A aprovação e sanção sem vetos do PL do “leitinho” nos traz um certo alívio e até comemorações categoria afora.
Nossa luta foi árdua nos últimos sete anos, desde 2009 quando fizemos a primeira greve para que o projeto dos DGs fosse enviado à Câmara.
Naquele momento o projeto pelo qual fazíamos a greve, já não era o nosso.
Trocamos nosso projeto de carreira, estudado e aprovado nas legítimas instâncias da categoria, pelo projeto imposto pelos Diretores Gerais e defendido pelos sindicalistas chapabranca como o único possível no momento e com aprovação certa, um tal “cavalo selado”.
Pois bem, mesmo aceitando a troca (era o que tínhamos para o momento) o “cavalo selado” correu de nós por longos anos e longas greves e longas lutas, até chegar em 2015 como o PLC 28, aprovado por unanimidade no Senado, no histórico dia 30 de junho de 2015, e vetado pela então presidente.
O veto, as manifestações intensas em todo o país, a união da categoria como não se via há muito ou até, como diziam alguns, como nunca se viu, e a traição do STF atravessando outro projeto alternativo…alternativa da alternativa. Sim, porque o PLC 28 era o mesmo “cavalo selado”, o projeto dos DGs, era o que tínhamos para o momento. Não era o nosso projeto de carreira.
Agora vinha mais uma alternativa, o “Leitinho”, assim apelidado para gozar com o desrespeito do STF sobre nós. Não aceitávamos! Era uma afronta, um acinte! Queríamos a derrubada do veto ao PLC 28! Lutávamos para ter direito àquele projeto que nem era o nosso, já era o deles e mesmo assim lutávamos por ele.
Nas instâncias da categoria foi proposto pedir a retirada do Leitinho, dizíamos que ele era uma armadilha, que não repunha as perdas passadas nem as perdas futuras e nos amarrava as lutas por quatro anos.
Congresso Nacional: negociata, manipulação, traição e mais traição. O veto não caiu!
Nossa greve e manifestações históricas não foram suficientes para aprovar o projeto dos DGs enfiado por nossa goela em 2009.
Agora temos o “leitinho”. É merreca, não repõe as perdas, é parcelado até 2019, mas é o que temos para o momento.
Vamos à luta, porque sem luta nem essa merreca virá.
Grandes guerreir@s voltaram ao front, ou nem saíram de lá. Esforço imenso com substitutivos reapresentados a cada mês findo sem que a matéria fosse aprovada na Câmara.
Parabéns a todas e todos que lutaram!
Enfim o “leitinho”aprovado nas duas casas, mas perdemos a parcela de junho, ainda e apesar do empenho de noss@sgerreir@s atuando em BSB.
Como dizia o poeta “confesso que estou contente também”, mas não aceito que essa conquista, com toda a luta que envolveu, seja tratada como vitória.
Tá, era o que tínhamos para o momento,mas NÃO é vitória.
Lutamos por anos pela justa reposição das perdas inflacionárias de nossos salários e conseguimos uma merreca para pagar o leitinho das crianças, uma alternativa da alternativa, que não repõe as perdas passadas, tão pouco as futuras e nos amarra as lutas até 2019.
Isso pode ser vitória para quem não fez nada a não ser furar greve e mal dizer os sindicatos e colegas que lutaram.
Quem ajudou a construir o projeto de carreira, abriu mão dele pelo projeto dos DGs, lutou pela aprovação deste sem sucesso e terminou obrigado a implorar pela aprovação do leitinho…saiu cansad@ e até recompensa@o pela conquista, mas não vitorios@.
Considero que é fundamental refletirmos sobre tudo o que passamos e onde chegamos, porque acredito que a análise correta pode melhorar nossos caminhos para o futuro, afinal, a luta continua!
(*) Fausta Camilo de Fernandes é oficial de justiça da Justiça Federal em Caraguatatuba-SP.