SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL NO ESTADO DE SÃO PAULO
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JJ - Edição 160 - 10/11/2003 - Página 11

FÓRUM SOCIAL BRASILEIRO


Marcha com 15 mil rejeita Alca e FMI

Manifestantes defendem que o país rompa com o FMI e o fim dos transgênicos * Também houve críticas às reformas da Previdência e tributária de Lula * Servidores do Judiciário participaram

Marcha em Belo Horizonte: críticas à Organização Mundial do Comércio

Por Luciana Araujo (enviada a Belo Horizonte)

O primeiro dia de atividades do Fórum Social Brasileiro, em Belo Horizonte (MG), reuniu cerca de 15 mil pessoas de várias organizações sociais na marcha de abertura do evento. A marca da passeata – ou das passeatas, tendo em vista que a concentração partiu de três pontos distintos: as praças da rodoviária, Sete de Setembro e Raul Soares, todas no centro da capital mineira – foi a dura crítica à política dos países imperialistas e à Área de Livre Comércio das Américas (Alca).
Logo na concentração da passeata na Praça Sete de Setembro, o secretário nacional da juventude do Partido dos Trabalhadores, Humberto Silva, puxou o refrão que ecoou ao longo de todo o protesto: “Fora já, fora já daqui. Fora a Alca e o FMI”. O presidente do PT, José Genoíno, que também estava no carro de som, visivelmente constrangido apenas saudou o fórum rapidamente.
Ao longo da passeata, as críticas também à política do governo de Luiz Inácio Lula da Silva se fizeram presentes. As ativistas da Marcha Mundial de Mulheres entoavam refrões em defesa de uma política salarial e de um salário mínimo digno: “Onde está? Onde está? Cadê o salário mínimo, onde está”. A auditora fiscal da Receita Federal e membro do Conselho Brasileiro do Fórum nacional, Maria Lúcia Fatorelli, foi mais dura. “Infelizmente, estamos aqui hoje também para lutar contra esta reforma tributária que privilegia a fuga de capitais, nos tornando cada dia mais miseráveis. E contra essa reforma da Previdência que está privatizando os serviços públicos”.
Estudantes universitários gritavam ser contra “a Alca e os transgênicos”: “Não queremos que o imperialismo decida o que vamos comer e como vamos viver”.
A marcha também teve um perfil internacionalista. Ainda na concentração, os participantes cantaram o hino da “Internacional Socialista”. Logo após o presidente do PSTU, José Maria de Almeida, saudar a luta dos trabalhadores bolivianos que derrubaram o presidente Gonzálo Sánchez de Lozada. “O que ocorreu lá [na Bolívia] é o caminho para construirmos um outro mundo, que nos liberte da exploração e da barbárie capitalista”.
Representantes do Sintrajud estiveram na marcha, assim como outras delegações do Judiciário Federal de vários estados do país.
Também estavam no ato de abertura do fórum os ministros Olívio Dutra, das Cidades, e Nilmário Miranda, da Secretaria Especial de Direitos Humanos, entre outras autoridades.


Projeto que cria Varas Federais é aprovado no Senado

Os senadores aprovaram, na quarta-feira 5, o projeto de lei que cria 183 varas federais destinadas à interiorização da Justiça Federal de 1ª instância e à implantação de Juizados Especiais Federais em várias regiões do país. O parecer favorável do relator César Borges (PFL-BA), aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), foi votado no plenário do Senado no mesmo dia.
O projeto também cria cargos de juiz federal e juiz federal substituto, cargos efetivos e funções comissionadas para o funcionamento das novas varas. São 28 varas na 3ª região, sendo 22 para o estado de São Paulo. A implementação das novas varas será escalonada em três anos, a partir de 2005.


TRF terá assembléia setorial dia 12

O sindicato está convocando para quarta-feira (12) assembléia setorial no Tribunal Regional Federal. O objetivo é voltar a discutir a situação das condições de trabalho no local, que se agravaram nos últimos dias.
A assembléia será às 14h no auditório da JF, no térreo.


Opinião no fórum


Qual a sua expectativa com a primeira edição do Fórum Social Brasileiro?

“Que se aprove idéias que possam realmente melhorar a vida do povo e que possamos avançar na construção de outro mundo, novo, possível”.
Cláudia dos Reis Costa, de Coronel Fabriciano (MG), estudante de Filosofia da Unileste.

“Espero que as discussões feitas aqui resultem em propostas que possam ser ampliadas para todo o Brasil e mudar o nosso país, principalmente na questão social”
Maria Donizete, de Campo Grande (MS), funcionária de escola pública estadual.

“Acho que este é o melhor momento para discutirmos uma nova sociedade brasileira, onde se encontra boa parte da sociedade organizada e em geral muitas diferenças, mas numa mesma perspectiva de construir um Brasil melhor para todos”
Nelson Cabeleira, servidor da Universidade Federal de Pelotas.