Editorial JJ574: Unir as lutas contra os múltiplos ataques


15/05/2018 - helio batista

A convocação do Dia Nacional de Lutas com atos nos estados para fortalecer a campanha salarial recoloca na ordem do dia uma urgência para a classe trabalhadora: a unificação das lutas contra o governo impopular que faz todas as maldades que um político com pretensões eleitorais não teria coragem. A mobilização foi convocada pelo Fórum das Entidades Sindicais Nacionais (Fonasefe) contra a ameaça de congelamento salarial a partir do próximo ano, como resultado da Emenda Constitucional 95/2016.

Foi a unidade dos trabalhadores dos setores público e privado que derrotou no ano passado e começo deste a tentativa de acabar de vez com a Previdência promovida por Temer. A greve geral de 28 de abril 2017 e as mobilizações que se seguiram ao longo do ano passado foram um marco para mostrar que é possível vencer os poderosos quandoVisitar site os trabalhadores se unem.

A vitória contra a repressão brutal na Nicarágua, onde 34 pessoas foram mortas pelas forças policiais do governo Daniel Ortega, também reafirma a importância da unidade. Lá, depois de verdadeiras batalhas nas ruas, o governo Central daquele país foi obrigado a revogar as mudanças aprovadas contra a legislação previdenciária.

A defesa do direito à aposentadoria segue na pauta. Acabar com ele continua sendo a meta do governo ilegítimo, do empresariado e dos grandes grupos de mídia. No dia 12 deste mês, Temer voltou a anunciar, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, que tentará aprovar a ‘reforma’ previdenciária ainda neste ano, após as eleições de outubro. Mais uma vez falou em suspender a intervenção federal no Rio de Janeiro para permitir a votação da PEC 287-A.

Fortalecer os atos de 23 de maio ganha importância ainda mais fundamental neste cenário. Assim como retomar a construção das mobilizações contra a tentativa de Temer de reverter a principal derrota que os trabalhadores brasileiros impuseram ao mercado até aqui. Além de unir iniciativas com juristas, advogados e docentes que enfrentam ameaças do CNJ por defenderem a Constituição acima da ‘reforma’ trabalhista que tira direitos.

A máxima vale também para os trabalhadores do Judiciário conseguirem fazer avançar nos tribunais em todo o país o debate da autogestão dos planos de saúde, contra os preços extorsivos e o péssimo atendimento imposto pelo mercado oligopolizado das operadoras de planos privados. Saúde de qualidade é direito constitucional de todos e obrigação do Estado.

E deve permanecer no horizonte das categorias organizadas a revogação da Emenda Constitucional 95 e seus efeitos sobre a política de congelamento salarial e do investimento social.

Essa política de arrocho sobre direitos sociais – que se intensifica com a EC-95, mas vem desde a Lei de Responsabilidade Fiscal de 2000 – é a principal responsável por tragédias como a do edifício no Largo do Paissandu. Neste episódio, o Sintrajud e a categoria se somaram à solidariedade aos desabrigados de forma exemplar. Esse é o caminho para arrancar novas vitórias. À luta!

TALVEZ VOCÊ GOSTE TAMBÉM