Milhares em todo o mundo protestam em defesa do meio ambiente


23/09/2019 - Shuellen Peixoto

Foto: Marcus Vergne

Milhares de pessoas foram às ruas ao redor do mundo na última sexta-feira, 20, para participar de atos em defesa do meio ambiente e contra o aquecimento global. O movimento, que ficou conhecido como Greve Global pelo Clima, teve protestos em cerca de 150 países e em 20 estados brasileiros, segundo levantamento do jornal ‘O Globo’.

Os atos buscaram chamar a atenção dos governos de todo o mundo para a urgência de ações contra o aquecimento global e as mudanças climáticas decorrentes do modelo de “desenvolvimento” e consumo em voga. No Brasil, o tema passou a dominar o noticiário com o aumento da devastação na Amazônia e no Cerrado, causada pelas políticas do governo Jair Bolsonaro (PSL), que liberou a ação do agronegócio e nega os impactos à natureza da ação de produtores rurais.

Na opinião do servidor do TRT Tarcisio Ferreira, diretor do Sindicato, a luta em defesa do meio ambiente e contra o aquecimento global consegue reunir diversos setores por ser uma pauta transversal e que atinge a todos. “É uma pauta que tem se tornado cada vez mais central para os nossos destinos e das futuras gerações, e, no Brasil, os atos ganharam relevância especial frente  à vergonha internacional e aos retrocessos patrocinados por Bolsonaro e seus ministérios, que aprofundaram o caráter predatório e destrutivo da exploração dos recursos naturais como um dos pilares de nossa economia dependente e periférica”, destacou Tarcisio.

Foto: Arquivo Sintrajud

Em São Paulo a manifestação reuniu milhares de pessoas de todas as idades na Avenida Paulista. Os manifestantes exibiam cartazes em defesa da Amazônia com slogans como “Desculpe o transtorno, estamos salvando o planeta”, “Luto pelo futuro” e “Não existe planeta B”. As entidades organizadoras destacam que o Brasil tem papel fundamental na regulação do clima, pois o desmatamento na Amazônia impacta drasticamente as emissões de gases de efeito estufa, o que leva o país a ocupar o 7º lugar entre as nações que mais contribuem para as emissões mundiais.

Foto: arquivo Sintrajud

Antes da passeata, um grupo de crianças emocionou os manifestantes com cartazes, desenhos e falas em defesa do meio ambiente. Os pequenos destacavam que “ninguém é pequeno demais para fazer a diferença” e cantavam juntos “se não mudar, não vai dar para respirar”.

O ato seguiu em passeata até a praça Roosevelt, os manifestantes cantavam “Bolsonaro Sai, Amazônia fica” e “Não é nuvem, é poluição”.

Com um cartaz escrito “ Luto pela Amazônia e pelo cerrado”, a servidora Gisele, do TRT, acompanhou toda a manifestação. “Estou aqui para demonstrar minha indignação, esta situação que estamos vivendo com as queimadas é insustentável, não afeta somente o Brasil, mas o mundo inteiro, eles [líderes do governo] estão destruindo nossa sociedade e não podemos deixar isso”, afirmou Gisele.

Cúpula do Clima

Os protestos serviram para chamar mais atenção ao tema, já que nesta segunda-feira, 23, teve início a Cúpula do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, que reúne os líderes das potencias mundiais.  O presidente Jair Bolsonaro não compareceu ao primeiro dia do evento, mas afirmou que participará do restante da reunião.

Durante a reunião, o presidente da França, Emmanuel Macron, criticou a ausência do governo federal brasileiro na conferência e afirmou que as florestas tropicais estão desaparecendo rapidamente e que as queimadas têm aumentado. O Brasil, que possui 60% da maior floresta tropical do mundo, tenta convencer o mundo de que está com a situação sob controle, depois que o forte desmatamento e a propagação de incêndios florestais causaram uma crise internacional em agosto.

TALVEZ VOCÊ GOSTE TAMBÉM