SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL NO ESTADO DE SÃO PAULO
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JJ - Edição 161 - 19/11/2003 - Página 12

Convênio do sindicato dá desconto em “Os Normais”

Os sindicalizados que desejarem assistir ao filme “Os Normais” podem aproveitar o convênio do Sintrajud com a rede Cinemark, que oferece um desconto de 50% no valor do preço de bilheteria. Os ingressos podem ser comprados no departamento Sociocultural do sindicato com Telma ou nas subsedes. Veja nesta página crítica do filme escrita pelo servidor Welington Liberato, do TRE-SP. Welington é jornalista e escritor e novo colaborador regular do Jornal do Judiciário, indicando e criticando filmes em cartaz. Outras críticas podem ser lidas aqui.


OPINIÃO - CINEMA


Os Normais

Por Welington Liberato

Como todo mundo deve saber, o filme é uma comédia em cima do seriado de sucesso da TV Globo. Diretor, roteiristas (Alexandre Machado e Fernanda Young) e atores centrais (Fernanda Torres e Luís Fernando Guimarães) são os mesmos. Não se mexe em time que está ganhando. Continuam engraçados, loucos, escatológicos, desvairados, em narrativa inspirada, bem delineada.
Filme feito para divertir que cumpre com o prometido, nada mais que isso. Alcançou mais de quatrocentos mil espectadores no fim de semana de estréia. Chegou o momento de filmes nacionais diversificados para disputar o filão “entertainment” ocupado por Hollywood. Que se vejam, também, filmes além dos lançados e divulgados pela Globo.


CONVÊNIO


Teatro infantil

A peça “Gatucho em João e Maria”, estrelada pelo técnico judiciário do TRE Marcos Alvez de Souza, continua em cartaz. Na sala MAG do TBC aos sábados, domingos e feriados às 16h, até 20 de dezembro (rua Major Diogo, 331/315 - Bela Vista - tel.: 3104-5523). O ingresso custa R$ 14, associados ao Sintrajud têm 50% de desconto.


Noite da Consciência Negra terá debate e música

Evento ocorre no dia 21 de novembro, a partir das 19h; participação é aberta a todos

Debate na Noite da Consciência Negra, novembro 2002

A busca do negro por sua identidade afro-descendente e as ações afirmativas de reparação serão alguns dos temas abordados pela palestrante Deise Benedito durante a Noite da Consciência Negra, que será promovida pelo Sintrajud na sexta-feira 21.
Militante da organização de mulheres negras “Fala Preta”, Deise é especialista na área de política criminal e penitenciária, segurança, mulheres e juventude negra. Fundadora do Coletivo de Mulheres Negras de São Paulo, foi membro da Subcomissão de Política Criminal e Penitenciária da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo.
Deise explica o significado do tema de sua palestra, “Identidade e resistência positiva”: “A identidade étnica de um povo é o que de mais importante existe no aspecto cultural. A negação desta identidade é a negação das origens enquanto pessoa humana”, afirma.
“Quando falo de resistência falo da dignidade e determinação de um povo que luta e busca alternativas de vida, resiste a todo tipo de discriminação e busca seu espaço e preservação da sua identidade de forma positiva”, diz.
A Noite da Consciência Negra terá ainda a apresentação do cantor, violonista e ator Paulo Pompéia. Também serão expostos produtos cosméticos Muene, para a beleza negra.
O evento acontecerá a partir das 19h, no Hotel Excelsior (av. Ipiranga, 770, 23º andar - Centro de São Paulo).


“20 de Novembro” é feriado em algumas cidades e no Rio

A atividade promovida pelo Sintrajud ocorre no dia seguinte ao Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, que é feriado em algumas cidades – como Campinas, Porto Alegre, Macapá, Pelotas, Ribeirão Pires e Campinas – e no Estado do Rio. O feriado foi incluído no calendário do TRT da 2ª Região pela portaria GP nº 33/02.
A diretora do Sintrajud Carmen Dora de Freitas Ferreira, que participa da organização da atividade, explica que ao promover a Noite da Consciência Negra o sindicato busca incentivar o debate e contribuir com a luta contra a discriminação racial.


“Noite” terá lançamento do livro “Visconde de Jequitinhonha, um negro no Império”

A servidora do TRT-2 Elisângela Gonçalvez e a advogada Maria da Penha Santos Lopes Guimarães lançarão, na Noite da Consciência Negra, o livro “Visconde de Jequitinhonha, um negro no Império”.
Personagem esquecido da história do país no século 19, Visconde de Jequitinhonha foi “descoberto” pelas duas autoras. “Fizemos uma pesquisa de livros didáticos e paradidáticos e nenhum livro oficial falava dele. Um homem que teve uma grande importância na sociedade brasileira. Ele não só fundou a OAB como foi ministro da Justiça, ministro do Exterior, senador e deputado constituinte. Achamos que essa omissão era uma forma de discriminação. A omissão também é um ato”, afirma Maria da Penha.
“Eu, por exemplo, sabia que o primeiro presidente da OAB foi um negro, mas só tive a profundidade da importância dele quando comecei a fazer esse trabalho”, diz.
Visconde de Jequitinhonha nasceu Francisco Gomes Brandão, em março de 1794, filho de mãe escrava e pai português. Ao participar da luta pela independência e pela abolição da escravidão, mudou seu nome para Francisco Gê Acaiaba de Montezuma. Gê é um indivíduo da tribo dos tapuias. Acaiaba é o nome do cedro brasileiro e Montezuma, o 9º imperador asteca que, preso por colonos espanhóis, morreu apedrejado em 1520.
Foi um dos fundadores, em 1843, do Instituto dos Advogados Brasileiros. Em 12 de julho de 1854, um ano após fundar o Instituto dos Advogados do Brasil (de onde sairia uma dissidência que formaria a OAB), recebeu o título de Visconde de Jequitinhonha.
No ano seguinte à proclamação da independência, 1823, elegeu-se deputado constituinte, em meio a uma sociedade ainda escravocrata e com restrições ao voto livre. Com a dissolução da Assembléia Constituinte por D. Pedro I, Montezuma é preso e obrigado a se exilar na França. Retornou ao Brasil em 1831, reassumindo a cadeira de deputado na Bahia. Ali, bateu-se contra o tráfico de africanos e pela campanha abolicionista. “No século 21 nenhum negro exerceu tantas atividades importantes”, afirma Maria da Penha.


(leia, na página 11, entrevista com a servidora Elisângela)