2015 marcou o Judiciário Federal. Foi o ano em que os servidores fizeram a maior greve da história da categoria, com grandes atos nos estados e em Brasília, resistiram ao gás de pimenta, ocuparam a Esplanada dos Ministérios e garantiram a aprovação da Lei 13.317/2016, que repôs parte das perdas acumuladas ao longo de quase dez anos.
As tabelas salariais com as duas últimas parcelas da reposição (novembro de 2018 e janeiro de 2019) estão em um encarte especial da última edição do Jornal do Judiciário, que traz também depoimentos de servidores que participaram da mobilização de 2015.
Em São Paulo, a categoria aprovou greve por tempo indeterminado em assembleia no dia 11 de junho daquele ano. A partir de então, o movimento paredista ganhou força em cada setor, vara e cartório eleitoral. Atos reuniram milhares na Avenida Paulista, diversas caravanas a Brasília pressionaram pela aprovação do PLC 28/2015, o projeto que previa a reposição salarial.
A força da greve, que chegou a 26 estados e o Distrito Federal, garantiu a aprovação do projeto no Senado, no dia 30 de junho.
A luta seguiu, e os servidores fizeram um grande ato em Brasília no dia 21 de julho para cobrar a sanção do PLC. No entanto, a então presidente Dilma Rousseff (PT) vetou o texto, sem reação à altura do STF.
Mesmo com o veto, os servidores continuaram mobilizados e vários estados mantiveram o movimento paredista. Em 14 de agosto, sem diálogo com a categoria, o então presidente do STF, Ricardo Lewandowski, encaminhou ao Congresso Nacional o PL 2648/2015, prevendo um reajuste menor que o proposto no PLC 28.
A pressão dos servidores pela derrubada do veto seguiu. A maioria dos estados suspendeu a greve e manteve o estado de mobilização. Mas em São Paulo a greve só foi suspensa no dia 11 de setembro de 2015. A luta, no entanto, continuou.
Na sessão do Congresso Nacional que debateu derrubada do veto 26/2015, em 18 de novembro, 251 deputados votaram em favor dos servidores. Eram necessários apenas mais seis votos para aprovar os 56% de reajuste previstos no PLC 28.
Entre os deputados por São Paulo, Ana Perugini (PT) e Renata Abreu (PODE) estiveram presentes à votação e se abstiveram; Guilherme Mussi (PP), Goulart (PSD), Herculano Passos (MDB), Jorge Tadeu Mudalen (DEM), Luiz Lauro Filho (PSB), Nelson Marquezelli (PTB), Paulo Freire (PR) e Roberto Freire (PPS) computaram presença à sessão, mas não registraram voto; Fausto Pinato (PP) faltou injustificadamente à sessão; Beto Mansur (MDB), Carlos Sampaio (PSDB), Marcelo Squassoni (PRB) e Ricardo Tripoli (PSDB) estavam presentes em sessão da Câmara no dia, mas não registraram presença na sessão do Congresso Nacional.
Foram 132 deputados que votaram pela manutenção do veto e contra os trabalhadores.
Mas a garra dos servidores em luta não arrefeceu, e a pressão seguiu até junho de 2016, quando o Senado aprovou o PLC 29 (antigo PL 2648/2015), promulgado como Lei 13.317/2016. Foram inúmeras rodadas de negociação em Brasília, atos nos estados e no STF.
Assim foi garantida a reposição salarial após anos de vencimentos praticamente estagnados.
Veja as tabelas salariais de novembro de 2018 e janeiro de 2019.