8M: Mulheres protestam na Paulista em defesa de democracia e direitos


09/03/2023 - Shuellen Peixoto
Manifestação reuniu milhares de pessoas na Avenida Paulista nesta quarta-feira, 8.

Mesmo com as fortes chuvas, milhares de mulheres tomaram as ruas nesta quarta-feira, 8 de março, em mais um ato do Dia Internacional das Mulheres Trabalhadoras. O ato “Mulheres nas Ruas em Defesa da Democracia” começou no início da noite, no vão livre do MASP, e marchou até a praça Roosevelt com bandeiras contra a fome, por direitos trabalhistas, punição aos golpistas e racistas e pela legalização do aborto.

O Coletivo de Mulheres do Sindicato participou do ato com cartazes em defesa da democracia e  contra o assédio, além de uma faixa pedindo prisão para Marcos Scalercio e em apoio às dezenas de vítimas de denúncias de assédio que pairam sobre o magistrado do TRT-2.

As servidoras e servidores que estiveram na manifestação destacaram a importância do dia 8 de março no calendário de lutas das mulheres trabalhadoras, que são parte das maiores prejudicadas na ofensiva de retirada de direitos.  “Estamos aqui hoje, homens e mulheres, em uma luta unificada para que a classe trabalhadora tenha dignidade, o 8 de março é parte das lutas que nós, mulheres temos protagonizado nas ruas, foram grandes atos e mobilizações que garantiram a transformação de realidades não só no Brasil, mas no mundo”, relembrou Luciana Carneiro.

Foto: Claudio Cammarota

Uma das servidoras que participou da manifestação foi Dímpina Ramos, aposentada da Justiça Federal. Para Dímpina, os atos do dia 8 de março são momentos de mostrar a força da mobilização das mulheres. “Estamos sendo muito massacrados e se não tomarmos as ruas corremos o risco de não termos nossas reivindicações; a única forma que temos é pressionar por nossos direitos senão o mercado toma conta”, destacou a aposentada.

O combate à violência de gênero também foi um dos motes do ato. Um levantamento divulgado pelo site G1, apontou o aumento dos casos de feminicídio em 2022. Foram 1,4 mil mulheres mortas apenas pelo fato de serem mulheres – uma a cada 6 horas, em média. Para a servidora Rosana Nanatornis, aposentada da Justiça Eleitoral, o avanço da violência contra a mulher torna ainda mais imprescindível as mobilizações do 8 de março. “Estamos vendo feminicídio aumentando, nossa liberdade de andar na rua cada vez mais restrita, e o cerceamento dos nossos direitos garantidos anteriormente, por isso temos que tomar a rua não só no dia 8, mas sempre”, disse a servidora.

Resgate histórico do 8 de março

Dando continuidade as atividades do mês da mulher trabalhadora, o Sindicato recebe a categoria em sua sede para um debate que visa resgatar o sentido histórico do 8 de março, neste sábado, 11 de março, a partir das 14h.

A atividade, organizada pelo Coletivo de Mulheres do Sintrajud, contará com a participação da pesquisadora Tabata Berg, doutora em sociologia na Unicamp, e Marisa Mendes, secretária de Assuntos da Situação da Mulher do Sindicato dos Metroviários de São Paulo e integrante do Movimento Mulheres em Luta.

O grupo de teatro Erga Omnes abrirá a atividade com a apresentação de “Quarto de despejo: Diário de uma favelada”, texto da célebre autora preta brasileira, Carolina Maria de Jesus.

O debate começa às 14h e será aberto à participação de todos, homens e mulheres, presencialmente e pela internet (clique aqui para participar). Quem comparecer ao Sindicato poderá participar também do coquetel, ao fim da atividade.

 

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