Manifestações contra Bolsonaro e a ‘reforma’ administrativa marcaram 7 de setembro


08/09/2021 - Shuellen Peixoto
Em todo o país trabalhadores protestaram pedindo o fim da gestão desastrosa do presidente na pandemia; em São Paulo, Sintrajud participou dos protestos e distribuiu materiais contra a PEC 32.

Vale do Anhangabaú durante o ato contra as políticas do governo Bolsonaro e a ‘reforma’ administrativa (crédito: Jesus Carlos).

Nesta terça-feira, feriado de 7 de setembro, centenas de milhares de pessoas ocuparam mais uma vez as ruas para protestar contra a política desastrosa e genocida do presidente da República, Jair Bolsonaro. As manifestações foram convocadas pelas entidades que constroem a Campanha Nacional Fora Bolsonaro em cerca de 200 cidades brasileiras e contrastaram com os atos convocados pelo presidente que tinham pautas antidemocráticas.

Em São Paulo aconteceram dois protestos, pela manhã o já tradicional Grito dos Excluídos, na praça da Sé.  Os manifestantes distribuíram dois mil cafés da manhã a pessoas em situação de rua. Após falas de diversas entidades, foi realizada uma passeata pelas ruas do Centro da capital paulista, até o Largo de São Francisco, em frente à Faculdade de Direito da USP.

À tarde, a manifestação aconteceu no Vale do Anhangabaú e reuniu milhares de pessoas, denunciando também a crise social e econômica instalada no país e a alta no preço dos alimentos.  O Sintrajud e o Fórum dos Trabalhadores do Setor Público de São Paulo estiveram presentes nos dois atos e distribuíram materiais em defesa do serviço público e contra a PEC 32, da ‘reforma’ administrativa.

A democracia também foi pauta das manifestações, que se contrapuseram às ameaças antidemocráticas e denúncias  sem provas contra o sistema eleitoral brasileiro feitas por Jair Bolsonaro em sucessivos discursos aos seus apoiadores e repetidos nos atos que aconteceram em Brasília e São Paulo. Mesmo com os ataques às instituições brasileiras, o presidente do Congresso Nacional, deputado Arthur Lira (PP/AL) segue sem dar tramitação aos 136 pedidos de impeachment já protocolados.

Caminhada após o ato da manhã (crédito das imagens: Gero Rodrigues).

Na opinião de Tarcisio Ferreira, diretor do Sintrajud e servidor do TRT-2, os protestos cumpriram o importante papel de denunciar e protestar contra a política desastrosa do presidente da República. “Apesar das tentativas de desmobilização e de intimidação, os atos em oposição ao governo e sua política, combinados com o Grito dos Excluídos, fizeram contraponto à estratégia golpista e diversionista de Bolsonaro e seguiram denunciando aquilo que o governo tenta esconder: a gestão desastrosa da pandemia, as denúncias de corrupção, a fome, a miséria, a inflação do custo de vida e os ataques aos direitos sociais, trabalhistas e aos serviços públicos”, afirmou.

Ainda na opinião do diretor, o momento exige ainda mais organização e mobilização dos trabalhadores para impedir a aprovação de projetos como a PEC 32, que representa o desmonte do serviço público no país. “Sabemos que há setores que discordam de Bolsonaro apenas na superfície, ou que fazem cálculos pensando apenas nas eleições do ano que vem. Não podemos esperar nem ficar a reboque desses setores, temos que aumentar as mobilizações contra esse governo e tudo que ele representa: a destruição dos direitos e dos serviços públicos”, concluiu o servidor.

#PEC32NÃO

Dando continuidade ao calendário de luta contra a PEC 32, nesta quarta-feira, 8 de setembro, às 20 horas, as categorias organizadas no Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Federais (Fonasefe) promovem um ato-show contra a ‘reforma’ administrativa  com apresentação do músico Zeca Baleiro e a participação de artistas como Paulo Betti, Julia Lemmertz e a cantora Simone Mazzer. A página do Sintrajud no Facebook vai retransmitir o evento.

Na sexta-feira, 10 de setembro, às 11h, o Sindicato realiza mais uma live, com a presença do advogado do César Lignelli, coordenador do departamento jurídico, sobre o novo parecer da Proposta de Emenda Constitucional 32/2020. O advogado vai apresentar uma análise do substitutivo e tirar dúvidas dos servidores e servidoras sobre o que muda na proposta de emenda à Constituição, quais ataques estão mantidos e que novas ameaças foram introduzidas no texto, como a redução salarial. A atividade será transmitida nas páginas do FacebookYouTube do Sindicato e aqui pelo site.

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