SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL NO ESTADO DE SÃO PAULO
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JJ - Edição 229 - 07/11/2005 - Página 2

FRASES


DE HOJE


“A pressão está muito grande e eu não vou assumir este abacaxi”
Henrique Eduardo Alves, deputado federal (PMDB-RN) e relator do projeto do PCS na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara.

“O balde de água fria, a frustração, decepção é muito difícil de engolir”
José Saramago, escritor português e Prêmio Nobel de Literatura, sobre o governo Lula

“Temos de fato uma boa relação e acho que isso surpreendeu muita gente. As pessoas tinham uma visão de que eu era de um jeito e Lula, de outro, e não haveria maneira de encontrarmos terreno comum.”
George W. Bush, presidente dos EUA.


DE ONTEM


“Mas a palavra mais importante da língua tem uma única letra: é. É“
Clarice Lispector, em “Água Viva”



FORA BUSH Partidos de esquerda não ligados ao governo Lula fazem ato em Brasília contra George W. Bush, presidente dos EUA, às vésperas da visita dele ao Brasil. Os manifestantes acusaram Bush de adotar uma política assassina no mundo, defenderam o fim da ocupação militar no Iraque e a retirada das tropas brasileiras do Haiti, que estão lá “a pedido” dos EUA.


Idéias

Uma página para a livre expressão de opinião


Libertar o Brasil

Iso Sendacz

Recém ingresso no funcionalismo federal, tenho acompanhado nestes meses o bater contínuo contra o governo federal em Idéias, o espaço para livre expressão de opinião do jornal da nossa categoria, de resto bastante parecido com certa imprensa e certos partidos afastados do poder pelo voto popular.
Muito aconteceu no Brasil nesses últimos dois anos e meio. No cenário externo, o mapa de relacionamentos do Brasil, especialmente o comercial, diversificou-se e fez expandir nosso peso no mundo em direção à China, à Índia, à África, ao mundo árabe e à nossa própria América, diversificando nossas vendas e iniciando um processo de independência em relação ao tacão dos EUA, até então hegemônico.
Diferentemente da subserviência Fernandista, o Brasil se recusou a agredir o Iraque, antes ao contrário, envidou esforços sempre no sentido da distensão e da Paz.
No campo da moralidade administrativa, a quantidade de vagas oferecidas em concursos públicos não encontra paralelo no governo, e até modesta ampliação dos vencimentos tenho a impressão que houve. Funcionários suspeitos de más práticas são processados e desligados da máquina pública, e até verdadeiras quadrilhas, como a dos vampiros da saúde, são desbaratadas.
Interesses externos importantes foram afrontados. Software livre, auto-suficiência na produção de petróleo, aumento da nacionalização na construção de plataformas, são exemplos de medidas que vão preferindo o nacional na área de produtos e serviços.
Até o apoio contratual da Previ e da Petrus ao Banco Oportunity, na gestão da Brasil Telecom, foi retirado, e aí o bicho pegou. Daniel Dantas, que abocanhou um belo quinhão das nossas telecomunicações, tornou-se o principal “cliente” das empresas do Marcos Valério, experiente operador do caixa 2 tucano, lá injetando algo em torno de 170 milhões de reais nos últimos anos.
Estimo que, além das peças publicitárias de praxe, tenha sido encomendada uma aproximação com o governo Lula no sentido de preservar o comando da empresa de telefonia, oferecendo empréstimos, contratações e outros mimos aos novos mandatários da nação. De forma inconsciente, um pouco ingênua talvez, houve quem os aceitasse para resolver problemas imediatos que tinham em mãos. Mas nada que se compare à bandalheira que imperava no governo. Deslizes.
É certo que o PT subestimou a ação dos nossos inimigos, em certa medida até a existência deles, mas dói-me a alma ver dirigentes do Sintrajud, do PSTU e do PSOL fazerem coro tão afinado com a mídia e os tucanos-pefelistas no sentido de a estes entregar a direção do país.
Falta mexer no cerne da economia, que são os juros de escorcha e a política cambial que favorece o livre movimento dos especuladores, políticas ainda em vigor que afrontam a continuação da retomada do desenvolvimento nacional, iniciada com o incremento das exportações para os novos mercados que abrimos recentemente. Urge demolir o último reduto dos representantes dos banqueiros, substituindo a diretoria do BC por outra comprometida com o Brasil e integrando os setores produtivos ao Copom.
Falta a reforma política que extinga a causa básica da corrupção, que é o financiamento privado das campanhas eleitorais, antes e depois do pleito.
Cabe-nos exigir e apoiar o governo no sentido de que tome essas medidas, e dispender nossas energias para que o Brasil avance. Reproduzir a tática do inimigo não ajuda em nada.

