Foi realizada, no último fim de semana, a 1ª Plenária Nacional por Direitos Sociais, que definiu os eixos de luta e estratégias de atuação para o período. A campanha, organizada pela Auditoria Cidadã da Dívida Pública (ACD), conta com a participação de diversos movimentos sociais e sindicatos sob o mote “Vamos articular e fortalecer as lutas sociais por direitos”. A plenária foi transmitida no canal do YouTube da ACD, nos dias 23 e 24 de março.
A iniciativa visa aglutinar forças para as diversas lutas frente às restrições orçamentárias impostas pelo ‘novo’ arcabouço fiscal e mobilizar para que os governos coloquem os direitos sociais como prioridade. O evento ocorreu no Teatro dos Bancários, em Brasília. Representou o Sintrajud na atividade a diretora Anna Karenina; pela Fenajufe, Luciana Carneiro e Fabiano dos Santos, que também representou o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) e a CSP-Conlutas, central sindical à qual o Sintrajud é filiado.
O primeiro dia do evento foi dedicado às palestras de especialistas e lideranças sociais que abordaram temas como empregos e salários dignos, a luta dos estudantes no Brasil, os direitos dos povos originários, moradia, reforma agrária, Previdência Social, valorização do serviço e servidores públicos e outros direitos sociais para toda a população. Os trabalhos foram divididos em duas mesas de discussão, a primeira intitulada “O Retrato do Brasil”. Já a segunda mesa abordou “As Lutas do Povo Brasileiro”, com a participação do coordenador da Fenajufe Fabiano dos Santos abordando o tema “Luta por Investimentos nos Serviços Públicos e Valorização dos Servidores Públicos”.
A plenária aconteceu num momento importante, sobretudo para o funcionalismo que se organiza no Fonasefe. “Tivemos uma pequena vitória contra a tentativa de aprovar a reforma administrativa (PEC 32) no governo Bolsonaro, que queria acabar com os serviços públicos”, lembrou Fabiano. O dirigente salientou, no entanto, que esse é um ataque em curso que precisa ser enfrentado, como o teto de gastos, o arcabouço fiscal e a política de reajuste zero para 2024.
Fabiano destacou ainda que o funcionalismo entende que é preciso quebrar esse ciclo de desvalorização dos serviços públicos, e que o Fonasefe chama para organizar a greve geral.
O setor da educação federal já conta com o movimento paredista da Fasubra (técnico-administrativos das universidades), iniciado em 11 de março. Soma-se à greve nacional daquela categoria no próximo dia 3 de abril, o Sinasefe (servidores dos institutos federais). E, em seguida, o Andes-SN (docentes universitários), a partir do dia 15 de abril.
Nesse contexto, o Fórum Nacional dos Servidores convoca para mobilização nacional no dia 3 de abril e entre os dias 16 e 18 do mesmo mês, com a realização de atos, paralisações e marcha a Brasília. “O desafio é construir esses movimentos para fortalecer a defesa dos serviços públicos e os direitos sociais”, defendeu Fabiano dos Santos.
Na coordenação regional da campanha participam Sintrajud, Sitraemg/MG e Sindjufe/BA — sindicatos da base da Fenajufe. A campanha será dividida em grupos de trabalho de acordo com cada eixo, para intensificar a mobilização.