SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL NO ESTADO DE SÃO PAULO
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JJ - Edição 234 - 13/11/2005 - Página 12

ÚLTIMA REUNIÃO DO ANO


CJF equipara ‘alimentação’,
mas não julga 11,98%

Diretor do Sintrajud acompanhou reunião em Palmas, que não
atendeu à maioria das reivindicações dos servidores
* Sobre PCS, Vidigal diz que ele deve ser parcelado

Melque, diretor do Sintrajud (à direita), leva ao ministro Vidigal,
presidente do CJF, reivindicações da categoria, na sessão do Conselho no dia 9

Por Josi de Souza

A última reunião deste ano do Conselho da Justiça Federal, que aconteceu em Palmas (TO), no dia 9, não discutiu o pagamento dos 11,98%. Havia uma expectativa de que esse ponto fosse a voto nesta sessão, com chances de reverter decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que no ano passado rejeitou o pagamento dos juros relativos a esse passivo.
Outros pontos importantes da pauta de reivindicações entregues ao secretário-geral do CJF, Ney natal, no dia 1º de dezembro, também não foram abordados. Como o porte de arma funcional dos agentes de segurança e o aumento do auxílio-creche.
Das reivindicações, foi aprovado o reajuste do auxílio-alimentação para os servidores da Justiça Federal, equiparado ao que é pago no STJ e no STF. O benefício passará de R$ 480,00 para R$ 590,00, “condicionado” à disponibilidade orçamentária de cada tribunal. A medida entra em vigor a partir da publicação da portaria que a aprovou.
Sobre a liberação de verbas para quitar passivos, o presidente do STJ, ministro Edson Vidigal, que também preside o CJF, disse ao diretor do Sintrajud Antonio Melquíades do Anjos “Melqui”, que acompanhou a sessão em Palmas, que dos R$ 840 milhões que foram solicitados ao governo para quitar passivos, apenas R$ 4 milhões foram disponibilizados.
Com relação ao Plano de Cargos e Salários dos servidores, o ministro Vidigal afirmou que a questão teria sido encampada por Nelson Jobim (presidente do STF). Disse ainda que, na visão dele, o projeto deveria ser implementado aos poucos por demandar muitos recursos. Vidigal disse que a preocupação do atual governo é com juros e superávit primário.

Processo está parado desde 2003
Nas três últimas reuniões do CJF era esperada a inclusão na pauta do pagamento dos juros da URV. Em audiência com diretores do Sintrajud, no dia 21 de outubro deste ano, o ministro Edson Vidigal assumiu o compromisso de encaminhar o assunto para discussão tão logo recebesse o relatório sobre o processo.
Já na reunião do dia 18 de novembro, o Conselho cogitou discutir o assunto. A discussão acabou não acontecendo, uma vez não tinha sido entregue o parecer sobre o processo administrativo movido pelo sindicato que está no Tribunal Regional Federal da 3ª Região sobre os 11,98%
Parado desde 2003, o processo depende de relatório da desembargadora Diva Malerbi, presidente do TRF-3. Primeiramente, a emissão do referido relatório ficou sob a responsabilidade da desembargadora Anna Maria Pimentel. Com a mudança na presidência, passou às mãos de Diva, atual presidente.
Termina mais um ano sem que a questão tenha uma definição. “Essa dívida vem desde abril de 94 e até o momento não houve uma definição”, diz Adilson Rodrigues, diretor do Sintrajud e da federação nacional (Fenajufe).
O dirigente sindical informou que em contato com a assessoria de Diva Malerbi na semana passada, foi informado que ela não garantia a inclusão dos 11,98% na reunião do dia 9, “mas que iria se empenhar em encaminhar para a próxima”, prevista para fevereiro do próximo ano.

“Agentes de segurança defendem profissionalização”, está na página 6 e 7


Assédio pode ser causa de aumento do plano de saúde da Federal

Sindicato defende que aumento, que pode “anular” reajuste do
vale-alimentação, seja suspenso

Os servidores do Tribunal Regional Federal e da Justiça Federal em São Paulo vão receber um “presente de grego” da administração neste fim de ano. Além do não pagamento de vários passivos e do desrespeito cotidiano, agora o tribunal negocia um reajuste de cerca de 20%, retroativo a outubro, nos valores pagos pelos trabalhadores para custear o plano de saúde oferecido pela prestadora Notre Dame.
A “justificativa” da prestadora teria sido o aumento da utilização dos serviços médicos e diagnósticos. De fato, já há vários meses o sindicato denuncia o crescimento dos afastamentos de trabalhadores por problemas de saúde, decorrentes em particular do forte assédio moral praticado no TRF-3 e na Justiça Federal. Agora, o tribunal pratica mais uma forma de assédio moral através de um comunicado divulgado pela rede interna da Justiça Federal que orienta os trabalhadores a “racionalizar a utilização do plano de saúde, particularmente no que se refere a reembolsos, consultas e exames em excesso”.
O Jornal do Judiciário procurou a diretora da Divisão do Pró-Social, Rosely Glezer, para obter esclarecimentos sobre o que seria considerado utilização em excesso do plano. Rosely respondeu que está sendo feito um levantamento do uso do plano por parte dos servidores. Segundo ela, “verficamos a utilização do plano sem necessidade e várias formas de abuso”. Rosely disse ainda que “existem pessoas que utilizaram o plano 35 vezes num ano sem nenhuma doença grave”.
A diretoria do Sintrajud questiona em primeiro lugar os critérios que o TRF-3 está usando para definir arbitrariamente se o servidor necessita ou não utilizar o plano de saúde. Em segundo lugar, a direção do sindicato questiona o próprio percentual que será repassado aos servidores como fruto do aumento do valor do contrato. A lei 9.569/98 estabelece que o reajuste anual dos planos de saúde deve ser limitado em 11,69%.
O departamento Jurídico do Sintrajdu prepara as medidas cabíveis para tentar suspender o reajuste.