SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL NO ESTADO DE SÃO PAULO
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JJ - Edição 79 - 17/12/2001 - Página 10

OPINIÃO DO SINTRAJUD

Desafios de 2002

Não foram poucas as vezes em que os servidores do Judiciário Federal se mobilizaram no ano 2001 para lutar por suas reivindicações. Foram incontáveis atos públicos, audiências de negociação - em São Paulo e em Brasília - , caravanas à capital do país, campanhas de mensagem a parlamentares, enfim, por todos os meios nos manifestamos e brigamos pelo que consideramos justo e devido. Fomos à greve conseguimos fazer com que o projeto que revisa o Plano de Cargos e Salários, e reduz as injustiças e disparidades hoje presentes no PCS, chegasse ao Congresso Nacional.
Nestas empreitadas, convocadas pela direção executiva e de base do sindicato e da federação, os servidores de diversos setores se uniram e tornaram-se mais fortes.
Mas constatamos também que no ano 2002 teremos ainda maiores desafios. Como prevíamos, o PCS já esbarra na política de ajuste fiscal do governo Fernando Henrique. Faz-se necessário mais mobilização.
Precisamos estar preparados e unidos para isso. Está em nossas mãos fazer com que, em 2002, as vitórias que ainda estamos construindo de fato se consolidem.


Calote nas aposentadorias

Na semana passada o governo da Argentina viveu um dilema: pagar a aposentadoria de 1,4 milhão de trabalhadores ou saldar mais uma parcela da dívida pública externa. Decidiu a favor dos banqueiros e vai atrasar por pelo menos mais de uma semana as aposentadorias. O 13º salário do funcionalismo corre o risco de nem sequer ser pago. Há vários meses, servidores de diversas províncias recebem parte de seus salários em título público, em geral comercializados por valores inferiores aos de face.
Assim caminha, para o abismo, a Argentina. País que já viveu sob os melhores índices sociais da América Latina, hoje vê sua economia e sua condição de vida despencar. Mas o que fez este país para chegar onde chegou? O que fez este país vizinho nos últimos 15 anos? Seguiu com exemplar obediência a cartilha neoliberal do Fundo Monetário Internacional. Privatizou quase todas suas estatais, congelou salários de servidores por mais de 10 anos, passou para setores privados o controle de quase todos os serviços básicos, como transporte, telefonia e energia.
Desregulamentou ainda a legislação trabalhista, como querem fazer aqui no Brasil, mesmo que para isso tenham sido necessárias escandalosas transações financeiras envolvendo senadores. Na semana passada, a mesma do anúncio do calote das aposentadorias, os índices oficiais acusavam uma taxa de desemprego perto de 19%.
Na quinta-feira, o país parou pela sétima vez contra a política econômica do governo De la Rúa. Os trabalhadores foram às ruas dizer que não aceitam mais a estranha lógica, também adotada por aqui, que considera aceitável o calote contra salários e aposentadorias, e não admite a suspensão do pagamento de uma dívida movida a juros indecentes.


Vítimas da guerra

É impossível calcular os estragos imediatos e em um futuro próximo a vidas humanas causado pelo ataque militar dos Estados Unidos contra o Afeganistão. Antes mesmo dessa guerra, sabia-se que perto de um terço da população de 15 milhões de afegãos sobrevivia graças às ajudas humanitárias. As estimativas das organizações não governamentais é de que esse contigente de esfomeados suba para 7,5 milhões de pessoas em virtude dos bombardeios.
A imprensa pouco divulgou, mas ates de iniciar os ataques, Washington exigiu a eliminação de comboios que forneciam boa parte dos alimentos à população civil, afegã.
Os intermináveis bombardeios ao Afeganistão destruíram este país já tão arrasado. Não há justificativa para isso. Que o terrorismo deve ser repudiado e combatido, não há dúvidas. Mas esse suposto combate não pode ocorrer às custas de vidas de inocentes e com atos igualmente violentos contra alvos civis.
Agora, depois de tantas vidas ceifadas, surge uma aparentemente inaudível fita que tenta provar que Bin Laden é de fato o autor dos atentados. Mais importante do que saber se ela é autentica ou não, é o que pode estar por trás dessa iniciativa do governo Bush. Pode sinalizar um acirramento nos ataques contra povos civis, como já se observa no massacre israelense contra a população civil da Palestina, sob o argumento de que "respondem" a atentados contra israelenses. Fatos que reforçam a certeza de que os povos do mundo devem se unir contra as atrocidades cometidas pelo imperialismo em nome de uma suposta luta do "bem" contra o "mal".


IMAGEM

TERROR - Após a notícia de que as aposentadorias na Argentina seriam atrasadas pelo governo para fazer caixa para pagar ao FMI, aposentadas protestam exibindo montagem do jornal "La Nacion", que diz que Bin Laden enviou dois terroristas para destruir o país: Cavallo e De la Rúa.


AGENDA SINDICAL

VAI ACONTECER

18 de dezembro - Eleição complementar da diretoria de base
19 de dezembro - confraternização do Núcleo de Aposentados do Sintrajud, no 5º andar do Sindicato, 15h.
20 e 21 de dezembro - Reunião da Diretoria Plena.
21 de dezembro - Confraternização dos servidores da Baixada Santista, no antigo bar Catavento, na Ilha Porchat, em São Vicente.
2 de janeiro - Posse da nova diretoria do Sindicato da Polícia Federal.
31 de janeiro a 05 de fevereiro - Fórum Social Mundial, em Porto Alegre.

ACONTECEU

7 de dezembro - 5a Festa do Chopp, na Quadra da Escola Rosas de Ouro, Freguesia do Ó.
7 e 8 de dezembro - Congresso do Sintrajufe/PI, em Teresina.
7 a 9 de dezembro - Congresso do Sindjus/DF, em Brasília.
14 de dezembro - Reunião dos Oficiais de Justiça, no 5º andar do sindicato.


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