SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL NO ESTADO DE SÃO PAULO
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JJ - Edição 234 - 13/11/2005 - Página 4

7º ENCONTRO DOS APOSENTADOS


Por um PCS sem discriminação

Encontro, que reuniu cerca de 50 aposentados no sindicato, aposta na presença deste setor
nas lutas pelo PCS* Plínio empolga ao defender que aposentados resistam a ataques

Parte dos participantes posa para foto ao final do encontro, no sindicato

Por Hélcio Duarte Filho

Os aposentados prometem uma participação ativa na luta para aprovar o PCS (Plano de Cargos e Salários), com modificações que garantam a paridade e a isonomia para toda categoria
É o que foi decidido no 7º Encontro Estadual dos Aposentados do Judiciário Federal em São Paulo, realizado pelo Núcleo do Sintrajud, no sábado, 3 de dezembro. Os aposentados pretendem procurar deputados e senadores para defender os direitos deste segmento da categoria.
O resgate do papel de luta do Núcleo, com uma maior participação nas atividades gerais da categoria, foi defendido pelas diretoras do sindicato aposentadas Ana Fevereiro e Akiko Akiyama. “Temos que mostrar que temos capacidade, que podemos mudar o destino do país e até do mundo”, disse Akiko, ao criticar os governantes que tratam os aposentados como se eles não tivessem mais valor e fossem incapazes.
Os diretores do Sintrajud “da ativa” Eliseu Trindade, Márcio Lóis, Démerson Dias e Cláudio Klein participaram do encontro e defenderam a presença dos aposentados no dia-a-dia do sindicato. “O Núcleo tem que transformar as reuniões que discutem em ações”, propôs Claudio Klein, servidor do TRF, durante o ponto que tratou do plano de lutas.

‘Não parar de lutar’

Apresentação cultural durante o encontro

Falaram no encontro como palestrantes o professor Plínio de Arruda Sampaio e o dirigente sindical Ezequiel Ferreira, o representante da Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas), que defendeu a revogação da reforma da Previdência (ver texto na página 5). À tarde, a advogada do Sintrajud Eliana Villela expôs a situação das principais ações que envolvem o setor e respondeu a perguntas dos participantes.
Plínio, ao 75 anos, relatou as transformações políticas e econômicas que levaram à hegemonia do capitalismo e a ataques sem precedentes contra os trabalhadores. Com bom humor e sempre defendendo que os aposentados resistam, empolgou a platéia. “Não podemos ficar nostálgicos, não podemos parar de lutar”, disse.

* Na próxima edição, relato da palestra de Plínio Arruda Sampaio


Homenagem a Neli emociona encontro

Saudade e emoção marcaram a homenagem póstuma a Neli Suarez Henriques, militante política e servidora aposentada do TRT-2 que faleceu em agosto deste ano. A diretora do Sintrajud Ana Fevereiro disse que Neli segue presente nas lutas e nas reuniões dos aposentados. “Obrigado, Neli. Onde você estiver receba esta homenagem”, disse.
O marido da militante que atuava nas lutas do sindicato e nas lutas políticas do país participou do encontro e se emocionou. “Não sei por onde começo, pela mulher esposa, pela mulher companheira, pela mulher política, ela é o que se pode chamar de uma mulher completa”, disse Alberto Henriques. “A gente vai continuar lutando, temos que fazer a resistência”, defendeu. “Em nome da minha família, em nome até do PCB, ela era uma militante do PCB, a gente agradece a homenagem”, disse, chorando, para uma platéia também emocionada. Ao final, os músicos que se apresentavam no encontro tocaram “Naquela Mesa”, de Jacó do Bandolin: “Naquela mesa está faltando ela/ e a saudade dela está doendo em min”.


OPINIÃO DO SERVIDOR


‘Não pode esmorecer’
“Foi bem diversificado. Plínio Arruda Sampaio mostrou que a luta dos trabalhadores não pode esmorecer. O Núcleo é importante, é como uma família”
Ruth Pereira, aposentada da JF

‘Primeira vez’
“É a primeira vez que eu participo, foi bastante esclarecedor, me animei a voltar outras vezes, quero ver se passo a participar e a contribuir com o sindicato, é o exercício de nossos direitos”
Leuza Ferreira Guerra, da JT de Santos.

‘Tem que pressionar’
“É importantíssimo participar, ainda mais com esse governo. Eu não tenho participado porque estou com problemas particulares, mas preciso voltar. Ano que vem é ano eleitoral e a gente tem que pressionar”
Leda Ferraz, da JF

‘Combater o capitalismo’
“Foi um encontro formidável. Mostrou que precisamos combater o capitalismo. Antes, os pobres eram contra os ricos. Agora, os ricos são contra os pobres”
Ernesto Alberto Christ, do TRT-2