Servidores municipais fazem novo ato contra previdência de Doria na terça, 20


16/03/2018 - helio batista

Professores e outras categorias de servidores municipais de São Paulo vão voltar a se manifestar diante da Câmara municipal na próxima terça-feira, 20, contra o projeto de reforma da previdência submetido ao Legislativo pelo prefeito João Dória (PSDB). Os servidores também estão prontos para antecipar essa manifestação, caso a Câmara decida acelerar a tramitação da proposta.

Em assembleia nesta quinta-feira, 15, os professores decidiram manter por tempo indeterminado a greve iniciada há mais de uma semana contra as mudanças na previdência.

Além da assembleia, o ato conjunto realizado também na quinta-feira (foto acima) pelos professores e pelas demais categorias fechou o Viaduto Jacareí, onde fica a sede do Legislativo. O ato reuniu cerca de 100 mil pessoas, segundo o Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem).

Em seguida, os servidores acompanharam a audiência pública sobre o projeto, lotando o Salão Nobre da Câmara, antes de seguir em passeata rumo à Avenida Paulista, onde se juntaram aos milhares de manifestantes que foram pedir justiça pelo assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL do Rio.

Aumento de alíquota

Apesar do clima tenso, da presença ostensiva das forças de segurança e da indignação dos servidores, não se repetiram as cenas de violência da véspera, quando eles foram atacados pela Guarda Civil Metropolitana e pela Tropa de Choque da Polícia Militar. Vários servidores foram feridos no confronto e a imagem do rosto ensanguentado da professora Luciana Xavier, que sofreu fratura no nariz, ganhou destaque na mídia.

Na audiência pública, dirigentes sindicais dos servidores manifestaram a disposição das categorias de continuar a luta contra a reforma proposta por Dória, que quer aumentar alíquotas de contribuição à Previdência e criar um novo fundo, submetido às regras do mercado financeiro.

Com a proposta, a contribuição passaria de 11% para 14%, mais uma alíquota temporária de até 5%. A reforma se baseia no mesmo pressuposto da reforma previdenciária pretendida pelo governo Temer em nível federal: um alegado “déficit” na Previdência do funcionalismo.

Servidores resistem

Aprovado na CCJ enquanto os servidores apanhavam da Guarda Municipal e da Polícia Militar, o projeto ainda tem de passar por mais duas comissões da Câmara antes de seguir para o plenário. Isso pode ser feito numa reunião conjunta, o chamado “Congresso de Comissões”, já no início da próxima semana. A intenção do prefeito, pré-candidato a governador pelo PSDB, é conseguir aprovar o texto até o fim do mês.

Para isso, porém, terá de enfrentar a resistência dos servidores, cuja greve fechou 90% das 1.600 escolas municipais, segundo o Sinpeem. Na Câmara, a oposição ao prefeito promete usar todos os meios à disposição para obstruir a votação da reforma.

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