SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL NO ESTADO DE SÃO PAULO
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JJ - Edição 234 - 13/12/2005 - Página 10

OPINIÃO DO SINTRAJUD


Lições de 2005

Chega ao fim mais um ano no qual nós servidores do Judiciário Federal estivemos juntos em muitos momentos de luta: campanha pelo plano de carreira, revisão do PCS, pagamentos dos 11,98% para os aposentados do TRE, incorporação de quintos, ‘FC cheia’, denúncia dos problemas com o ‘novo’ sistema de informática da JF (S3R), pressão sobre administrações autoritárias, campanha contra o assédio moral, luta pela anulação da reforma da Previdência e por aí vai.
No campo da organização dos trabalhadores, denunciamos as reformas sindical e trabalhista –movimento foi de certa forma vitorioso – e rompemos com a CUT (Central Única dos Trabalhadores), que se transformou em um braço sindical do governo Lula. Aderimos à construção da Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas), que, mais do que uma possível nova central, é uma alternativa de organização dos trabalhadores, dos desempregados, dos movimentos populares, enfim, dos que estão excluídos dos centros de poder econômico e político e que, juntos, reúnem força para lutar por ideais comuns. Elegemos a nova diretoria do Sintrajud, no ano em que completamos dez anos de uma vitoriosa unificação sindical.
Na política geral, posicionamo-nos contra a corrupção, pela apuração dos escândalos e pela punição dos responsáveis pelo esquema de compra de votos e de apoio de parlamentares e partidos. Estivemos na marcha a Brasília, convocada pela Conlutas, que exigiu a punição dos corruptos, a mudança da política econômica e social e o fim das contra-reformas de Lula.
Enfim, foi um ano de luta, como sempre, e que revelou para todo o país o que já dizíamos sobre a traição do governo Lula. O escândalo do “mensalão” é reflexo de uma atuação política que abandonou os trabalhadores para favorecer os ricos, os empresários, o agronegócio, os banqueiros. Deputados e partidos são comprados para aprovar medidas que atacam os trabalhadores, como a redução de aposentadorias.
É triste e dolorido ver a que ponto chegaram os que antes estavam do nosso lado, que diziam também defender uma outra sociedade, sem injustiças, sem exploração do homem pelo homem. Mas é preciso superar este momento e seguir adiante na construção de alternativas dos trabalhadores na busca de um mundo sem excluídos e explorados. A história não acabou. A luta continua.


As pizzas do ano

A recente descoberta de que o PT fez um depósito ilegal de R$ 1 milhão, no início do ano, na conta de uma empresa do vice-presidente da República, José de Alencar, prova que há muita coisa não revelada acerca do esquema de corrupção montado pela base governista.
A impressão que se tem é que a avalanche de denúncias vai, paradoxalmente, reduzindo o peso de escândalos anteriores – isto com a ajuda, é nítido, de uma mídia e de CPIs pouco interessadas em ir a fundo nas investigações dos casos.
É incrível que o vice-presidente tenha recebido R$ 1 milhão, em dinheiro vivo e ilegal, e fique tudo por isso mesmo, a ponto de o presidente Lula declarar que ‘não viu nada de anormal no caso’.
Há quem tente passar à população a idéia de que jamais se investigou tanto no país e que os culpados estão sendo punidos. A cassação do mandato do ex-deputado José Dirceu, ex-homem forte de Lula, seria a prova disso.
Mas não é bem assim. O fato é que as investigações ficaram restritas a uns poucos parlamentares e a responsabilidade do presidente Lula em momento algum foi investigada.
Atos explícitos de corrupção foram transformados em “uso de recursos não contabilizados nas campanhas eleitorais”. Linguagem eufemista que transforma atos de delinqüência em pequenos desvios contábeis.
Há, ainda, um ponto fundamental que nem a mídia nem os partidos da “oposição” oficial (PSDB/PFL) mencionam: como ficam as reformas constitucionais aprovadas por meio de um já comprovado “mensalão”? Vão continuar valendo?
É. Se depender deles, é isto que vai acontecer. Pior, novas contra-reformas que atacam os trabalhadores seguem tramitando no Congresso. É o caso da reforma sindical. Mesmo reduzida, segue pondo em risco direitos históricos dos trabalhadores.
São fatos que nos certificam de que só a mobilização e a luta direta dos trabalhadores é capaz de combater a corrupção, punir os responsáveis e anular leis impopulares aprovadas com votos comprados.




CARTAS E E-MAILS


Acesso à internet

Eu, Juan Carlos Ribeiro Moreno Diez, sindicalizado, lotado na 15ª Vara Cível federal, Fórum Pedro Lessa, venho perante o sindicato para informar que por várias vezes, desde que retiraram o nosso acesso à internet, eu coloquei o problema para os diretores do Sintrajud, os quais me prometiam que estariam tomando providências. Ocorre que nada aconteceu, cansado de esperar e sem ter acesso aos sites do sindicato e da Fenajufe tomei a iniciativa de correr atrás dos meus direitos e por minha iniciativa consegui, na presente data, a liberação para toda a terceira região e para todos os colegas o acesso aos sites do Sintrajud e Fenajufe, conforme procedimento ao final colocado.
Pois bem, agora eu me pergunto. Para que eu pago o sindicato? Será que eu deveria pedir, pelo menos a minha mensalidade de outubro de volta? Não, não vou fazer isso e tampouco vou me desfiliar. Mas prestem mais atenção em seus sindicalizados, porque eu gosto de vocês e deixo passar estas e outras (como o caso do Proged, que também estou pedindo providências há tempo), mas outros colegas estão se sentido um pouco abandonados e acabam se desfiliando e enfraquecendo o “caixa” e, conseqüentemente o movimento.
Após as minhas considerações eu só peço o seguinte: Informe aos colegas, pela imprensa, que o acesso aos sites Fenajufe e Sintrajud estão liberados, graças a Juan da 15ª Vara Cível. Grato.

Juan Carlos Ribeiro Moreno Diez


Cartas para esta seção devem ser enviadas para rua Antonio de Godoy, 88, Centro - SP - CEP 01034-000. Emails, para , com cópia para (confirmar recebimento).
Os textos devem ter, no máximo, 15 linhas.

DA REDAÇÃO: o sindicato requereu a liberação de acesso pelo menos às páginas “.org” e, até o momento, não obteve resposta do TRF. Ver reportagem à página 11.