.
.
.
O envio da proposta de revisão PCS (Plano de Cargos e Salários) do Judiciário Federal à Câmara dos Deputados supera etapa de uma luta que promete ser longa.
A mídia já começou a pautar o assunto tratando-o de forma negativa. Como sempre, divulga irreal média salarial do setor sem diferenciar salários de funções e cargos comissionados e até mesmo a remuneração de magistrados.
Não foi diferente nos outros PCSs. As adversidades, porém, foram superadas com base a muita mobilização e participação de boa parte da categoria, que por diversas vezes precisou parar para que o PCS andasse.
O projeto enviado pelo Supremo Tribunal Federal à Câmara é melhor do que a proposta original saída da comissão interdisciplinar criada em Brasília. Mas ainda possuí graves problemas, entre eles a discriminaÇão contra aposentados, a quebra da paridade e da isonomia.
Para não apenas fazê-lo percorrer os trâmites legislativos e políticos mas também modificá-lo de forma que caminhe ao encontro das propostas já aprovadas pela categoria, será necessária muita mobilização. Como das outras vezes, todos nós estamos convocados a participar.
A economia de receitas públicas para pagar juros da dívida bateu novo recorde em julho. O superávit primário, diferença entre receitas e despesas sem considerar os gastos com juros, alcançou fabulosos R$ 8,8 bilhões, patamar jamais alcançado desde que o Banco Central introduziu tal referencial fiscal, em 1991.
Comparado ao mesmo mês de 2004, o aumento no superávit é de 32,9%. Isto significa que tivemos mais cortes nos gastos públicos, nos investimentos, nos serviços essenciais à população. É uma demonstração nítida do governo Lula para as elites financeiras e empresariais, daqui e do exterior, que, mesmo em meio à crise, seguirá sendo um fiel administrador desta política fiscal que torna cada dia mais ricos os já ricos banqueiros e grandes empresários, que, aliás, estão lucrando mais sob a gestão de Lula do que a de Fernando Henrique Cardoso. A transferência sistemática da riqueza produzida pelos milhões de trabalhadores brasileiros será mantida e ampliada. Vide as manobras vergonhosas praticadas pelo Planalto e deputados - aliados do governo ou da oposição PFL/PSDB, para manter o salário mínimo em R$ 300,00. Ou as retaliações contra servidores que fizeram greve para exigir um reajuste no lugar da provocação do 0,1%.
Enquanto isso, o presidente Lula percorre o país propagando sua origem pobre e sertaneja e as ameaças de um golpe da elite que só existe na ficção de quem traiu milhões de brasileiros.
As recentes revelações sobre o assassinato do brasileiro Jean Charles de Menezes em Londres mostram que a versão inicial da polícia inglesa não passou de uma farsa.
Radicado em Londres, Jean foi morto com oito tiros, sete deles na nuca. A polícia alega que agiu pressionada pela suspeita de que ele fosse um terrorista prestes a detonar bombas no metrô da capital inglesa. Disse que Jean correu e que vestia um casaco grosso, impróprio para o clima do dia
A versão de que Jean teria corrido e vestia tal casaco, porém, está sendo contestada. Jornais ingleses já falam abertamente que a polícia mentiu.
As autoridades britânicas, no entanto, seguem elogiando a atuação da polícia e os métodos de combate ao terrorismo. E preparam medidas de restrição aos imigrantes.
A Inglaterra é o principal aliado dos Estados Unidos na violenta ocupação militar em curso no Iraque. Agora, segue a ex-colônia também no ataque às liberdades individuais e aos direitos humanos, ocorridos após os atentados de 11 de setembro
No Texas, próximo ao rancho onde o presidente dos EUA, George W. Bush, passa férias, a mãe de um soldado norte-americano morto no Iraque faz uma vigília antiguerra há dias. A repórteres, diz que seu filho não foi morto por terroristas, mas por sunitas que lutam contra a invasão de seu país. Há poucos dias, quase mil iraquianos morreram em decorrência do pânico causado por supostas bombas.
A invasão do Iraque, segunda maior reserva de petróleo do mundo, levada a cabo em nome de uma suposta democracia, mostra-se cada vez mais uma tragédia.
Desaprovo veementemente a participação do Sintrajud na manifestação de quarta-feira, em Brasília, dia 17 de agosto, em que se pedia a saída de Lula. A inevitável reeleição de Lula foi abortada pelas denúncias de caixa 2 e mensalão, procedimentos comuns em governos anteriores, quando surge a oportunidade para os oposicionistas, com apoio maciço da mídia, enfraquecer sua imagem e pavimentar o caminho para o PSDB, o partido das elites. O MST e a CUT, ainda um dos poucos grupos com verdadeira representatividade popular, entenderam a situação delicada e decidiram denunciar o golpe do impedimento. As atitudes do PSOL e PSTU não se diferenciam da do PFL e do PSDB: colocar lenha na fogueira, enfraquecer a governabilidade, prejudicar a população. Estão, indiretamente, conduzindo Alckmin, FHC ou Serra para o Planalto, alijando do poder o que ainda resta de representatividade popular Já vimos esse filme antes. Como filiado do Sintrajud há mais de dez anos e ex-diretor de base, questiono o uso do dinheiro das contribuições mensais para financiar viagens desse tipo, misturando interesses partidários com interesses dos servidores.
A participação na marcha a Brasília organizada pela Coordenação Nacional de Lutas foi aprovada nas assembléias setoriais e geral da categoria, assim como no Congresso Estadual de abril. As posições defendidas pelo sindicato passam pelos fóruns democráticos e abertos da organização sindical dos servidores do Judiciário. Entre elas, as de se opor à corrupção e à política neoliberal adotada pelo governo Lula e o Congresso Nacional, aí incluídos o PFL e o PSDB do prefeito José Serra e FHC, que tanto atacam os trabalhadores e os servidores públicos. É um direito garantido a cada servidor pensar diferente e defender suas posições nos fóruns da categoria.
