SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL NO ESTADO DE SÃO PAULO
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JJ - Edição 223 - 14/09/2005 - Página 8

CONTRA A OPERAÇÃO ABAFA


Protestos contra o “acordão” da corrupção

Ato contra a corrupção e as políticas do governo
Lula convocada pela Conlutas para quinta, em SP, integra o movimento contra o “acordão”
* Servidores do Judiciário vão participar

Ato no 7 de Setembro, em São José dos Campos: protestos em todo paí no Dia da Independência

Por Hélcio Duarte Filho

Está cada vem mais forte em Brasília o cheiro de pizza. Um “acórdão”, mesmo que informal, tenta restringir as punições à parcela dos 18 deputados federais já indicados ao Conselho de Ética pelas Comissões Parlamentares de Inquérito dos Correios, do Mensalão e do Bingo. Há quem fale em apenas seis cassações. De quebra, poderia ser incluído o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), envolvido nas denúncias do “mensalinho”, nas quais teria embolsado propina de R$ 10 mil por mês de restaurante da Casa.
É contra a produção desta pizza, disfarçada com a entrega de algumas cabeças para a opinião pública, que a Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas), junto com sindicatos e setores do movimento popular, lançou uma jornada de atos e protestos nas ruas.

Ato em Belo Horizonte
Iniciada com a marcha que levou mais de 25 mil a Brasília em agosto, o primeiro ato nos estados ocorreu no dia 1º de setembro, em Belo Horizonte, reunindo quase três mil manifestantes. Como em Brasília, foi marcado por referências ao presidente Lula, também responsabilizado pelo esquema de corrupção que comprava partidos e deputados para apoiar e votar a favor de projetos do governo. A faixa de abertura do protesto dizia “Lula, você sabia/Marcos Valério é o seu pc farias”.
Trabalhadores rurais participaram da passeata. Tanto o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) quanto o MTL (Movimento Terra e Liberdade), duas organizações ligadas à luta do campo, compareceram ao ato. O MST de Minas Gerais assinou a convocação da manifestação, embora a direção nacional da organização ainda venha declarando apoio ao governo.
No dia 7 de setembro, os atos do tradicional Grito dos Excluídos, mesmo com a participação de setores ligados ao governo Lula, foram marcados por referências ao “mensalão” e críticas ao presidente.
A jornada de protestos convocada pela Conlutas continua nesta quinta-feira, dia 17, em São Paulo, com concentração às 16 horas na praça Ramos (esta edição chegará em alguns locais após a realização deste evento), da qual servidores do Judiciário devem participar. No dia 21 o ato será em Curitiba, no dia 22, no Rio, entre outros.
Em todos, a política econômica e social do governo Lula, assim como suas reformas neoliberais, serão atacadas. Para a Conlutas, que reúne sindicatos e setores do movimento popular que se mantiveram independentes do governo, só com mobilização nas ruas será possível evitar a pizza no Congresso Nacional e construir uma alternativa dos trabalhadores para a crise política brasileira.


Movimentos retomam Cúpula dos Povos
contra cúpula dos dominantes

Por Luciana Araujo

Organizações dos movimentos sociais farão, no dia 21 de setembro (quarta), o lançamento estadual da “3ª Cúpula dos Povos”. Organizada por entidades como o Comitê da Campanha Brasileira contra a Alca (Área de Livre Comércio das Américas) e o Jubileu Brasil (articulação de entidades eclesiais, sindicais e populares), a Cúpula dos Povos será uma manifestação continental contra o suposto livre-comércio, o pagamento da dívida externa, a militarização e a guerra.
A convocatória para o evento, aprovada no 4º Encontro Hemisférico de Luta contra a Alca, realizado em abril em Havana (Cuba), afirma que a proposta é “convergir e fortalecer todas as lutas e resistências que os movimentos populares vêm forjando em todo o continente”. Além de “debater e avançar na construção das alternativas ao neoliberalismo e à guerra”, defendendo “a integração soberana dos povos”.

Encontros antagônicos acontecem em novembro
A Cúpula dos Povos acontecerá de 1º a 5 de novembro na cidade de Mar del Plata (Argentina). Tendo como um dos eixos a palavra de ordem “Bush fora de nosso território!”, o encontro vai se contrapor à 4ª Cúpula das Américas. Construída pela Organização dos Estados Americanos, a cúpula dos ricos vai reunir 34 presidentes do continente à exceção de Cuba, cuja participação foi vetada apesar do país fazer parte da OEA. O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, será um dos anfitriões junto com o argentino Néstor Kirschner.
O lançamento da cúpula popular em São Paulo contará com a presença de representantes das campanhas Continental e Brasileira contra a Alca e da organização argentina Auto-Convocatória Não à Alca.
O evento começa às 19h, no Sindicato dos Advogados (Rua da Glória, 246/3º - Liberdade). Informações pelo telefone (11) 3105-2516, pelo email [email protected] ou no Sintrajud, com a funcionária Juliana, pelo telefone (11) 222-5833.