Nesta sexta-feira, 8 de Março — Dia Internacional de Luta da Mulher, o Sintrajud e o Coletivo de Mulheres Mara Helena dos Reis somarão as forças com diversos movimentos sociais e sindicais em ato. Como ocorre tradicionalmente, o coletivo contará com uma barraca na concentração do atividade, que terá a participação das companheiras do Sinsprev e do Ministério Público Estadual.
Elas farão distribuição de cartazes com frases contra a violência machista. A mobilização denuncia as diversas formas de violências contra a mulher, entre outros pontos de pauta. As servidoras e servidores também levarão às ruas a defesa por mais investimentos em saúde e a luta contra o assédio no Judiciário.
A categoria está organizando dois pontos para a mobilização: às 16h30, as colegas e os colegas do Fórum Trabalhista Ruy Barbosa, na Barra Funda, combinaram de se encontrar na entrada do prédio para irem juntas e juntos ao ato. Outro grupo, marcou às 17h, em frente ao Fórum Pedro Lessa, na Av. Paulista, 1682, onde a tenda do Sindicato estará montada desde as 13 horas.
O 8 de março marca o início do calendário anual de lutas sociais. Mulheres e homens do Sintrajud estão convocados para participar do 8M unificado, que tem como tema “Nas ruas pela vida das mulheres e legalização do aborto — a luta contra as violências, as privatizações, o fascismo e o genocídio negro e palestino”.
Com faixas, cartazes e apresentações artísticas, as manifestantes prometem abordar ainda junto à população o racismo, que tem como principais vítimas as mulheres, e todas as outras formas de assédio e opressão. Também pedirão o fim da transfobia e do genocídio do povo palestino, entre outras pautas de luta que constam no manifesto político do 8 de março de São Paulo.
No primeiro semestre de 2023, 722 mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil, o que representa em média quatro assassinatos por dia, um crescimento de 2,6% comparado ao mesmo período do ano anterior. O dado é do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgado em novembro de 2023.
As agressões físicas, o assédio, a violência psicológica e moral também aumentaram. Segundo o DataSenado, 25,4 milhões de brasileiras (cerca de uma a cada três mulheres) já foram vítimas de violência doméstica ou familiar, provocada por homens, e 74% acreditam que a violência aumentou no último ano. A percepção sobre o aumento da violência machista é maior entre as mulheres negras e indígenas.
O Coletivo Mara Helena dos Reis reforça a importância da participação da categoria, que em 2023, teve participação ativa no caso do juiz Marcos Scalercio. Em julgamento do Processo Administrativo Disciplinar (PAD) instaurado para apurar denúncias de assédio e importunação sexual feitas por uma servidora do TRT, uma advogada e uma estudante do cursinho Damásio, o CNJ decidiu pela aposentadoria compulsória do juiz (saiba mais aqui).
Ainda que o Sindicato avalie como insatisfatória a pena máxima de aposentadoria compulsória, a decisão foi resultado de muita luta das mulheres e da campanha do Sintrajud “Assédio, Não”.
Calendário de lutas
Além do ato, no mês de março serão realizadas pelo Sindicato outras atividades alusivas à luta feminista. No dia 9, roda de conversa sobre defesa pessoal e vôlei de areia recreativo. No dia 13, às 19h30, live com o tema “A força da mulher trabalhadora no enfrentamento aos ataques à classe”, via o Facebook e o YouTube do Sintrajud. E, por fim, uma atividade em Santos, no dia 24, em conjunto com a associação e o sindicato dos servidores do Judiciário Estadual (Assojubs e Sintrajus). O evento, sob o título “Nada incomoda mais à ordem do que mulheres que sonham e lutam”, acontecerá na Barraca de Praia da Assojubs (Avenida Vicente de Carvalho, 70, bairro do Gonzaga, próximo ao canal 3, em Santos).