Servidores do TRF, JF e JEF fazem ato contra o aumento abusivo da Amil


28/07/2017 - Shuellen Peixoto

Servidores do TRF, JEF e JF mostraram sua indignação contra o reajuste abusivo no plano de saúde no ato que aconteceu na tarde desta quinta-feira, 27, em frente ao TRF. Centenas de servidores colocaram máscara de médico e protestaram pedindo mais verbas para a saúde.

O reajuste de até 47% (que será escalonado entre as faixas etárias e salariais ) foi anunciado na terça-feira, 18. Quem tem até 18 anos, terá um reajuste de 20%, até 23 anos terá um aumento de 37% e as demais faixas etárias, terão reajuste de 47%. O aumento começa a vigorar a partir de agosto.

O Sintrajud foi contra o aumento na audiência, informação que constou em ata, e lembrou à Administração que em março deste ano, já houve um reajuste de 19% no plano de saúde.

Durante a manifestação, o economista Washington Luiz de Moura Lima, assessor do Sintrajud,  afirmou que houve uma redução no orçamento da assistência médica em 2017, comparado com os números de 2016.  O economista também ressaltou que globalmente, o orçamento do Poder Judiciário teve um aumento este ano, no entanto, as verbas foram distribuídas em outras áreas e o orçamento para assistência médica foi reduzido. Na opinião dos representantes do Sindicato, o Tribunal deve pedir crédito suplementar para assistência médica, o que é permitido mesmo com a EC 95 em vigor.

Segundo Gilberto Terra, servidor da JF Previdenciário e diretor do Sintrajud, a redução no orçamento para assistência médica foi uma inversão de prioridades. “Este reajuste absurdo é um exemplo de benefícios que estamos perdendo, não dá para admitir que o próprio Poder Judiciário rebaixe as verbas para saúde, não vamos aceitar esta inversão de prioridades aqui dentro, aqui importa mais as pessoas e a saúde de quem carrega nas costas o Poder Judiciário, que trabalham aqui dentro e aqui adoecem”, afirmou.

“Este aumento, no momento que o Governo Temer congela nossos direitos sociais e ameaça até retirar nosso reajuste do ano que vem, significa redução dos nossos salários”, afirmou Ana Luiza Figueiredo, servidora aposentada do TRF e diretora do Sintrajud. “Chega de jogar nas nossas costas o problema da saúde, somos nós que movemos este Tribunal e vamos continuar fazendo mais manifestações e mobilizações até o tribunal negociar com a gente, nossa saúde depende desta praça lotada [TRF]”, finalizou.

Audiência com a Presidente do TRF-3

A força da manifestação pressionou a Administração que aceitou receber os representantes do Sintrajud ainda na tarde desta quinta-feira, 27. A presidente do TRF-3, desembargadora Cecília Marcondes, manteve-se intransigente.  Apesar dos pedidos dos representantes do Sindicato, a desembargadora não permitiu a entrada da advogada e da jornalista da entidade, restringindo a reunião a apenas a presença das diretoras Maria Ires Graciano e Ana Luiza Figueiredo e do economista Washington Luiz de Moura Lima.

Durante a reunião, a desembargadora manteve a posição contrária ao pedido feito pelo Sindicato de suplementação de verbas para a assistência médica dos servidores. Os representantes do Sintrajud apresentaram o estudo econômico elaborado pelo economista Washington Luiz de Moura Lima, com os números do orçamento, e um requerimento que pede que o Tribunal adote posturas cabíveis quanto ao tema. As diretoras presentes falaram sobre a discordância do conjunto dos servidores diante deste aumento abusivo da Amil. Somente ao final da conversa, a presidente do TRF-3 aceitou receber o requerimento do Sindicato para análise.

Assembleia na quarta-feira, 2

Durante a manifestação, os servidores resolveram manter-se mobilizados. O ato foi o primeiro passo e garantiu que a presidente tenha recebido os representantes do Sintrajud. Por isso, os servidores marcaram uma assembleia para quarta-feira, 2, as 14h, em frente ao TRF. O objetivo é manter a mobilização contra o reajuste abusivo da Amil e por mais verbas para a saúde.

Os servidores também vão discutir novas propostas de tabelas de reajuste, que diminua as distorções geradas nas porcentagens pagas por cada servidor. Além de novas propostas que possam surgir.

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