JF/Jundiaí: Sindicato cobra suspensão do expediente presencial


13/09/2022 - Luciana Araujo
Obra e Resolução 514 impõem trabalho insalubre e servidores são obrigados a pular entulho para chegar a estações de atividade.

Desde a semana passada, servidores da Subseção Judiciária de Jundiaí são obrigados a trabalhar em meio à desmontagem do Fórum, que será transferido para outro endereço no próximo dia 20 de outubro. O Sindicato visitou o Fórum nesta segunda-feira, 12 de setembro, e flagrou uma situação caótica (gravada em vídeo que pode ser assistido ao final deste texto).

O Sintrajud protocolou requerimento demandando que seja suspenso o expediente presencial na unidade judiciária até que a mudança para o novo prédio seja completamente realizada.

“Verificamos condições absolutamente inadequadas de trabalho e as pessoas precisando transitar em corredores sem a menor condição de andar por eles, com materiais, desmonte de coisas. É absolutamente necessária a permissão do trabalho remoto e que seja suspenso o expediente presencial na Justiça Federal no JEF”, relata o diretor Fabiano dos Santos, também coordenador da Fenajufe, que visitou a subseção junto com a também diretora do Sindicato Anna Karenina.

Os dirigentes fizeram imagens no local, que foram anexadas ao requerimento, evidenciando as condições insalubres e os riscos que o funcionamento da subseção impõe a servidores e jurisdicionados.

Importante ressaltar que muitos dos usuários do JEF já chegam adoecidos ao local, para realização de perícias médicas. “Nosso requerimento está instrumentalizado com as imagens do que verificamos no local, e cobramos da administração a responsabilidade com a segurança e a saúde desses colegas e da população que frequenta o Fórum”, completa Fabiano dos Santos.

“Ficamos lá por poucas horas e já saímos cheios de coceira, narinas ardendo e tossindo. E os servidores têm que trabalhar o dia inteiro com aquele barulho, poeira, sujeira, cabos aparentes que aumentam o risco de alguém tropeçar e se machucar”, destaca Anna Karenina.

A realidade no Fórum é produto também da intransigência da administração Marisa Santos, que insiste na manutenção de 40% do efetivo presencial sem que o Regional e a Seção Judiciária de São Paulo assegurem condições adequadas.

Desde a imposição da Resolução 514, suspensa por 90 dias em virtude da mobilização da categoria, e reformada pela Resolução 530 sob a mesma lógica anterior, o Sintrajud denuncia que o retorno ao trabalho nas condições impostas por Marisa Santos é aviltante.

Os trabalhadores enfrentam a pandemia (que ainda não acabou) desnecessariamente, visto que o Judiciário manteve o funcionamento remoto com elevação de produtividade de acordo com a própria administração, problemas recorrentes nos sistemas de informática e reformas prediais que tornam o ambiente de trabalho ainda pior. Como no caso da falta de acesso até a banheiros na sede do Tribunal, que há mais de dois anos arrasta obras nos sanitários em um dos quadrantes da Torre Sul.

“A intransigência da administração em não liberar os servidores para trabalharem de suas casas nem mesmo numa situação pontual e temporária como a de Jundiaí evidencia a postura política, o descaso da administração e o desrespeito aos servidores. Não haveria prejuízo nenhum ao trabalho, há pouco tempo as pessoas estavam atendendo em home office e agora todos estão em situação de risco à integridade física, inclusive o público externo”, completa Anna Karenina.

Confira o vídeo gravado pelo Sindicato:

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