TRF promove aglomeração sob chuva para treino de “segurança”


05/03/2021 - Luciana Araujo
Sindicato cobra explicações sobre procedimento de duvidosa urgência realizado no momento mais grave da pandemia, a um dia útil do fechamento do Tribunal como medida de contenção dos índices de contágio pelo novo coronavírus.

Sob a garoa fina que baixou as temperaturas na capital paulista nesta sexta-feira (5 de março), no último dia útil antes da suspensão integral do expediente presencial devido ao início da fase vermelha da quarentena de contenção do novo coronavírus, o Tribunal Regional Federal da 3ª decidiu expor terceirizados e servidores a aglomeração e ao clima úmido. Por volta das 10 horas foi iniciado um exercício de abandono das torres Norte e Sul, como parte do programa de prevenção de incêndios. A medida foi duramente criticada pelos trabalhadores, que tiveram que se abrigar sob as marquises dos dois prédios sem conseguir manter distância uns dos outros ou ficar sob a chuva fina ao longo do exercício de “segurança”.

Em requerimento administrativo de caráter urgente, o Sintrajud questionou a medida e demandou informações sobre a origem de sua determinação, motivação e a quantidade de servidores, magistrados e trabalhadores terceirizados que estavam nos prédios no momento, com as respectivas lotações.

O Sindicato destacou que ao longo dos últimos meses vários foram os expedientes alertando para exponencial do contágio e demandando a suspensão integral das atividades presenciais. No próprio Tribunal foram relatados diversos casos de contaminação de servidores, assim como na Central de Mandados Unificada (Ceuni), no Anexo Presidente Wilson e em diversas subseções.

No requerimento, ao qual foram anexadas fotos das pessoas do lado de fora das torres Norte e Sul, o Sintrajud ressalta que o exercício de urgência questionável despertou a atenção também para o excessivo número de pessoas trabalhando nos prédios nesse estágio da pandemia. “As imagens indicam, além da perigosa aglomeração e de um exercício realizado no pior momento possível, uma quantidade elevada de trabalhadores no expediente presencial, algo que contraria toda a orientação emanada pelos profissionais da saúde, notadamente neste período de acelerada contaminação.”

Para Tarcisio Ferreira, diretor do Sindicato, “a atitude do Tribunal de promove essa concentração de pessoas é de causar perplexidade, ainda mais e ironicamente a um dia da suspensão do expediente presencial, mesmo que tardia. É como se o vírus obedecesse ao calendário do Tribunal e do governo estadual”, disse.

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