godoy pelo segundo ano consecutivo gozou suas férias durante os jogos olímpicos, e não se arrepende. Para ele, o incentivo à prática esportiva deveria ser política de gestão. “Eu sempre pratiquei esportes, a vida toda, e fui a várias competições. E nunca vi nada parecido na Justiça Federal. É incrível! A preparação dos atletas, a dedicação e a integração entre os TRTs de diversas localidades do Brasil. Fiz grandes amigos nesses jogos e reforcei algumas amizades antigas. Hoje em dia, nesse Judiciário da produção e das metas, a olimpíada da JT é uma luz no fim do túnel para o coleguismo, companheirismo, trabalho em equipe e tudo o mais que envolve a integração que somente o esporte traz. Acho que esse estímulo dos jogos olímpicos deve auxiliar muito na saúde, fazendo com que [os servidores que participam] fiquem longe de licenças médicas e atestados decorrentes de doenças”, relata.

A diretoria do Sintrajud expressa orgulho das conquistas da delegação paulista e reafirma o compromisso de buscar atuar cada vez mais junto com os servidores e os sindicalizados visando ampliar o incentivo às práticas esportivas, artísticas e de atenção integral à saúde dos trabalhadores que promovem a concretização do acesso à justiça no estado de São Paulo.

*Atualizado para inclusão do nome de Márcio Arruda de Souza na dupla do futevôlei às 7h26.

Medalhistas do TRT-2

O TRT da 2º região ficou em 16º lugar no quadro de medalhas, com 21 condecorações. São elas:

Parte da delegação paulista no final dos jogos olímpicos de 2019.

 

ERRAMOS: A matéria foi corrigida às 16h25 para correção do quadro de medalhas.

5 medalhas de ouro
Vôlei feminino – Andréa Silva Pegoraro, Camila Duarte Pereira, Deborah Clini, Luciana Carla Corrêa Bertocco, Maria Cláudia Araújo Moura Nunes Santos, Sâmia Pereira Salomão,  Syrlei Soares Martins de Holanda e Tânia Bedê Barbosa.
Ciclismo 40 a 49 anos – Cláudio Kano
Dominó individual – José Maria de Souza
Futevôlei livre – Márcio Arruda de Souza e Stefan de Cerqueira Lima e Chieppe Jesus
Natação 50m livre masculino até 34 anos – Diógenes Boschetti Almeida

9 medalhas de prata
Atletismo 1500m rasos feminino 40 a 44 anos – Jennifer Satiko Ishii
Atletismo 3000m rasos feminino 40 a 44 anos – Jennifer Satiko Ishii
Natação 50m livre feminino 40 a 44 anos – Jennifer Satiko Ishii
Natação 200m livre feminino 40 a 44 anos – Jennifer Satiko Ishii
Natação 50m borboleta masculino até 34 anos – Diógenes Boschetti Almeida
Natação 100m livre masculino até 34 anos – Diógenes Boschetti Almeida
Natação 50m livre feminino 60 anos ou mais – Cibele Marques Costa Messora
Natação 50m costas feminino 60 anos ou mais – Cibele Marques Costa Messora
Natação 100m livre feminino 60 anos ou mais – Cibele Marques Costa Messora

7 medalhas de bronze
Atletismo revezamento 4×400 misto – Jennifer Satiko Ishii, Reinaldo Medeiros, Stephanie Resinentti Barbosa e Wagner Ambrósio
Atletismo 1500 rasos masculino – Reinaldo de Medeiros
Atletismo 5000 rasos masculino – Reinaldo de Medeiros
Dominó individual – Vera Cristina Soares Furis
Natação 100m livre feminino 40 a 44 anos – Jennifer Satiko Ishii
Natação 100m livre masculino 35 a 39 anos – Ítalo Vinícius Lionel
Vôlei de areia master feminino – Andrea Silva Pegoraro e Luciana Carla Corrêa Bertocco

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