Mesmo com as fortes chuvas, milhares de mulheres tomaram as ruas nesta quarta-feira, 8 de março, em mais um ato do Dia Internacional das Mulheres Trabalhadoras. O ato “Mulheres nas Ruas em Defesa da Democracia” começou no início da noite, no vão livre do MASP, e marchou até a praça Roosevelt com bandeiras contra a fome, por direitos trabalhistas, punição aos golpistas e racistas e pela legalização do aborto.
O Coletivo de Mulheres do Sindicato participou do ato com cartazes em defesa da democracia e contra o assédio, além de uma faixa pedindo prisão para Marcos Scalercio e em apoio às dezenas de vítimas de denúncias de assédio que pairam sobre o magistrado do TRT-2.
As servidoras e servidores que estiveram na manifestação destacaram a importância do dia 8 de março no calendário de lutas das mulheres trabalhadoras, que são parte das maiores prejudicadas na ofensiva de retirada de direitos. “Estamos aqui hoje, homens e mulheres, em uma luta unificada para que a classe trabalhadora tenha dignidade, o 8 de março é parte das lutas que nós, mulheres temos protagonizado nas ruas, foram grandes atos e mobilizações que garantiram a transformação de realidades não só no Brasil, mas no mundo”, relembrou Luciana Carneiro.
Uma das servidoras que participou da manifestação foi Dímpina Ramos, aposentada da Justiça Federal. Para Dímpina, os atos do dia 8 de março são momentos de mostrar a força da mobilização das mulheres. “Estamos sendo muito massacrados e se não tomarmos as ruas corremos o risco de não termos nossas reivindicações; a única forma que temos é pressionar por nossos direitos senão o mercado toma conta”, destacou a aposentada.
O combate à violência de gênero também foi um dos motes do ato. Um levantamento divulgado pelo site G1, apontou o aumento dos casos de feminicídio em 2022. Foram 1,4 mil mulheres mortas apenas pelo fato de serem mulheres – uma a cada 6 horas, em média. Para a servidora Rosana Nanatornis, aposentada da Justiça Eleitoral, o avanço da violência contra a mulher torna ainda mais imprescindível as mobilizações do 8 de março. “Estamos vendo feminicídio aumentando, nossa liberdade de andar na rua cada vez mais restrita, e o cerceamento dos nossos direitos garantidos anteriormente, por isso temos que tomar a rua não só no dia 8, mas sempre”, disse a servidora.
Resgate histórico do 8 de março
Dando continuidade as atividades do mês da mulher trabalhadora, o Sindicato recebe a categoria em sua sede para um debate que visa resgatar o sentido histórico do 8 de março, neste sábado, 11 de março, a partir das 14h.
A atividade, organizada pelo Coletivo de Mulheres do Sintrajud, contará com a participação da pesquisadora Tabata Berg, doutora em sociologia na Unicamp, e Marisa Mendes, secretária de Assuntos da Situação da Mulher do Sindicato dos Metroviários de São Paulo e integrante do Movimento Mulheres em Luta.
O grupo de teatro Erga Omnes abrirá a atividade com a apresentação de “Quarto de despejo: Diário de uma favelada”, texto da célebre autora preta brasileira, Carolina Maria de Jesus.
O debate começa às 14h e será aberto à participação de todos, homens e mulheres, presencialmente e pela internet (clique aqui para participar). Quem comparecer ao Sindicato poderá participar também do coquetel, ao fim da atividade.