SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL NO ESTADO DE SÃO PAULO
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JJ - Edição 70 - 25/09/2001 - Página 6

OPINIÃO DO SINTRAJUD

Repúdio à guerra

O que ocorreu em Nova Iorque foi uma tragédia que deve ser repudiada. O ataque deliberado contra civis e inocentes é inaceitável em qualquer situação, estejam eles no Wold Trade Center, na Palestina, em Hiroshima, no Iraque ou no Afeganistão. Mas nada justifica a arrogância do Império em querer, mais uma vez, postular o papel de "justiceiros" do mundo.
Em recente pesquisa divulgada pelo instituto Gallup, feita em 31 países, apenas nos Estados Unidos e em Israel a população apóia a declaração de guerra do governo norte-americana contra Estados que abriguem terroristas". No Brasil, o Datafolha revelou que 79% dos brasileiros também são contra a "Guerra Infinita" dos EUA.
O presidente George Bush, cujo maior feito até o momento foi conseguir ser eleito com menos votos que seu adversário, fez na semana passada um discurso exaltado no Congresso. Em 30 minutos, foi aplaudido 27 vezes pelos parlamentares norte-americanos. Disse que quem não estiver com eles contra o terrorismo estará contra eles.
Antes mesmo dessas bravatas do presidente norte-americano, Fernando Henrique já havia declarado apoio incondicional a quaisquer atitudes dos EUA, mesmo sem saber quais seriam.
O presidente brasileiro estende assim para o campo militar e bélico a subserviência econômica ao imperialismo que caracterizou seus dois mandatos. O mais grave é que isso pode ser usado como desculpa para repressão contra movimentos sociais que se opõem a seu desastroso governo.


Campinas em luto

A polícia insiste em trabalhar com a hipótese de assalto no caso do assassinato do prefeito de Campinas, Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT.
Não se deve descartar a possibilidade de que ele tenha de fato sido vítima da violência a que todo cidadão se submete diariamente. Mas a polícia, desde o início, martela nessa tecla e isso é no mínimo estranho.
Se a primeira linha de raciocínio dos responsáveis pelo caso, resistência a assalto, parecia um tanto inverossímil, a segunda é ainda mais difícil de acreditar. A polícia agora diz que Toninho pode ter sido morto porque, involuntariamente, seu carro teria atrapalhado ladrões em fuga.
A morte do prefeito da terceira cidade do estado acabou abafada por uma coincidência: ocorreu na véspera dos atentados terroristas nos Estados Unidos, que monopolizaram a atenção da mídia. O estranho é que já se passaram mais de duas semanas e a imprensa continua dando pouco destaque para as investigações.
Ao que parece, Toninho vinha contrariando interesses de cartéis da cidade e talvez até do narcotráfico. Trabalhar com a possibilidade de crime político deveria ser o caminho natural e prioritário da investigação em curso. Mas talvez não haja interesse nisso.


Amigos

De forma inusitada, a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar obras inacabadas foi encerrada sem relatório final. Segundo noticiou a imprensa, por unanimidade líderes partidários teriam negado o pedido de prorrogação dos trabalhos por mais 60 dias, feito pelo presidente da comissão, deputado Damião Feliciano (PMDB-PB).
A justificativa não oficial seria a seguinte: lideranças partidárias teriam recebido a denúncia de que Damião estaria cobrando propina para retirar nomes de empreiteiras das investigações. Em vez de substituir o presidente da CPI, os deputados optaram por encerrá-la. Para felicidade geral de empreiteiras e de muitos governadores. Não haverá mais investigação nem sobre as obras inacabadas, nem sobre as denúncias contra o deputado Damião.
Sem revelar nomes, lideranças partidárias alegam que as denúncias dos empresários foram informais e por isso não cabe a abertura de um processo por quebra de decoro contra o parlamentar. O interessante é que as mesmas denúncias informais serviram para encerrar a CPI.
Para quem não sabe, as empreiteiras compõem um dos ramos que mais contribuem para as caixinhas das campanhas eleitorais. Ano que vem tem eleição.


PALHAÇO - Servidores ironizam o índice de 3,5% determinado pelo governo, após sete anos de salários congelados. O protesto aconteceu na passeata que reuniu mais de 5 mil e parou por cinco horas as principais avenidas do Centro do Rio no dia 12 de setembro. Os trabalhadores do INSS, Ministério da Saúde e das universidades seguem em greve.


AGENDA SINDICAL

VAI ACONTECER

24 de setembro - Reunião da Campanha Salarial Unificada, na CUT
25 de setembro - Audiência com o presidente do STF, em Brasília.
29 e 30 de setembro - Seminário sobre o Ministério Público, em SP.
4 a 6 de outubro - Coletivo Jurídico da Fenajufe, em Curitiba. Congresso dos Advogados Trabalhistas de SP, em Campinas.
12 e 13 de outubro - Encontro dos Servidores do TRT da 15ª Região, em Campinas.


ACONTECEU

19 de setembro - Protestos em Brasília da Campanha Salarial: ocupação da Câmara dos Deputados.
19 a 21 de setembro - 1º Encontro Nacional Sobre Assuntos de Aposentadoria dos Servidores das Três Esferas, em Luziânia (GO).
20 de setembro - Reunião de diretores do Sintrajud com o diretor-geral do TRF, para solicitar o abono dos dias da greve
21 de setembro - Reunião do Sintrajud com a vice-presidente do TRF, para tratar do problema da colocação de servidores à disposição
21 a 22 de setembro - 4º Encontro Nacional dos Oficiais de Justiça Avaliadores Federais .
- Reunião da direção da Fenajufe, em Brasília