SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL NO ESTADO DE SÃO PAULO
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JJ - Edição 71 - 10/10/2001 - Página 6

OPINIÃO DO SINTRAJUD

A luta não pára

O resultado da reunião de dirigentes da federação nacional (Fenajufe) com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio de Mello, é revelador. O ministro não se mostrou disposto a atuar em prol da aprovação do projeto de revisão do Plano de Cargos e Salários enviado pelo próprio Supremo ao Congresso. Além disso, vislumbrou dificuldades em sua aprovação.
Também disse que igualmente haverá dificuldade no pagamento dos atrasados relativos aos 11,98%, que o próprio STF mandou as administrações dos tribunais pagarem.
E, por fim, declarou-se contrário à movimentação extraordinária, já aprovada pelo Conselho da Justiça Federal. Como se observa, o ministro Marco Aurélio de Mello não dá sinais de que será um aliado dos servidores nas batalhas que teremos de travar.
E é aí que está a principal e verdadeira revelação: assim como somente depois da greve e das mobilizações o STF remeteu o projeto do PCS ao Congresso, somente com a continuidade desse movimento ele avançará na Câmara. O mesmo vale para os atrasados dos 11,98% e para a movimentação extraordinária. Ë importante que tenhamos em mente que a vitória dessa luta depende de nós. E é bom que seja assim.


Toninho

Se a atuação da polícia já era no mínimo estranha, agora o rumo das investigações no caso do assassinato do prefeito de Campinas, Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT, ganhou uma conotação muito suspeita. Na terça-feira, 2, quatro homens suspeitos de terem participado do assassinato do prefeito foram mortos pela Polícia Civil de Campinas em Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo. Eles foram atingidos com tiros no rosto por quatro policiais que participavam da investigação do crime contra o prefeito de Campinas. Os policiais alegam que, recebidos com tiros pelos suspeitos, reagiram atirando. Nenhum policial se feriu. A polícia de Caraguatatuba não foi comunicada com antecedência da ação dos policiais de Campinas na cidade.
Também muito estranha é a cobertura tímida que vem sendo dada ao caso pela imprensa - a Folha de São Paulo, por exemplo, vem dedicando ao assunto notas de canto de página. Parece pouco para um caso tão grave, complexo e que envolve o prefeito da terceira maior cidade do Estado. A polícia iniciou as investigações tendo como principal linha de raciocínio a dedução de que Toninho fora vítima de um assalto. Depois, levantou a hipótese de o prefeito ter sido morto ao obstruir involuntariamente a fuga de bandidos.
A natural tendência de atentado por razões políticas segue, ao que parece, relegada a segundo plano. Os quatro suspeitos mortos pela polícia talvez tivessem informações valiosas a dar sobre o caso. O governador Geraldo Alckmim, a quem as Polícias Civil e Militar estão subordinadas, não se manifestou sobre o ocorrido em Caraguatatuba.


A guerra que não queremos

Os meios de comunicação não tocam no assunto, mas o movimento anticapitalista contra a guerra começa a ganhar corpo. No final do mês passado e no início de outubro, manifestações expressivas nos Estados Unidos e em outras partes do mundo condenaram a guerra que o governo norte-americano ameaça desencadear supostamente "contra o terrorismo".
Nos EUA, mais de duas mil pessoas participaram de protestos que repudiaram a globalização neoliberal - que amplia a riqueza entre os ricos e fomenta a pobreza entre os pobres - e a investida bélica da maior potência imperialista do mundo.
Mesmo antes de jogar suas primeiras bombas no Oriente Médio, os Estados Unidos já provocam uma catástrofe humanitária no Afeganistão. Centenas de milhares de famílias, que abandonaram suas casa com medo dos mísseis norte-americanos, passam fome.
Os atentados terroristas devem ser condenados categoricamente. São métodos bárbaros que levaram à morte milhares de inocentes e injustificáveis, independentemente de suas motivações políticas, econômicas ou sociais.
A política imposta pelo imperialismo para o mundo, entretanto, é também bárbara. Não justifica, mas de certa forma explica o que aconteceu no dia 11 de setembro.
Quase todas as vítimas do atentado ao World Trade Center eram trabalhadores. Também são tr abalhadores os que hoje morrem de fome na Ásia, na África ou na América Latina.
Todos vítimas de um modelo liberal capitalista que vê o mundo como um mercado e o homem como uma mercadoria a ser explorada.


PAREM A GUERRA - Mulher muçulmana com o filho durante protesto em Glasgow, na Escócia, contra os ataques de Bush ao Afeganistão. Houve manifestações em várias partes do mundo contra a guerra no Oriente Médio, deflagrada supostamente para combater o terrorismo. Na Alemanha, a manifestação no dia 8 de outubro reuniu milhares.


AGENDA SINDICAL


VAI ACONTECER

12 e 13 de outubro - 1º Encontro dos Servidores da 15ª Região, no Hotel Nacional Inn, Campinas
15 a 19 de outubro - Assembléias setoriais em São Paulo.
17 a 19 de outubro - 17º Encontro dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 2ª Região.
20 e 21 de outubro - Reunião do Conselho de Base e assembléia geral.
22 de outubro - Data limite para inscrição no 2º Fórum Social.
25 de outubro - Dia Nacional de Luta em defesa dos serviços públicos.


ACONTECEU

29 e 30 de setembro - Seminário Nacional dos Trabalhadores do MPU, em SP;
25 de setembro - Audiência da Fenajufe com o presidente do STF, em Brasília;
19 a 21 de setembro - Encontro Nacional sobre Assuntos de Aposentadoria dos Servidores públicos das Três Esferas, no Distrito Federal;
21 e 22 de setembro - 4º Encontro Nacional dos Oficiais de Justiça Avaliadores Federais, no Distrito Federal.
04 a 06 de outubro - Coletivo jurídico da Fenajufe, em Curitiba; Congresso dos Advogados Trabalhistas do Estado de São Paulo, em Campinas;
06 e 07 de outubro - Reunião da diretoria plena do Sinrajud, no sindicato;