O estereótipo do homem incapaz de demonstrar fragilidade, não chorar ou falar sobre seus sentimentos e a relação deste comportamento com a escalada de casos de violência contra a mulher será o tema da 49ª live do Sintrajud nesta terça-feira, 13 de outubro, às 18h. O bate-papo virtual será transmitido via Facebook, YouTube e aqui pelo site.
A live terá a participação das servidoras Fernanda de Oliveira, do TRT, e Luciana Carneiro, do TRF, além do professor Sérgio Barbosa, filosofo e coordenador do Projeto Tempo de Despertar, programa promovido pelo Ministério Público Estadual de São Paulo que tem como foco a reeducação de homens agressores denunciados de acordo com as previsões da Lei Maria da Penha. O projeto se tornou referência para reduzir a reincidência de violência doméstica e de gênero.
A transmissão ao vivo é parte das iniciativas do Coletivo de Mulheres do Sintrajud – Mara Helena dos Reis para buscar incentivar o debate e formação sobre o combate ao machismo na categoria e na sociedade. O coletivo escolheu debater masculinidade tóxica porque a noção de “ser homem” que cerceia sentimentos e tudo o que é considerado “fraqueza” (em geral associado ao feminino) afeta toda a sociedade. Às mulheres é imposto o papel social hierarquizado e dos homens se exige que “conquistem” tudo o que entenderem como objeto de cobiça, ainda que por meio da violência. Assim construiu-se uma cultura de naturalização das violações aos direitos da parcela feminina da população, desde o período da colonização baseada na escravização de seres humanos.
Essa trajetória histórica levou o Brasil a ser o quinto país que mais mata mulheres de forma violenta, ao primeiro lugar mundial em assassinatos de pessoas transexuais ou transgêneras e à chocante média de 180 estupros diários (sendo que estima-se que somente 10% dos crimes sexuais chegam a ser registrados).
O Sintrajud convida a categoria a participar da live e divulgar o evento.