‘Vamos enfrentar a granada de Guedes’, diz Sintrajud em audiência sobre perda salarial

Fabiano dos Santos (de terno bege), diretor do Sintrajud e da Fenajufe, durante a plenária da Frente Parlamentar (Foto: ASCOM Fenajufe)

Na véspera do dia nacional de mobilização e paralisações dos servidores e servidoras públicas federais, uma plenária na Câmara dos Deputados, em Brasília, debateu a situação salarial da categoria e reivindicação de um reajuste emergencial de 19,99%.

O Sintrajud participou da atividade, realizada na terça-feira, 15 de março de 2022, pela Frente Mista Parlamentar em Defesa dos Serviços Públicos e transmitida nas redes sociais pela Liderança da Minoria da Câmara. O Sindicato também reuniu uma expressiva delegação (30 servidores e servidoras) no ato transcorrido na manhã e início da tarde desta quarta-feira (16), na Esplanada dos Ministérios, na capital federal.

Coube ao servidor Fabiano dos Santos, diretor do Sintrajud e da federação nacional (Fenajufe), falar pela entidade na plenária. Ele ressaltou que a luta salarial em curso se desenvolve imediatamente após um “processo unitário que, no ano passado, conseguiu impor uma derrota, mesmo que temporária, à PEC 32”, a ‘reforma’ administrativa.

O dirigente observou ainda que essa “movimentação unitária dos servidores consegue reunir forças para enfrentar este governo, que ataca os serviços públicos, que coloca a granada no bolso do servidor público e que tem a clara intenção de desmontar o serviço público.”

Essa nossa movimentação, disse, enfrenta a granada no bolso mencionada pelo ministro Paulo Guedes (Economia) na reunião ministerial que veio a público em abril de 2020, com a divulgação de vídeo por ordem judicial. “Porque a granada no bolso, do Paulo Guedes, é o congelamento salarial do funcionalismo. E essa é uma política de desvalorização do servidor e de desmonte e precarização do serviço público. É a preparação da narrativa de que temos problemas nos serviços públicos e que eles precisam ser privatizados. Os servidores, de uma forma muito correta, se preparam para enfrentar essa política”, disse, mencionando que há uma sequência de ataques a direitos, inseridos em ‘reformas’ como as da Previdência, trabalhista e na tentativa de aprovar a PEC 32.

“Precisamos interromper esse ciclo de retirada de direitos”, afirmou, assinalando a importância da construção da greve por tempo indeterminado indicada para o dia 23 de março.

Ao longo de toda a plenária, na qual falaram vários representantes de entidades sindicais e parlamentares, reiteradas vezes foi mencionada a vitoriosa luta que impediu que o governo Bolsonaro aprovasse em 2021 a ‘reforma’ administrativa. “Nós vimos a importância da unidade dos servidores públicos neste processo, foi essa união que nos permitiu derrotar a PEC 32”, disse o deputado Rogério Correia (PT-MG), que integra a coordenação da Frente Parlamentar Mista, que cresceu ao longo deste movimento e hoje reúne mais de 300 parlamentares e cem entidades sindicais, dentre as quais o Sintrajud.

Parlamentares e servidores debatem ataques aos serviços públicos (Foto: Frente Parlamentar Mista Em Defesa do Serviço Público).

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