Em defesa da aposentadoria, Sintrajud orienta manutenção da greve dia 5


01/12/2017 - Shuellen Peixoto

As direções das centrais sindicais, à exceção da CSP-Conlutas e da Intersindical, decidiram suspender a greve geral marcada para esta terça-feira, 5. Em nota, os presidentes da CUT, Força Sindical, UGT, Nova Central e CSB afirmaram que a paralisação será suspensa “após o cancelamento da votação da Reforma da Previdência no dia 6”. O Sintrajud repudia essa decisão, que foi tomada às pressas, sem que sequer fossem convocadas todas as centrais sindicais (CSP-Conlutas não participou da reunião), num grave ataque a unidade e à democracia do movimento.

O Sintrajud convoca todos os servidores do Judiciário Federal a manter a greve de 24 horas. No dia 5, estaremos na rua junto com sindicatos de outras categorias, que também manterão suas greves, e o movimento social e popular em defesa da aposentadoria, do serviço público e contra a reforma trabalhista.  A concentração dos servidores do Judiciário Federal será às 14h, em frente ao Fórum Pedro Lessa (Av. Paulista, 1682), com assembleia geral para avaliar a mobilização e discutir os próximos passos da luta. O ato unificado acontecerá às 16h, no vão do MASP.

O cancelamento da greve geral pelas centrais ocorre justamente no momento em que o governo Temer enfrenta enormes dificuldades para organizar sua base parlamentar para aprovar a Reforma da Previdência. Na quinta-feira, 30, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), disse que o governo ainda está longe de atingir o número necessário de votos para aprovar as mudanças.

É inegável que a mobilização dos trabalhadores pressiona para que os deputados não votem esta Reforma que continua muito impopular, apesar dos esforços e dos milhões de reais dos cofres públicos gastos em propagandas mentirosas. No entanto, acreditamos que a PEC ainda não está derrotada. O governo já revelou que pretende avançar nas negociações para colocar em votação a PEC 287 no dia 13 de dezembro (garantindo bilhões de reais em emendas no orçamento e cargos nos ministérios para as bancadas).

Se, de fato, o governo pretende adiar a votação por conta das dificuldades que encontra para aprovar a Reforma, por que não aproveitar esse momento para enterrar de vez a proposta? Por que dar mais tempo para Temer articular apoio à medida? Em nossa opinião, desarticular uma greve nacional, que estava sendo construídas nas bases das categorias em todo o país, não fortalece a mobilização para barrar a Reforma.  Na verdade, essa decisão demonstra que as cúpulas das centrais preferem negociar às escondidas com o governo. Acreditamos que não há acordo possível quando se trata de retirada de direitos.

No momento em que os trabalhadores e o funcionalismo público são tão atacados com a reforma trabalhista, a Emenda Constitucional 95 (do teto dos gastos), a MP 805 (que aumenta a contribuição previdenciária), o PL 116/17 (projeto que facilita a demissão de servidores), entre tantos ataques, o papel que cumprem as grandes centrais ao desmontar uma greve geral é nefasto.

Repudiamos mais essa traição das centrais e convocamos nossa categoria a manter o dia 5 de dezembro como um dia nacional de luta com mobilização e paralisação, em articulação com nossa central sindical, a CSP-Conlutas.

Não aceitaremos retrocessos. Nenhum direito a menos!

TALVEZ VOCÊ GOSTE TAMBÉM