Ao final do ato-assembléia, na quarta-feira 19, os servidores “abraçaram” o prédio do Tribunal Regional Federal. A manifestação cobrou, além da aprovação do PCS-3, que a presidenta Diva Malerbi receba o sindicato e aceite iniciar um processo de negociações efetivas em torno das reivindicações específicas da categoria, como a integralização do pagamento da incorporação dos quintos para quem ocupou função comissionada entre dezembro de 1998 e 4 de setembro de 2001, melhores condições de trabalho, e outros pontos.
O ato simbólico também faz referência ao que ocorre hoje no TRT-2, TRT-15 e no TRE, tribunais cujas administrações ignoram demandas dos servidores e se recusam a abrir um canal de negociações objetivas. No TRT-2 e no TRE, as administrações nem sequer atenderam aos pedidos de liberação de servidores que estão na direção do sindicato para exercer atividades sindicais, como prevê a legislação.
Na Justiça Eleitoral, os aposentados até hoje não receberam o total dos valores referentes ao retroativo dos 11,98%.
Nos próximos dias a direção do sindicato vai procurar as administrações dos tribunais para cobrar o atendimento às reivindicações específicas.
Três dias após os mais fortes protestos nacionais desta campanha salarial, representantes dos sindicatos dos servidores do Judiciário Federal apontaram a necessidade de fortalecer a mobilização para construir a greve por tempo indeterminado da categoria.
Mas a reunião ampliada da federação nacional (Fenajufe), realizada no sábado 22, em Brasília, não apontou data para o início da greve pela aprovação da revisão do Plano de Cargos e Salários. Dois sindicatos, o Sintrajud de São Paulo e o do Rio Grande do Sul, levaram para reunião indicativo de paralisação por tempo indeterminado a partir da segunda quinzena de novembro, aprovado em suas assembléias gerais. Nova reunião nacional foi marcada para o dia 13 de novembro, também em Brasília.
O calendário aprovado prevê ainda que, de 3 a 11 de novembro, haverá rodada de assembléias nos estados. No dia 8 devem acontecer atos, assembléias, panfletagens, abordagem de parlamentares nos aeroportos e paralisação de duas horas no Ministério Público da União.
Os representantes do Sintrajud na reunião defenderam o indicativo de greve e alertaram para necessidade de aumentar a pressão para forçar a tramitação do projeto na Câmara e no Senado. Foi ressaltado por eles que o projeto hoje se encontra parado e que, sem mobilização, não haverá avanços este ano.
Para a direção do Sintrajud, o retorno do projeto ao Conselho Nacional de Justiça, mais do que uma formalidade, deve ser visto como uma medida protelatória que retardará a tramitação da proposta. O que só reforça a necessidade de construir de fato a greve. As assembléias em São Paulo ainda serão marcadas pela direção do sindicato.
No dia 14 de outubro, trabalhadores terceirizados do Administrativo do TRF-3 e do Fórum Criminal (Torre Beta) fizeram uma paralisação contra as péssimas condições de trabalho impostas pela empresa contratante - a Dima Construções e Serviços.
Diretores do Sintrajud que acompanharam a movimentação foram informados que os salários (em torno de 300 reais) estavam atrasados pelo segundo mês consecutivo.
O Nuop (órgão responsável pelos serviços terceirizados da primeira instância) informou ao sindicato que será aberto processo de penalização contra a empresa, o que pode levar até ao cancelamento do contrato. A gerência da empresa negou as denúncias e disse que os pagamentos foram regularizados.
O Sintrajud apóia a luta dos tercerizados.