Assembleia aprova greve de 24 horas no dia 15 de junho por reajuste e direitos


03/06/2022 - Shuellen Peixoto
Categoria aprovou adesão ao indicativo de greve nacional e realizará ato e assembleia híbrida em frente ao TRF-3 para discutir próximos passos da luta em defesa do reajuste, e contra a resolução que ataca o teletrabalho e as medidas de reestruturação.

Servidores e servidoras do Judiciário Federal de São Paulo aprovaram a realização de uma paralisação de 24 horas no dia 15 de junho (quarta-feira) na luta pela recomposição salarial da categoria. A data é o indicativo de greve aprovado pela diretoria da federação nacional (Fenajufe) e foi consenso na assembleia geral online desta quinta-feira, 3 de junho.

Além da paralisação, os servidores e servidoras vão realizar um ato e nova assembleia estadual em frente ao TRF-3, em formato híbrido. O objetivo é protestar e discutir os próximos passos da luta contra os ataques ao teletrabalho e as compensações indevidas na Justiça Federal da 3ª Região, a redução do quadro padrão de pessoal nas varas trabalhistas e reestruturações na Justiça Eleitoral, além da recomposição salarial.

A diretoria do Sintrajud ressaltou que a greve nacional é um passo fundamental que precisar ser dado na mobilização da campanha por recomposição dos salários da categoria — congelados pelo menos desde 2019, quando foi integralizada a última parcela da reposição parcial conquistada pela greve de 2015.

Durante a assembleia, os colegas deram informes sobre as últimas semanas de mobilização em Brasília e avaliaram que,  diante da negativa do governo em abrir negociação com as categorias do funcionalismo, apenas uma forte greve será capaz de garantir vitórias. “A greve nacional é uma proposta da Fenajufe e será construída pela categoria nacionalmente, porque estamos entendendo que é o momento de chamar todos os colegas para participar e construir um forte dia de paralisação. Porque se não começamos a construir um processo de mobilização forte, é possível que fiquemos sem nada de reposição salarial este ano”, afirmou Fabiano dos Santos, diretor do Sintrajud e coordenador da Fenajufe.

Os servidores também destacaram a necessidade de pressionar os presidentes dos tribunais superiores e do Supremo Tribunal Federal para garantir o reajuste. “Estamos há mais de dois anos em home office, arcando com os custos dos nossos trabalhos, entregamos tudo o necessário e geramos uma economia violenta para os tribunais. Não é possível que sejamos atacados dessa forma com negativa do que é nosso direito. Temos que nos unir e cobrar do STF que garanta nossa reposição”, disse o servidor do TRT-2 e diretor do Sintrajud Ismael Souza.

Ainda na avaliação dos presentes à assembleia, a greve nacional é um primeiro passo no fortalecimento da mobilização e construção de uma greve por tempo indeterminado. “Nossa categoria nunca passou por um governo que tenha negado reposição durante toda a gestão, são quatro anos de governo Bolsonaro e de congelamento salarial. Por isso temos que fortalecer a mobilização e construir uma greve por tempo indeterminado para arrancar do ministro Luiz Fux o projeto de lei que garanta nossa recomposição”, destacou Luciana Carneiro, diretora do Sintrajud e coordenadora da Fenajufe.

Outras categorias do serviço público federal já estão em greve por tempo indeterminado. Entre elas, servidores do Banco Central, do Tesouro Nacional e dos institutos federais do ensino básico, tecnológico e profissional. No INSS, uma greve de 62 dias garantiu um acordo que avançou em questões que o governo também negava, como a exigência de nível superior para ingresso nos cargos técnicos, e as promessas de reconhecimento da carreira como típica de Estado e não desconto dos dias parados.

Ainda durante a assembleia, os colegas aprovaram a denúncia da PEC 63/2013, que estabelece o pagamento de quinquênios restritos à magistratura e procuradores. Na avaliação dos servidores, se o projeto não for para todos e todas, vai se transformar em privilégio para a magistratura.

Justiça

Os servidores e servidoras também destacaram o repúdio ao assassinato do sergipano Genivaldo de Jesus Santos que foi morto por asfixia em uma “câmara de gás” improvisada numa viatura da Polícia Rodoviária Federal, na cidade de Umbaúba (Sergipe). A diretoria do Sintrajud já tinha manifestado repúdio e convocado a categoria para o ato que aconteceu em São Paulo no dia 1º de junho.

Os colegas também repudiaram o avanço da privatização da Petrobras e destacaram a solidariedade às vítimas das fortes chuvas em Pernambuco que deixou mais de cem mortos e centenas de famílias desabrigadas.

TALVEZ VOCÊ GOSTE TAMBÉM