Assembleia aprova ‘apagão’ no judiciário em 16 de março por reposição salarial


25/02/2022 - Shuellen Peixoto
Servidores aderiram ao calendário nacional unificado de mobilização dos servidores públicos em defesa da reposição emergencial de 19,99%.

Servidores e servidoras do Judiciário Federal em São Paulo aprovaram a realização de um ‘apagão’ em 16 de março, dia nacional de mobilização pela reposição emergencial de 19,99%. A proposta foi aprovada na assembleia geral que aconteceu na noite desta quinta-feira, 24 de fevereiro, via plataforma Zoom e reuniu mais de 150 servidores e servidoras. Colegas de todos os ramos do PJU ratificaram a necessidade de construir a mobilização da categoria e aprovaram a adesão à campanha salarial unificada dos servidores públicos federais contra o congelamento salarial que já se arrasta por três anos.

O ‘apagão’ consistirá no desligamento de todos os sistemas de trabalho na data, com orientação de que em todo o estado nenhum servidor ou servidora faça login nas máquinas e programas de trabalho. Ao longo do dia o Sindicato organizará atividades de debates sobre a demanda salarial e vai transmitir a mobilização nacional em suas mídias.

A campanha, organizada pelo Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Federais, do qual a Fenajufe participa) e o Fonacate (fórum das chamadas carreiras típicas de Estado), tem o objetivo de pressionar o governo federal a repor as perdas inflacionárias desde 2019. “Há diferentes níveis de congelamentos salariais nas categorias do serviço público federal, a campanha unifica em torno do período do governo Bolsonaro, de 2019 a 2021, no qual não foi concedido reajuste para nenhuma categoria. Estamos reivindicando o índice de 19,99%, que é relativo a esse período”, explicou Fabiano dos Santos, diretor do Sintrajud e coordenador da Fenajufe.

Durante a assembleia, os diretores do Sindicato fizeram informes sobre a campanha, as atividades já realizadas até o momento em Brasília e destacaram a intransigência do governo em receber as entidades representativas do funcionalismo. Também destacaram a audiência do Sintrajud com o ministro Luiz Fux, presidente do STF. que se comprometeu a encaminhar a sessão administrativa da Corte as reivindicações de recomposição salarial e alteração para nível superior da escolaridade exigida no ingresso na carreira de técnico judiciário.

Na avaliação dos colegas presentes à atividade, a falta de negociação com o governo federal e o resultado das reuniões do Sindicato e da Fenajufe com presidente do STF demonstram a necessidade de unir forças com as demais categorias e pressionar pelo fim do congelamento salarial.

“Ano passado tivemos uma vitória, ainda que parcial, que foi impedir a aprovação da PEC 32, e essa vitória só aconteceu por conta da unidade dos trabalhadores do serviço público. Agora temos a pauta da reposição salarial depois de anos de congelamento, e é a unidade dos servidores nacionalmente que vai conseguir arrancar essa vitória. Se não mobilizarmos agora, podemos seguir com salários congelados por mais três anos, pelo menos”, destacou Ismael Souza, diretor do Sindicato e servidor do TRT-2.

No calendário unificado, aprovado pela assembleia, além do ‘apagão’ no dia 16 de março, os servidores deliberaram ainda a construção de um dia de greve geral do funcionalismo, em 23 de março. Para organizar as pessoas que estarão participando do apagão no dia 16, a assembleia encaminhou à Fenajufe, a proposta de realização de uma sala virtual que reúna colegas de todo o país. “Nossa proposta é que no dia 16 façamos um ‘apagão’ no Judiciário, que os colegas no horário de trabalho participem de uma sala virtual, que deve ser convocada pela Fenajufe, para conversar sobre a mobilização nos estados”, destacou Henrique Sales, diretor do Sintrajud.

Congrejufe

Além da organização da campanha salarial, os servidores e servidoras também aprovaram a proposta de adiamento do 11º Congresso Nacional da Fenajufe , que está programado para acontecer entre os dias 27 de abril e 1º de maio, em Curitiba.

Na opinião da ampla maioria dos colegas presentes à assembleia, a realização de um congresso presencial em um momento em que ainda há altos índices de contaminação e mortes em virtude da pandemia de covid-19, seria temerário. “Muitos de nós perdemos familiares e pessoas próximas, temos lutado incansavelmente para que nenhum colega tenha que se expor ao risco de contaminação indo presencialmente nos tribunais, então não considero razoável realizar o congresso neste momento colocando mais pessoas em risco de contaminação. O momento agora é jogar forças e mover toda a categoria para a luta pelo reajuste salarial”, afirmou Claudia Vilapiano, servidora da JF/Campinas e diretora do Sintrajud.

O ofício com a proposta de adiamento 11º Congrejufe e organização das atividades de greve foi encaminhado à Fenajufe nesta sexta, 24.

Moção de repúdio à guerra na Ucrânia

A assembleia aprovou ainda uma moção de repúdio à guerra na Ucrânia. Na madrugada desta quinta-feira, 24 de fevereiro, tropas russas invadiram o território do país vizinho, promovendo bombardeios que causaram já mais de cem mortes. Os servidores destacaram a solidariedade ao povo ucraniano e repudiaram os ataques, motivados, na opinião da categoria, por interesses imperialistas da Rússia e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

 

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