Mulheres reforçam a luta contra todas as opressões em live do Sintrajud


11/12/2023 - Giselle Pereira
Encontro oportunizou troca de saberes entre mulheres do campo e da cidade.

Em live ocorrida no último dia 5, as ativistas da Frente Nacional de Lutas, Diolinda Souza, do Luta Popular, Maura Lopes e Movimento Olga Benário, Roseli Simão reafirmaram a luta contra as opressões e a importância da unidade classista diante dos desafios às mulheres do campo e da cidade. O debate é uma realização do Coletivo de Mulheres do Sintrajud – Mara Helena dos Reis e da diretoria do Sindicato, que tem como coordenadoras a diretora do Sindicato Camila Oliveira e a representante da Fenajufe, Luciana Carneiro.

As palestrantes, que estão inseridas em ocupações e assentamentos no estado de São Paulo, salientaram que a luta por moradia e pela reforma agrária também são atravessadas pela violência contra a mulher. “Somado ao machismo e às jornadas extensivas, temos ainda as violações cometidas pelo estado burguês que nega o acesso à terra, à moradia e as políticas públicas”, disse Maura Lopes, representante do Movimento Luta Popular, que está na liderança da ocupação Esperança, em Osasco.

A diretora Camila Oliveira ressalta a importância do debate que envolve mulheres do campo e da cidade.

As companheiras também se queixaram da fragilidade das políticas públicas que atendam as mulheres vítimas de violência doméstica. As diretrizes nacionais, respaldadas pela Lei Maria da Penha e pela Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, preconizam a criação de redes de atendimento. “O número de estupros e feminicídios em todo estado só aumenta. E, na prática, os atendimentos às vítimas de violência são precários”, criticou Roseli Simão, liderança da ocupação de mulheres, em São Bernardo do Campo e integrante do Movimento Olga Benário.

Referindo-se ao protagonismo das mulheres no campo, Diolinda Alves de Souza acompanhou o crescimento da violência às companheiras, disse que ele está diretamente ligada à grilagem, à mineração e ao agronegócio. Segundo ela, as mulheres são as principais lideranças nas comunidades rurais e assentamentos e estão vulneráveis à truculência e violência de todos os tipos. “No Pontal do Paraná Panema, interior de São Paulo, as mulheres atuaram na linha de frente, inclusive enfrentaram a CPI das ocupações. Nós somos as protagonistas da luta pela da reforma agrária no Brasil”.

​As lideranças reforçam ainda a importância da mobilização nas ruas não só contra o patriarcado, mas também contra o capitalismo que produz miséria e violência não só no campo, como também na cidade.

Trabalho não remunerado. Dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua) mostram que, de 2016 a 2022, as mulheres relataram dedicar, em média, 21,3 horas por semana às tarefas domésticas. É quase o dobro dos homens (11,1 horas). Se essas horas fossem remuneradas, o PIB cresceria 13,1% por ano no período.

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