Atos de 8 de março pediram ‘Fora Bolsonaro, Doria e Mamãe Falei’ e fim de violências


09/03/2022 - Luciana Araujo
Sintrajud esteve presente à manifestação na capital paulista, que teve início no vão do Masp e foi encerrada na Praça Roosevelt.

Categoria representada ao final da manifestação pelo Dia Internacional de Luta das Mulheres (Fotos: Arquivo Sintrajud).

A categoria esteve representada nesta terça-feira na manifestação pelo Dia Internacional de Luta das Mulheres, na capital paulista. O ato que começou por volta das 16 horas no vão livre do Masp foi encerrado perto das 20 horas na Praça Roosevelt. Além da tradicional defesa dos direitos das mulheres e denúncia das recorrentes violências  patriarcais e racistas na sociedade brasileira, ganhou destaque no ato a cobrança da cassação do mandato do deputado estadual Arthur do Val, o ‘Mamãe falei’, que o Sindicato também defende.

O protesto foi engrossado ainda por servidores e servidoras públicas e suas entidades representativas de diversas categorias, como parte da campanha salarial deste ano. O funcionalismo cobra a reposição de 19,99% de perdas acumuladas nos três anos da gestão Bolsonaro, e ressalta que a precarização dos serviços e ataques aos servidores refletem diretamente no atendimento à população, especialmente às mulheres.

Historicamente são empurradas à parcela feminina da população tarefas que deveriam ser obrigação do Estado: cuidados com doentes, atenção a crianças sem vagas em creches e escolas públicas, entre outras. Além disso, o “enxugamento” do setor público defendido pelo governo impacta no atendimento às mulheres vítimas de violência, na liberação de benefícios assistenciais e previdenciários e na inviabilização de políticas de saúde.

Diante dos ataques promovidos à classe trabalhadora e às mulheres pelos governos federal e estadual, o ato em São Paulo tinha como slogan: ‘Pela vida das mulheres: Bolsonaro e Doria nunca mais! Por um Brasil sem machismo, racismo, LGBTQIA+fobia e fome!’

Um dia antes dos Dia da Mulher, estudo realizado pelo Fòrum Brasileiro de Segurança Pública apontou que uma mulher é estuprada no país a cada 10 minutos, e uma é assassinada a cada 7 horas. Os registros, reconhecidamente, subnotificados, refletem números de guerra. O governo federal, no entanto, reduziu o orçamento para enfrentamento às violências contra as mulheres nos últimos três anos, e em 2021 empenhou menos apenas 43,8% da dotação recebida pela pasta da Mulher, Família e Direitos Humanos, sob comando da extremista Damares Alves, que tentou intervir diretamente para tentar evitar que uma menina de 10 anos violentada por um tio no Espírito Santo tivesse acesso ao abortamento previsto em lei. Em São Paulo, serviços de atendimento a mulheres têm sido precarizados ao longo dos anos.

Em diversas capitais do país e em todo o mundo ocorreram manifestações na data que lembra que os direitos femininos hoje constantes nas legislações são fruto da luta. Mulheres que resistiram à escravização. Operárias que deflagraram greves contra jornadas de trabalho abusivas e o assédio sexual no emprego e impulsionaram movimentos como a Revolução Russa de 1917. Feministas que lutaram pelo direito de voto, igualdade salarial e leis coercitivas da violência de gênero, além de alterações em códigos legislativos que subordinavam juridicamente a parcela feminina da população a seus pais, maridos e companheiros.

Integrantes do Coletivo de Mulheres do Sintrajud presentes ao ato na Paulista.

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