Iso Sendacz é servidor da Justiça Militar.


Sensação de abandono

Pedro Cardoso da Costa

Como pretensiosismo é uma marca que não se descola de mim, sem auto-juízo valorativo, tento suscitar questões nacionais que a imprensa, os políticos, e todos aqueles denominados formadores de opinião, fracos, não costumam enxergar. Estava pouco interessado em discutir a situação dos colegas nos cartórios eleitorais do interior. Entendia que a situação não era tão grave. Ledo engano. É gravíssima. Carecedora do pretensiosismo.
Há um grupo na internet que conversa permanentemente sobre os acontecimentos. Pelas narrativas, constata-se que o problema mais comum é a tentativa de humilhação aos servidores efetivos da Justiça Eleitoral de várias formas. Não se trata de fato isolado e alguns mencionam até possibilidade de exoneração. Quem agir esperando isso, seria inteligente se mudasse logo de atitude.
Deve-se esclarecer que a eventual exoneração, que ninguém vai fazer essa bobagem, não resolve, pois outros irão para o lugar. Por disposição de Lei federal, dois cargos nos cartórios são de um técnico e de um analista, seja ele quem for. A partir de 2006, todos os cartórios, indistintamente, terão esses servidores.
Depois, deixar muito claro, cristalino, que esses servidores quando chegam nos cartórios não vão indicados; vão por força exclusiva de suas pontencialidades, aprovados em concurso, concorridíssimos; portanto, não devem favor a ninguém, nem satisfação se não quiserem dar. Têm atribuições.
Os colegas requisitados prestaram concurso para servirem nos hospitais, nas escolas, e deixam de servir aos seus estados e municípios pagadores. Também não se pode comparar a importância de preencher um requerimento de alistamento eleitoral (RAE) para um jovem ser obrigado a votar em severinos e robertos jeffersons do que atender um pobre enfartado num hospital público.
Os colegas do quadro foram seguros que a chefia seria questão de tempo. No dia 31 de julho, onde tivesse dois, cada um teria cinqüenta por cento de chance e onde só tivesse um, obviamente seria o chefe. Não foi assim. O artigo que prevê a data fatal deixa brecha para a discricionariedade.
Aos colegas fica a sugestão de que devem deixar “cristalinamente claro” que: não foram para os cartórios por indicação de ninguém; não são responsáveis pela dispensa de ninguém; os cartórios terão dois servidores da Justiça Eleitoral, se não forem eles, serão outros, e isso não vai contentar a ninguém; são responsáveis apenas pelos seus rendimentos; têm suas atribuições estabelecidas em normas legais; e que é necessário um bom relacionamento, mas que depende de todos e não apenas dos colegas.
A quem merecer possa, dê a resposta que uma colega de cartório costumava utilizar: a data do próximo concurso. Se não tiver coragem, repasse cópia deste texto ou... ou... ou... Somente a quem merecer!
Ah, com o aviso de que não escrevo pessoalmente contra nem a favor de ninguém, portanto, não aceito reclamação pessoal.

Pedro Cardoso da Costa é técnico judiciário da 244ª Zona Eleitoral


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