Morreu Paulo Roberto Rios Ribeiro, o Paulo Rios, na quarta-feira, 27 de março de 2024, em São Paulo. As lutas imediatas e históricas da classe trabalhadora perde o militante que liderou um movimento coletivo que ousou desafiar e enfrentar, ainda nos anos 1990, quem fazia, com autoridade supostamente imperial, do público espaço da Justiça lugar de desmandos, autoritarismo e interesses individuais, privados e mesquinhos.
Morreu Paulo Rios, servidor do TRT16 e que presidiu o Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal e MPU no Maranhão (Sintrajufe-MA). Por três vezes, integrou as direções da federação nacional do setor, a Fenajufe. Também militou no Coletivo LutaFenajufe.
Demitido ao participar da emblemática atuação sindical que denunciou desmandos e nepotismo na administração do tribunal trabalhista maranhense, por 11 anos embalou uma campanha que, na prática e no simbolismo, ia muito além da busca por sua reintegração.
Expressava a defesa coletiva dos serviços públicos, gratuitos, laicos e impessoais como espaços verdadeiramente públicos voltados para a população e não para interesses de castas e elites.
A sua reintegração ganhou proporções de vitória nacional das lutas sindicais e políticas da classe trabalhadora no Judiciário Federal e no MPU. E deu frutos e foi além: motivou a legislação que proibiria expressamente o nepotismo nas órgãos públicos dos Três Poderes da República.
Posteriormente, levou militância, ideias e ideais para a luta sindical na Educação, na rede básica de São Luiz e na Universidade Estadual do Maranhão – insistindo, sempre, na mania que tinha em defender o serviço público, gratuito e voltado para os interesses e direitos coletivos.
Morreu Paulo Rios. Impossível falar da história sindical do Maranhão e do Brasil, das campanhas e embates travados no Judiciário Federal e no Ministério Público da União, sem lembrar deste militante que simbolizou como ninguém uma geração de servidoras e servidores militantes pioneira nas lutas do setor.
Paulo Rios nos últimos anos enfrentava uma grave doença, que limitava os movimentos de quem sempre expressara incansável disposição para agir, e acabou levando-o à morte.
Mas a sua história fica. Para sempre associada a quem enfrentava toda injustiça que lhe atravessasse o caminho, os nada fáceis desafios sindicais e da classe trabalhadora por uma transformação real e socialista da sociedade, com um sorriso no rosto e uma disposição que fazia, quem com ele estivesse, crer possível o que parecia incansável. Obrigado, Paulo Rios. Descanse em paz.
São Paulo, 27 de março de 2024
Sintrajud
(Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal no Estado de São Paulo)